Humanidade
Meu lado é o mesmo daquele no qual o coração bate. A cor do meu sangue representa a minha ideologia. Por humanidade e convicção sou de esquerda.
Somos próximos... Ainda que a realidade pareça estar longe de ser plena e razoável a todos.
Somos... a integridade e a tessitura que soma todos nós... Eis a mistura, um caldeirão de etnias, tempera o que somos!
A retina egoísta, altruísta e anômica, o aromatizado mundo não vê passar. O coração espalhafatoso vai deixando de pulsar; falha armadura a penar.
Uma edificação de transformação social...
Um espaço de sondagens, esperança, literatura, leitura e arte.
Um balneário de contação de histórias, narrativas éticas e fábulas.
Um lócus de transformação, reinvenção e inovação de projetos e ideais.
Um gostoso cantinho de relaxamento, terapia e lazer.
Meu pedaço (trans)oceânico e chão!
Biblioteca no presídio.
Reduto corretivo, leitura é acalento.
Facilita o mediar informação para o cidadão.
E carece tê-la na mesma medida em que sente.
Ela nunca vem sozinha, traz o transformar de sinas.
E, inimiga da solidão, a biblioteca traz um rol de inspiração.
E tem compaixão, estudo, reaprender, realizar... Tudo é possível!
As unidades de informação do cárcere dão o acesso à informação.
Enfatiza a ação da unidade na mediação da leitura e da informação.
A biblioteca prisional toa uma social ferramenta, é resgate educacional do apenado.
Laboratório das leituras – metamorfoseia amplos questionamentos, plurais papeis.
Ressocializa em livros instrutivos, recreativos e didáticos – o detento, a humanidade.
A biblioteca prisional assume um papel fundamental, enreda uma missionária arte...
Com sua filosofia e vãs sutilezas, a biblioteca satiriza ogros costumes, o bem acarreta!
Busca-se bibliotecário, arquivista, museólogo ou documentarista.
Doutor, mestre ou bacharel apenas, eis um profissional de alívios e memória.
Conservador e restaurador de paradigmas, preservador ou criativista...
Alguém que provoque as bruxas, os encantos, o direito à cidadania.
Almejo construir compostos que sanam as dores da alma e garantem as fontes de informação...
Eis a saga de obter o melhor remédio, elixir mágico, fórmula perfeita de proliferar a paz...
Essa é a absoluta garantia, com a popular sabedoria, encontra-se o ser criativo e humano.
É observando as atitudes e comportamentos dos homens que busco renovar minhas esperanças. E acreditar que ainda tem humanidade.
Apesar das ficções e romanizações inventadas pelo liberalismo, a verdadeira historia das civilizações do mundo sempre foram baseadas nas guerras covardes, interesses espúrios dos poderosos, escravização dos mais fracos, imposição de culturas aniquilando outras, assim como a propagação de mentiras que justificassem e atenuasse, o religioso pecado do
"mea-culpa".
Pobres seres humanos que pouco entendem do espaço entre amar e ser próximo do amor, que são ambos a mesma e nobre vida a nascer indefinidamente.
O ser humano ao longo do tempo vem perdendo seu valor, isso não é novidades, a desumanidade vem crescendo, isso só nos mostra que estamos indo para o caminho errado da vida.
Com o mundo em constante mudanças, permita-se errar, através dos erros é que construímos experiências e só assim, podemos evoluir como pessoas em uma humanidade.
Eu quero a tristeza banhando o meu ser,
pois sinto que ofendo ao sorrir nesse mundo
e nunca tentei ser pascácio ou profundo
porque tive fé no direito a viver
sem ver meu igual decair e eu crescer...
Eu quero a tristeza, não rir e chorar;
deixar o sofrer me haurir, me calar,
lavar minha face com líquido sal,
mas nunca ser par da desgraça e do mal,
ser bem sem parar, quais as ondas do mar...
O Monge Maria (Da Esfinge Tardia)
Olha lá de longe
Cavalgando o Monge
Contando as covas
Passando nos quadris dos vales e males
Seletando as sovas
O Monge Maria
Da Esfinge tardia
Perfurando o vento e furando o tempo
Vigie de longe
Que lá vem o Monge
Cavalgando o tempo
Cavalgando o vento
Quantas que foram mutiladas?
Será, será que foram autografadas?
O Monge Maria já ria, Maria
Na Esfinge tardia, de quando tu sumia
Trafegue no monte
No radar o Monge!
O que será esse bicho tão atemporal?
Cantando as piadas de quando era o tal
Oh Maria, olha lá de longe
Maria, pelos buracos do lisonjear
As tumbas que a Esfinge fez desmoronar
Posição de luta, defronte está
Como é frenético
Que se muda dialético?
Escolhe os patéticos
Vive a morte
Escolhe todo homem, de toda sorte
Não é galinha, mas é de corte
O Monge Maria da Esfinge Tardia
Cavalgando o tempo, escolhendo via
Alcançando eles, é para todos!
Não escolhendo letra, quer Maria ou Frodo
Cavalgando o tempo para o cara frouxo
Escolhendo a dedo com um olho coxo
Virando a roleta, não tem jeito moço!
Ele agarra pelos pés à todos
Desesperadamente quebra o pescoço
Não poupa Hagague, não há denodo!
O Monge Maria
Sobre os prados ria
Bondoso com uns
Maligno com todos
Mais leve para alguns
Atinge sábios e tolos
Não almeja ver Maria
E tampouco Frodo
Nas tacadas, quem será o morto?
Rodeando a nós, como estaremos soltos?
Se é relativo, por que não resistias?
Enfurece a todos a aos astrogodos
Perfura o presente, pegou os visigodos
Se chega aos descendentes, os irá decepar!
E esporadicamente iremos lembrar
Que o Monge Maria vai totalizar!
Sobre a Esfinge Tardia
Isto aqui ele já lia
O seu desígnio prevalece na humanidade
Cavalga no tempo, não escolhe idade
Alcança todos ausente de piedade
Amassa nosso pé com a realidade
O tempo voa e o vento nos leva
O Monge Maria é desde lá de Eva.