Idas
Na parte complexa e amarga da vida, existe uma grande superficialidade marcada por idas e vindas, onde tempo é frequentemente desperdiçado com vaidades de corações impulsivos e mentes indecisas, pois nem todos estão dispostos a pagar o preço que é ser de verdade.
Uma complexidade tão inquietante com fatos inexplicáveis, muitas pessoas conhecidas que mesmo perto ficam distantes, enquanto que muitos desconhecidos se aproximam à distância, tornando assim o lugar físico pouco relevante, uma nítida discrepância.
Considerando esta realidade preocupante, é salutar buscar aquilo que possa trazer significado, amores recíprocos, tratos que alimentam a felicidade, que torne o viver mais agradável com atos de espontaneidade, ou seja, que não precisam ser cobrados, verdadeiras raridades.
"" E quando eu vi passou
tantas idas, vindas, vidas
a calmaria da noite
fez as sombras parecerem verdades
medos que ninguém gosta de presenciar
deixamos malas de retratos
nas curvas da memória
imortal é a nossa natureza
desde sempre...
EM TEU PRELO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
O que lhe peço todos os dias, em minhas idas e vindas, é que você decida o que pensa e quer de mim. Resolva em seu coração se me permite ou proíbe; foge ou se torna próxima. Quero ver em seus atos o começo de uma relação consistente ou a declaração do fim. O que não posso mais aceitar é o meio termo que vejo entre os parêntesis de seus olhos e atitudes, e nas palavras medidas; comedidas; repletas de silêncio e zelo.
Nunca me considerei um exemplo de comportamento e virtude, mas posso me vangloriar de jamais ter sido mais ou menos. Sempre fui bem torto, e com isto, não confundi meus afetos, o que faria se fosse meio certo; nem certo nem errado; meio lá, meio cá. Não vejo qualquer sentido em ser meio alguém. E como sempre me abri totalmente, com todos os aleijões de minh´alma, de minha forma sem fôrma de ser, peço que você tranque ou abra de uma vez o seu coração para mim. Que me admire ou despreze. Convide ou expulse.
Quando sua velha gangorra finalmente cessar, triste ou alegre terei paz. Saberei se retorno deste ponto... se devo ir em frente. Verei se a distância tem algum horizonte, no que tange a você. Para tanto, você tem que ser quem é para quem sou. Aconteça o que acontecer, só me tire desse prelo. Seja flor ou espinho e me deixe optar, sem temor nem dúvida, entre querer ou rejeitar definitivamente o que sua sinceridade me ofereça.
ESPERANÇAS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Tenho minhas revoltas, mas não ódio;
minhas idas e voltas, desenganos,
meus estágios, status, exclusões,
perdas, danos, mas nunca desistências...
Atravesso esses tempos de mentiras,
desse arroubo maior da hipocrisia,
desta era vazia de sentido,
sem deixar que suprimam minhas asas...
Faço muitos protestos; não pirraças;
vou às praças gritar e fazer versos,
pra soltar corações; abrir as mentes...
Entre as raivas do povo e dos poderes,
meus soluços atravessam arrotos;
gafanhotos não matam esperanças...
De tantas idas e vindas das pessoas que passam por nossa vida, chega uma hora que a gente percebe quem é indispensável, quem apenas é necessário, quem nunca deveria ter entrado e quem deve permanecer para sempre. Vida que segue....
O que machuca entre idas e vindas é voltar sempre para a vida um do outro e se entregar mais do que o necessário e, ao recuar, perceber o quanto todas as vezes deixamos partes de nós no outro e o quanto do outro fica em nós.
idas e vindas
o díssono fado
de secura e chuvarada
fustigado
hora aguado
outra ressequido, cilada
escanifrado
no seu descompassado
de claridade dourada
celebrado
minha morada...
cerrado!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, setembro
Araguari, Triângulo Mineiro
Se você fugir de mim e se esconder no Jardim, vou te encontrar nas idas e vindas, ao procurar pela flor mais linda do que as lindas .
E nesse envolvente influxo
dos muitos encontros e desencontros,
igualmente seremos
'idas e vindas' na vida de
outras pessoas!
"Na nossa história marcada por idas e vindas, cheia de vírgulas, exclamações, interrogações e reticências, eu nunca consegui por um ponto final."
• Moço, meu moço, essa paixão já esteve tanto tempo indo e vindo no meu consciente e inconsciente, estava tudo in love, tudo in blue, tudo em poesia. Mas de repente tudo ficou estranho, dividido, fiquei dividida. Talvez você não saiba com quem esteja dormindo. Se é esse o teu futuro. E eu continuo dando passos incertos. Eu deveria ser mais dura, e fazer você pensar que meu sentimento não é tão forte. Não sei o motivo, o porque, mas tenho tanto medo de te perder, porque realmente doeria, oh e como doeria… Eu sou boba por dizer isso, mas eu sei e você sabe, ninguém quer perder aquele pelo qual pensa o tempo inteiro.
Pessoas vem e vão em nossas vidas, umas passam anos outras dias, existem aquelas que se vão pra sempre mas também tem aquelas que retornam... enfim a vida tem dessas coisas... Esteja sempre preparado para as idas e vindas... Ah e para cada pessoa que se vai existe outra chegando...
Enquanto alguns choram outros sorriem, enquanto uns plantam outros colhem, as estações passam nos deixando saudades, mas aceitamos pois sabemos que é a ordem da vida, deveríamos aceitar sem dores as idas e vindas da vida.
Querer e não ter.
TER
e então
DEIXAR de QUERER.
Querer
E não PERMITIR-SE
ter.
TER
e não querer AGORA,
para depois
se CONTORCER
NA VONTADE
E talvez MORRER
REFERTO.
E quando você volta traz consigo o que eu julgava perdido. Reacende em mim esse querer, tão contrário ao meu desejo de esquecer-te. E vou vivendo essa agonia de sofrer com suas idas e alegrar- me com suas vindas...
No Tempo dos Trens...
Era ali uma antiga e desativada estação
Bancos em madeira desgastadas, pés de ferro
Placas indicando setores, alertando cuidados
Pisos cimentados, cinza, mal conservados
Recordo dos dias em que muitos ali iam
Se postavam em espera sob a coberta plataforma
Uns, com bagagens, outros, à espera do apito
Que, soava em meio à fumaça da locomotiva
Havia ali a presença de ambulantes e passageiros
De anfitriões, de amigos saudosos, gente simples
Olhares sendo trocados... ansiosos por abraços
Meninos curiosos, pais saudosos, férreos trilhos
Namoradas vestidas de “para ver Deus”
Sem maquilagem, inquietas, prendadas
Acompanhadas, como manda o bom alvitre
Desejosas do beijo que teria de esperar
O tempo, discretamente, levou a estação
Desativou a alegria de chegada e partida
O progresso fez da ferrovia vaga lembrança
Onde parava o trem, hoje, passa vento e boiada
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