Ideia de Estado
Na maior parte das vezes, uma ideia nova não passa duma banalidade, velha como o mundo, de cuja realidade nos apercebemos subitamente.
Não pode fazer com que um homem comum abandone uma ideia que ele julga difícil de compreender e que julga ter compreendido.
Um Estado político, onde alguns indivíduos têm milhões de rendimento enquanto outros morrem de fome, poderá subsistir quando a religião deixa de lá estar com as suas esperanças noutro mundo, para explicar o sacrifício?
O amor é um estado essencialmente transitório. É como uma enfermidade. Tem a sua fase de incubação, o seu período agudo, a sua declinação e a sua convalescença. É um fato reconhecido e ratificado por todos os fisiologistas das paixões.
Num Estado, isto é, numa sociedade onde há leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer-se o que se deve querer e em não estar obrigado a fazer o que não se deve querer.
O homem superior está sempre calmo; o homem inferior acha-se constantemente num estado de inquietação.
Suportamos tudo: a guerra, o sofrimento, o exílio, etc. A passagem de um estado para o outro é que é terrível. O tempo de nos instalarmos.
Os que de uma situação desafogada caem num estado de penúria que lhes é estranho, esses, sofrem mais cruelmente do que quem foi sempre miserável.