Horário
O amanha não muda.
Teremos o mesmo horário.
O sol vai nascer no mesmo lugar de sempre, vai morrer na mesma hora de sempre.
Pessoas irão continuar morrendo, e outras nascendo.
Pessoas continuaram ficando tristes e alegres.
Pessoas continuaram sendo pessoas.
Pessoas continuaram roubando.
A vida HUMANA vai continuar sendo mal.
Pessoas matando as outras por besteiras.
Pessoas ligando muito para o'que pouco se interessa.
Continuaremos sendo idiotas complexos.
A única diferença está no jeito em que iremos viver o amanha, do jeito que seremos idiotas complexos.
Madrugada, o horário oficial da saudade dos momentos incríveis que nunca mais voltarão. Aquela lágrima que você não conseguiu derramar o dia inteiro veio cair agora, lentamente sobre o rosto, sem nenhuma permissão.
Me confundo,
Na raiz de delta, cromossomos e fuso horário.
Mais confuso,
Sem decência, mas com razão no fundo.
Ciência explica tudo, tudo que ela acredita.
Hipóteses, mas de mil pra cada ponto.
Confronto de ideais.
Frases que pra você talvez não tenha fundamento,
São a exatidão da minha confusão que sinto no momento.
Até as mais belas letras dos mais requintados compositores
Já não me satisfazem por completo.
Está na hora compor meu refrão,
De agradecer os que me engrandeceram com as letras,
E letrar os engrandecidos que agradeço.
Sempre que viro a noite tenho consciência do bombardeio de broncas sobre o meu horário desregulado que virão mais tarde. Mas, tem alguma coisa entre a madrugada e eu. É nela que eu funciono e é submersa nela que não sinto medo. Eu não aprendi a não ter medo do escuro; eu simplesmente não o temo, é nato.
Sem contar o Sol, que eu vejo brotar toda vez, gosto dessa transição. Estou propícia a funcionar, a pensar, a escrever e desenhar. Acho que é na madrugada que eu realmente me encontro, me conheço e,quando os outros da casa acordam, me despeço.
O sol acordou brilhante e lindo nesta manhã de sábado, apareceu gigante no horário de costume, ele não falha, como o seu criador não falha.
Tudo passa
eis aí a minha amargura,
saber que na vida nada dura.
Tudo é temporário,
horário ou anti-horário,
viver é tão solitário.
O tempo inexorável
não se comove, não cede aos meus rogos e súplicas.
É inflexível, implacável, inabalável.
Da vida remove o não indurável.
e morrer é inevitável.
E ai vem aquela velha pergunta você ja viu algum ladrão rico? sera que esse povo não vê o horário eleitoral gratuito??
Candidaturas
Nesse período eleitoral, após as campanhas e o horário eleitoral gratuito (sofrível), imaginativo que sou, elaborei uma ideia para que se filtre o contingente de aspirantes às candidaturas aos cargos do Executivo e Legislativo, nos âmbitos estadual e federal: trata-se de submeterem-se a uma prova (uma espécie de vestibular) a ser aplicado pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), e em caso de aprovação, então estariam aptos, perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para postulância ao pleito popular. Com efeito, candidatos que não tiverem uma qualificação mínima, certamente não participariam do processo eleitoral na condição de candidatos, assim como os candidatos que infringirem a Lei da Ficha Limpa.
Para concorrer às vagas da Assembleia Legislativa, por exemplo, os postulantes deveriam ter conhecimentos prévios de aspectos socioeconômicos da unidade federativa a qual pretendem representar, bem como sobre fatos geopolíticos, geográficos; agregado-os a conhecimentos de português, matemática e informática. Aprimorou-se tanto o instrumento de captação de votos, ou seja, a urna eletrônica (agregando-se atualmente a tecnologia de leitura de impressões digitais), por sinal uma referência mundial bem-sucedida, entretanto, tudo isso pode se perder devido aos maus candidatos, eleitos ou não.
Pensamento meu: Mais vale um voto na cédula de papel em um bom candidato, do que um voto eletrônico em um mau candidato...
Portanto, negligenciou-se o procedimento depurativo das candidaturas em detrimento do procedimento de captação de votos, ao passo de que ambos deveriam ser burilados igualitariamente.
Apenas trato de minhas sugestões, pois os critérios para a referida "sabatina" estariam sob inteira responsabilidade do TSE e TREs.
Imaginemos centros de excelência em suas áreas, como o Instituto Rio Branco, a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco da USP, o Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (Unicamp) e as universidades federais, para fazer parte do corpo discente (e também do corpo docente), os candidados passam por processos seletivos exigentes, criteriosos e predominantemente eficazes.
Imagine-se, guardadas as devidas proporções, peculiaridades, e propósitos, em relação aos cargos mais expressivos da governança... Para ser, por exemplo, um deputado, deveria ser exigido antes e após o processo eleitoral, um maior quilate dos candidatos... Tal texto surgiu em virtude do inconformismo pela vitória (e da forma como ela ocorreu) do candidato "Tiririca" e pelo fato de a postulância dele não ser um caso isolado.
Chego no trabalho as 7:50h.
Meu horário é das 7:30h às 13:30h, mas 20 minutinhos de atraso não matam ninguém...
Assino o ponto "retroativamente".
Encontro com o amigo(a) . Conversamos sobre a novela, filme, futebol.
8:30h estou na minha mesa pra trabalhar.
Paro às 9:00h. Vou lanchar.
9:45h retorno pra minha mesa.
Reclamo do HD, da impressora, falo mal do chefe.
10:30h inicio o relatório que devia ter começado as 7:30h.
11:30h vejo uma conhecida vendendo perfume, bijuterias, avon, Herbalife...
12:00h volto pra minha mesa.
12:30h saio pra fumar
Falo mal do deputado, prefeito, do senador. Cambada de enrolões... Ganham mais que eu e não trabalham!
13:00h volto pra mesa.
Já não dá mais tempo de terminar o relatório.
Saio 13:15h, afinal, 15 minutinhos mais cedo não vão fazer falta.
Amanhã termino o relatório.
Mas depois do aniversário do João.
Combinei de levar o bolo...
Quero sair por aí, sem rumos, sem horário ou dia certo pra chegar, rever as coisas que deixei pra trás, refazer planos que o tempo me roubou, e se for pra parar, que seja pra apertar os arreios.
O uniforme, o horário de entrada e saída, o enfileiramento e o aspecto hierárquico da instituição; tudo isto e muito mais da mentalidade escolar provém do modus operandi industrial.
A fração sem razão de horários,
Relógios, ampulhetas e fuso horário.
Contando os segundos e centésimos
Cobrando do futuro o que quiséssemos.
Medo ou esperança?
O futuro é a vingança positiva do presente
Que descontente lembra do passado.
Que jura ter fracassado no primeiro tempo.
As lembranças das lanças que lancei num futuro
Hoje fincadas no muro do desespero.
Olho por elas sem zelo, e espero lanças novas.
Atingir o auge dos tempos,
Sem correr, e sem parar.
Andando de vagar, sem ultrapassar a pressa que o futuro tem.
Ir contra o vento, o tempo sabe o que não faz.
Futuro sagaz, chega antes do esperado.
Bagunçando passado, futuro e presente.
Não contente ainda olho no relógio,
É lógico que não sei quando vou chegar.
Atrasado, mas não que esteja também preocupado
Com que horas devo chegar.
E sinto medo do futuro, assim como juro não ter feito.
O passado mal feito, um presente hedonista.
Pendura na lista dos primórdios
Dos quais não tenho certeza nem dos relógios suíços.
Eu não tenho nada com isso,
Ou talvez tão envolvido esteja
Que nem percebo o sumiço omisso das horas noturnas.
Se poder eu tivesse, pararia o tempo, moveria o ponteiro do relógio da vida no sentido anti-horário, traria pessoas, lugares de volta e reviveria todos momento felizes que passei e por fim riscaria do meu dicionário a palavra saudade.
O HOMEM DO COBERTOR VELHO
Todos os dias no mesmo horário eu descia do ônibus e subia a passarela para pegar a segunda condução em direção ao trabalho. Quase sempre estava atrasado e passava feito um foguete, sem olhar para os lados. Naquele local, entre o ponto e a passarela, desviava de algo que atrapalhava o meu caminho.
Certa vez me esqueci de mudar o horário de verão, e saí de casa com uma hora de antecedência - fui perceber apenas quando estava no ônibus. Estava mais tranquilo e sereno, andando com calma e olhando o caminho percorrido, o que nunca acontecia. Ao descer do ônibus, reparei o que era aquela coisa que eu desviava todos os dias entre o ponto e passarela. Tratava-se de um velho cobertor, cinza, áspero, com um volume por baixo. Curioso, levantei o velho cobertor e dentro havia um homem dormindo, que nem percebeu que o descobri.
O homem debaixo do cobertor velho fedia a cachaça. Talvez por isso não tenha percebido que levantei o cobertor. Em frente ao ponto e a passarela havia uma padaria. Fui até lá e pedi um chocolate quente e um pão com manteiga na chapa, e levei ao homem debaixo do cobertor velho. Mesmo receoso, o rapaz agradeceu.
Passei a fazer do ato a minha rotina. Todos os dias eu comprava um chocolate quente e um pão com manteiga, e levava ao homem que sempre estava no mesmo local.
Um dia eu entreguei o pão com manteiga e fiquei olhando o homem degustá-lo. Ele, com a boca cheia e deixando cair migalhas no velho cobertor, indagou-me:
- Por que me ajuda?
Fiquei refletindo por um tempo antes de responder:
- Acho que não preciso de motivo para ajudá-lo.
Ele então se levantou e saiu andando pela primeira vez desde que o conhecera. Todos os dias eu o aconselhava a sair daquele local, procurar algo melhor para a vida. Queria que o homem reagisse, pois tratava-se de um bom rapaz, porém perdido.
Em um certo dia que desci do ônibus, segui em direção à passarela, e só estava o cobertor velho no chão. Mesmo assim, comprei o achocolatado e o pão com manteiga e deixei no mesmo lugar de sempre. Ele nunca mais apareceu no local.
Escolhi, então, pressupor que o homem melhorou de vida, pois, caso contrário, ele teria o alimento naquele cantinho.
Na padaria o proprietário me questionou:
- Por que você ajudava aquele homem? Era apenas um bêbado de rua.
Respondi:
- Porque aquele homem precisava de mim, mesmo que por apenas um tempo. E eu preciso de pessoas melhores no mundo.