Humanidade
- O que fazemos aqui?
Nessa vida que às vezes
não faz muito sentido.
Tentando nos agarrar na
teia social.
- E o que seria essa teia social?
Opa, já está ficando mais fácil as perguntas.
Continuemos as reflexões.
O mundo está cheio de pessoas interessantes
Chegando de um lugar
Já se preparando para ir a outro
Sem muito apego
Pois a competência e o afeto
São fatores que fascinam
E tudo que fascina
Logo tem data
Logo acaba
A doçura
Vai esfarelando perante os olhares
E quando já haver conformismo
Verás então que como uma droga
Precisa de cada vez mais
Para se ter surpresas
Tais surpresas
Vêm de segundas intenções
De ambiciosos
Que não conhecem tanto
Eu não conheço tanto
Você também não
Nada lhe pertence
Como deveria
Nada lhe entrega
O tão estimado dos poetas
Eu tenho uma teoria muito "louca" de que o nosso planeta (assim como o nosso sistema solar e todo universo) é autossuficiente e autossustentável. Somos incapazes de destruir ou mesmo alterar (de forma definitiva) qualquer processo de todo esse sistema em perfeita harmonia da criação Divina, por mais que interfiramos. Isso não significa que estamos livres de fazer a nossa parte em todo o cuidado de preservação ambiental que aprendemos até aqui, pois a nossa interferência negativa pode sim "desequilibrar momentaneamente" o ecossistema, ocorrendo consequências como reação da nossa ação; uma vez que a forma de o ambiente responder e se reequilibrar é através das catástrofes naturais que conhecemos bem. Ou seja, a concepção que temos de que "estamos destruindo o nosso planeta" é equivocada! Não é a Terra que está sujeita a nós. Nós é que estamos sujeitos a ela.
O ser humano só pode de fato destruir aquilo que ele é capaz de criar e controlar.
O homem é o ser trágico final, porque ele aprendeu o suficiente sobre o mundo para perceber que o mundo estaria melhor sem a presença da humanidade.
Talvez não esteja ao nosso alcance transformar o mundo. Mas, temos a oportunidade de mudar a realidade ao nosso redor. Busque a melhor forma.
"Aqueles que querem entender a cabeça dos homens que governam o mundo, devem estar preparados para o absurdo." - em Aforismos de Alberto Parlatore
"Que não nos falte o calor e afago que um abraço têm. Porque um copo d'água e um abraço não se nega a ninguém. Não há nada mais genuíno do que a sinceridade de braços entrelaçados. Que haja mais afeto no mundo."
Gostaria agora, neste instante, de abolir todas as guerras e de semear nas almas dos homens de todas as raças o amor pelos animais da terra, e que todos cantassem em um mundo transformado de uma nova era pela paz e pelo amor. Seria tão bom se eu pudesse.
Você não pensaria que poderia matar um oceano, não é? Mas faremos isso um dia. Somos assim tão negligentes.
Apenas os animais vivem inteiramente no aqui e no agora. Só a natureza não conhece memória nem história. Mas o Homem - deixe-me oferecer uma definição - é um animal que conta histórias.
Como joias na vitrine
Imagine que você está diante de uma vitrine repleta de objetos bonitos. E admirado com a beleza desses objetos, decide levar um deles para casa. Ao chegar em casa, porém, você percebe que, mesmo tendo escolhido com bastante cuidado, o objeto que comprou não parece agora tão bonito quanto todos os outros que ficaram na vitrine. Por que isso aconteceu, se você foi tão cuidadoso? Aconteceu porque cada um dos objetos que estavam na vitrine não tinha, sozinho, todas as qualidades que todos eles tinham juntos. Cada objeto era uma pequena parte, bela, mas ainda carente da beleza maior que existia no todo. Assim, um discreto anel numa vitrine é uma joia exuberante tanto quanto um grande colar de pedras. E o colar, por sua vez, toma do anel a delicadeza que ele próprio não tem. Um pequeno livro de poemas pode ser tão imponente quanto um extenso romance, e este, ao lado do livreto, rouba-lhe um pouco de sua singela poesia. Juntos eles têm a beleza inteira daquilo que representam. Separados, têm apenas o que trazem em si. O mesmo acontece com as pessoas. Cada um de nós é um ser humano único, inteiro e, sim, insubstituível. Mas, ao mesmo tempo, uma pequena parte do que todos somos juntos: a humanidade. E aí está a beleza do ser humano: nas suas diferenças; na sua diversidade; na beleza única de cada um que constrói o todo; e, até mesmo, na insuportável sensação de incompletude que isso causa. Exatamente como as joias na vitrine. Eis que, finalmente, percebemos a existência do que não está em nós, e nos sentimos menos humanos. O mundo é repleto de vitrines, e parece, em cada uma delas, um lugar bonito e perfeito do qual não fazemos parte, onde existe tudo aquilo que não temos e que não somos. É preciso, então, olhar bem mais de perto, para enxergar cada indivíduo e encontrar, nas suas deficiências e imperfeições, a sua humanidade, e então, nos reconhecermos humanos. Somente ao nos reconhecermos humanos é que conferimos aos outros a humanidade que existe em nós, e recebemos, de cada um, a humanidade que nos falta.