Ideias
Os formais recebem diplomas e aplausos, os desvairados produzem as idéias que eles utilizam.
Debaixo da sombra que minhas ideias fazem enquanto voam conturbadas no céu da minha mente. Concentrado na falta de concentração.
Faxina pra ela chegar.
Ele estava la, sentado com seus milhões de idéias.
Com a cabeça encostada no tédio, de tanto que as coisas se repetiam.
De tanto que ele tava cansado, sem muita expectativa de novas surpresas.
Afinal, era todo mundo tão igual e previsivel.
E as coisas tao parecidamente identicas.
Como ver a Lagoa Azul, mais uma vez.
E ele se dopava de risos, whisk's, cigarros, e tanto mais.
Pra ver se ficava tudo menos chato.
Ae, quando ele tava lá, tão conformado com a chatice.
Com aquele cigarro acabando na mão, esgotando os pulmões,
esgotando o tédio, esgotando o tempo na internet e a paciência dele.
Ele olhou pro lado. Ele olhou pra ela.
Ae, ele sempre lirico, se deixou levar.
E por que não?
Se ela estava lá.
Aquela imponente presença de dedos longos e finos segurando,
um cigarro que parecia queimar a paciência dela e o tédio dela,
tanto quanto o dele.
Pessoas tão diferentes e ele via ali, tanta coisa em comum.
E agora, ele estava preso.
Ele que tanto falou em 'finalmente liberdade'.
Estava ali entregue, sem lutar, por vontade própria.
Ele estava ali, e tinha se esquecido do tédio, tinha se esquecido
de encostar a cabeça.
Ela havia trazido naqueles olhos vivos, a vontade da renovação.
E ele queria se renovar, queria mudar tudo, pra que quando ela
viesse pra vida dele, ela encontrasse tudo de alguma forma,
arrumado pra ela.
E agora, lá estava ele, faxinando tudo.
E esperando ela chegar.
"A cabeça do homem comum está abarrotada de idéias recebidas por inércia, compreendidas pela metade, desvirtualizadas, abarrotada, portanto, de pseudo-ideias."
Gosto de debater idéias e estou disposto a sempre reavaliar e mudar. Ter uma opinião não é crime, agredir pessoas por defender uma opinião é
São os interesses, materiais e ideais, não as ideias, que dominam imediatamente a ação dos homens.
Falamos da vida — e não de ideias, de teorias, de práticas ou de técnicas. Falamos para que olhe esta vida total, que é também a sua vida, para que lhe dê atenção. Isso significa que não pode desperdiçá-la. Tem pouquíssimo tempo para viver, talvez dez, talvez cinquenta anos. Não perca esse tempo. Olhe a sua vida, dê tudo para a compreender.
A história da ciência, como a de todas as ideias humanas, é uma história de sonhos irresponsáveis, obstáculos e erros. No entanto, a ciência é uma das poucas atividades humanas – talvez a única – em que os erros são criticados de forma sistemática e muitas vezes, ao longo do tempo, corrigidos
O mundo de hoje precisa ouvir mais verdades, ser mais sincero. Não camuflar idéias. Hoje em dia eu vejo que as pessoas preferem falar pelas costas, mentir, trair porque ninguém mais aceita a verdade. A verdade é grosseira, dói, magoa, às vezes destrói, e a última coisa que as pessoas querem agora é se machucar. Custa muito tempo pra se ganhar confiança no outro. Mas dura um segundo para perdê-la . Mas sabe, eu não vou mentir, eu já fingi muito, e vou continuar mentindo, mas quando precisar falar a verdade eu falo. Porque o maior mentiroso é aquele que diz que nunca mente, que usa a omissão como desculpa pra tudo, e a dor da verdade depois passa e até te ajuda a crescer como pessoa. Mas e a mentira? Uma verdade linda, que quando desmascarada não há mais nada que você possa fazer pra controlar. Já foi, já era! Eu agora prefiro assim, ser grossa por ser verdadeira do que ser amada fingindo ser quem não sou pra agradar meia dúzia que nunca souberam o que é ser gente de verdade.
Há teólogos e filósofos que mostram grande preocupação se alguém questiona suas ideias acerca do universo, pois imaginam que dentro dessas ideias estão incrustadas as verdades definitivas. E pensam que, se perderem essas ideias, perderão a verdade.
(O Espírito do Zen)
Andarilho insano, monólogo de uma mente incompreendida
Andarilho das idéias tortuosas, Lord das cavalgadas da profundidade das mentes que abrigam os devaneios temidos,
aqueles que são trancafiados em jaulas e tem suas chaves atiradas ao buraco negro. Voa nas asas perambulando só e desacompanhado. Não podem te levantar do torpor, e tão pouco podem ver os lampejos coloridos que revelam a insanidade perpétua. Nem na agonia mais latente, o alivio vem da mão do outro.
Cada dor pertence a um peito, e cada peito pertence a sua dor!
Monte o inabitável e saia sem rumo, trotando pelos cantos mais ignorados do mundo. E em sua jornada há apenas o que ele vê sozinho, apenas o que ele vê...
Oh Andarilho, peregrino desafortunado! Não há um par de olhos sequer para chorar suas lastimas??
E eu quebro cada relógio e derramo as horas no chão, não quero deter o tempo, deixa-lo preso em uma moldura dourada e medi-lo em ponteiros... Que o tempo escorra e não seja detido nem medido....
Os rostos são tão parecidos, diante das expressões borradas já não há como distinguir os desafortunados dos abastados.
Será que cada um tem uma maquiagem para esconder a melancolia? Assim como o palhaço que se enfeita e brinca de rir?
Ouvia dizer que se fosse bom, e fizesse minhas preces sem pressa antes de dormir, Deus me agraciaria logo que o galo cantasse. Então esperava e esperava... Talvez espere a vida toda!
De onde vem o amor? Quem o fez em tão fino trato? Quantos dobrões é preciso para comprar uma pequena dose?
Dizem que o amor é impalpável, mais se não o toco, como sei que estou sentido? Se não o vejo, como acredito?
Cavalgue depressa mais descreva as imagens que trazes nas lembranças com calma. Fale das mais belas não despejes um rio de lamúrias, já não basta os fardos nossos de cada dia? Quero só boas noticias... É para isso que o mundo te recebe e te envia de volta!
Roubaram-te a voz?
De onde vem o amor? Quem o fez em tão fino trato?
E como sempre, apenas recebi o mais endurecido e gélido silêncio...
Aquele companheiro de tantas jornadas! O silêncio que as vezes é só um vazio, mais muitas vezes poderia ser mais cheio que as palavras das pessoas.
Ah silêncio... entre-me boca a dentro e emudeça meu peito...
Emudeça meu ser barulhento!
Já que a alma perdida não fora encontrada, não me colocarei a duelar desalmado.
Eis aqui um andarilho fadigado, que não tem nem quês, nem porquês... Eis me aqui um homem de preces sutis que se cansou de cruzar os dedos e olhar o queimar da vela...
E se o silêncio é tudo que mereço, farei bom uso....
Nunca mais ouviu-se noticias do Lord, sumido nas brumas.
Só restou sombras e silêncios.