Horizonte
E aí?
E aí eu aqui nesta cidade
Cativo da liberdade
Sem legitimidade
Sem ninguém
Num horizonte além
Nos caminhos sem rumo
Desatando o prumo
Tentando o resumo
Do sumo que escorre na face
Há se ele falasse
Se ele chorasse
Eu também quereria chorar
Desapegar pra parar de sufocar
Me alegrar com o muito do pouco
O pouco do muito do eu louco
E eu aqui nesta cidade
Já com cumplicidade
Da secura do amanhecer
É o craquelado do entardecer
Que dorme e acorda
Acorda, dorme e borda
Cada fio da saudade
Aqui nesta cidade
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de outubro, 22'48", 2015
Cerrado goiano
AFLIÇÃO
Pulsa no cerrado o horizonte imenso
Num entardecer purpúreo candente
No desanimo surges, tão lentamente
Lembranças, molesto e tédio denso
Que eterniza a agonia e sentir tenso
De um passado caprichoso e ardente
Embora aqui presente, está ausente
Na emoção. Turrão ainda é extenso
E o pôr do sol é tormento e nostalgia
Em um acre perfume, árduo expiro
E a uma sensação aflitiva me contagia
Nesse anseio a saudade n’alma arde
És um passado de amor feito suspiro
Suspiro e caro pesar no cair da tarde!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG – 26/07/2021, 18’00”
SETEMBRO
Do pôr do sol neste horizonte rubente
Eu perco-me, é tarde cálida no cerrado
O pensamento ao vento e tão passado
Numa contemplação remota e ausente
A sensação se encole, e o vazio espora
Ergue ao longe uma solidão perturbada
E da saudade se ouve uma voz chorada
Sussurrando ao ouvido agrura que cora
Num segundo o céu tornou-se agreste
E as minhas sofreguidões tão sozinhas
Se espalhando por todo canto celeste
Setembro. Sua rima nas prosas minhas
É! ... falam de amor, como se me deste
De novo a flor, que pro amor avinhas...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, setembro, 11, 18’27” – Araguari, MG
AMANHECE A VIDA NO CERRADO
O sol reluz no horizonte do cerrado infindo
Trazendo o amanhecer com a sua grandeza
Luz, encanto e o céu de matizes colorindo
Tudo convertido em fascínio e em beleza
Enchendo de vida, e de suspiro a alvorada
O canto dos pássaros em seus burburinhos
Seduzem os ouvidos em uma doce batucada
Refulge o cerrado tonificando os cantinhos
Sob o céu, agigantado, aquele azul turquesa
Que com graça cobre o sertão de pura riqueza
Aclamando o alvor com solenidade e euforia
E, com a brisa matutina aquele afável frescor
Que soam nos galhos tortos com duro vigor...
Amanhece a vida no cerrado numa viva poesia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/06/2022, 05’05” – Araguari, MG
SURGIR O DIA (soneto)
Tinge-me o horizonte do cerrado... Agora
Rubro, no céu azul, num fascínio profundo
De fogo, tinge as nuvens em um segundo
Nesta encenação, exibe, o raiar da aurora
A madrugada, crespa, num ato facundo
Poetando o sertão, e, pelo sertão afora
Solta o véu do dia, numa lindeza sonora
Revelando as curvas do cerrado ao fundo
Mas antes busca a magia com que pinta
Com o colorido diverso de tal grandeza
Usando a quimera como abrasadora tinta
Eclode, deixando a melancolia e a mágoa
Aos pés da noite, cobrindo de luz e beleza
E pondo pasmo os meus olhos rasos d’água
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
"O fruto incerto, que se antecipa no horizonte como promessa de prazer, mas que, por sua natureza efêmera, se esvai antes mesmo de alcançar sua plenitude, é qual a flor que se despede antes do tempo, deixando entre os dedos o gosto amargo da iminente perda. Como um fim que se aproxima silenciosamente, esse fruto, à medida que se aproxima de seu amadurecimento, revela-se fragílimo e vulnerável, sendo, por fim, consumido pela própria incerteza que o gerou. E assim, o desejo de colhê-lo se perde no vácuo da dúvida, onde a certeza de seu fim iminente é a única certeza que se possui."
Quando cientistas prenunciam catástrofes na linha do horizonte humano, só constatam o descuido desse com seu próprio destino.
Caminhamos rumo a um horizonte que parece recusar nossos passos. De fato, a história é, inexoravelmente, uma sucessão de ocorrências cíclicas.
As maçãs- como a de Newton - continuam caindo para nos revelar, mais do que a gravidade, a queda de tudo que superestime o destino das coisas terrenas.
Ser poeta é viver a liberdade, amar sem segredo, viajar no horizonte, galgar pomares, pular rios, dançar no vento. Ser poeta é chegar ao impossível, ultrapassar florestas, cantar seresta...ser poeta é sonhar sonhos coloridos, cair na chuva, correr no mar, deitar nas flores, dormir na lua, voar no vento...Ser poeta é amar o invisível, se apaixonar feito criança, amar feito mulher. Ser poeta é se casar com a saudade, viver com as lembranças, não apagar memórias...ser poeta é não usar máscara, não esconder verdades...é falar de sentimentos. Ser poeta é tocar teu corpo, abraçar tua alma...ser poeta é ser o que sou.
Vou além do horizonte, bem mais que o mar...chego ao infinito.Te busco, te encontro e me perco nesse caminho louco...Nesse louco caminho.
A distancia entre o céu e o mar, termina no horizonte infinito dos sonhos é lá, onde se derrama permissões e possibilidades, suaves concessões da ancestralidades para vagar na cor da noite e absorver o cheiro suave e doce do serenar, onde somos iluminados por esta energia que nos cumplicia.
Hoje vi uma linha que não era um horizonte.
ACIMA tinha crença em fé, um caminho e motivação, vontade com esperança, paz com confiança, modos com condições, condicionando se por estarem em condições.
ABAIXO tinha busca pela fé, não para ter, mas para doar, doar o pouco que tinham e para perder o muito que carregavam. Perder a solidão, a fome, a tristeza, a pobreza, a doença, a rejeição e o medo.
Sobre a natureza
No horizonte do amanhã, o destino incerto se revela, onde o mundo arde em chamas e cada um de nós não entende dessa culpa a sua parcela.
Nas mãos da raça humana repousa a balança do destino, entre a ação sábia e a inércia do homem cretino.
Se o eco da indiferença persistir no ar,
testemunharemos o planeta a se transformar; Um cenário de tormenta e desolação, onde a natureza morta já não tem chance de redenção.
Ondas revoltas inundam o litoral,
lamentam os bosques e jaz o que antes era vivo em triste funeral.
Na pele da Terra o desgaste é profundo,
fruto da ganância de um sistema falido que ceifa o mundo.
Mas ainda há luz na alvorada por vir?
Um apelo à consciência para reagir!
Com atitudes humanas o destino podemos mudar o roteiro? Em busca de um futuro para todos: Justo, digno e verdadeiro!
Por entre as sombras do medo, da fome e da dor, há esperança brotando em cada flor?
Se nossa raça agir com união, podemos preservar nossa casa. Natureza que não se abrasa! Amado chão.
Desenhada
Ela é a cor do jardim
Do poema a rima
Do sonho o horizonte
Do dia a obra-prima
Do céu a lua
Da estrada a esperança
Da terra a coragem
Do mar a mudança
Ela é mesmo uma arte
Do poeta o cordel
Do vento a dança
Do tempo o pincel
Do sentimento o nobre
Da época a sabedoria
Do detalhe o simples
Do amor a magia
Autoria de #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 15/01/2022 às 00:10 hrs
Manter créditos de autoria original _ Andrea Domingues
A flor e o sol
Por céus e terras viajei
Vi o horizonte que inventei
Na esperança de saber
O que de fato, vim fazer
Ninguém sabia me explicar
E a angústia tomou conta do lugar
De repente ouvi o sol dizer
A luz está no silêncio que não faz
O girassol precisa de espaço para brotar
Iluminado é a força para esquivar-se
Céu é o limite para arte de se encontrar
Não adianta procurar um lugar
A felicidade é tão singela
Que pode passar por ela sem enxergar
Soneto: autoria #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 25/08/2020 às 14:00 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
Meu horizonte
Algumas tempestades chegam, para testar a nossa fé.
Nos alimentando, para continuar em pé.
O sorriso vai virando deserto.
Mas o olhar, busca novos horizontes.
Precisamos enxergar além.
Há espinhos que desdenha.
Se camufla enquanto espalha.
Nem todo abraço, amor contém.
Nem todo sorriso, dispõe alegria.
Mas todo olhar, ah, todo olhar é poesia.
E que sorte a nossa
Em meio aos caos
O olhar virou casa
O sorriso virou asas
E o abraço, ah, o abraço
Não necessitou de nenhuma palavra.
Poema autoria #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 26/08/2020 às 11:30
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
Energia radiante
O pôr do Sol no horizonte de um rio ou no mar é um espetáculo que mexe com as emoções no fundo da alma
O espelho na água a refletir um esplendoroso encontro entre a luz e a água revigorando os sentimentos a cada entardecer
Ao anoitecer um outro espetáculo da vida nos contempla com o brilho das Estrelas e da Lua
No dia seguinte o Sol chega de mansinho no final da madrugada
Trazendo a esperança de um dia radiante de alegria
Para mostrar que nada é impossível
Quando esta energia radiante brilha dentro de nós.
Além do horizonte e das montanhas
Existem lugares fascinantes com paisagens maravilhosas
Que propícia a quem lá estiver momentos felizes
Mas nada se compara a energia radiante
Que existe dentro de cada ser humano deste planeta.
Que todos possam compartilhar desta energia positiva com muita intensidade, radiantes de alegrias.