Honra teus Pais

Todos os homens são idólatras, uns da honra, outros do interesse e a maior parte do prazer.

Para um autêntico samurai não existem as tonalidades cinzas no que se refere a honra e justiça, só existe o certo e o errado.

Há pessoas que observam as regras de honra como se vêem as estrelas: de longe.

Aquele que tem uma profissão tem um bem; aquele que tem uma vocação tem um cargo de proveito e honra.

Lavar a honra com sangue suja a roupa toda.

Com os princípios quer-se tiranizar os hábitos, ou justificá-los ou honrá-los ou injuriá-los ou escondê-los: dois homens com princípios iguais querem, verossimilmente, atingir com eles algo de fundamentalmente diferente.

A honra é como a pedra preciosa: com um pequeno defeito, tem o preço enormemente reduzido.

O homem que honra a si mesmo é capaz de ver as virtudes de outro homem.

Não vale nada um povo que não sabe defender a honra da sua pátria.

A voz da consciência e da honra é bem fraca quando as tripas gritam.

Ninguém jamais foi honrado por aquilo que recebeu. Honra é a recompensa por aquilo que damos.

O partido é a mente, a honra e a consciência da nossa época.

Quebrar o juramento é como negociar a própria honra.

A estima vale mais do que a celebridade, a consideração mais do que a fama, e a honra mais do que a glória.

Quando a honra de um homem é inatacável, fica-lhe decente qualquer roupa que vista.

Faça-se aquilo que se fizer, nunca se perde a honra quando se é rico.

Nada é menos digno de honra do que um homem idoso que não tenha outra evidência de ter vivido muito exceto a sua idade.

Retribui-se honra com honra e amor com amor.

Urbanização

Tudo o que vivêramos
um dia fundiu-se
com o que estava
a ser vivido.
Não na memória
mas no puro espaço
dos cinco sentidos.
Havíamos estado no mundo, raso,
um campo vazio de tojo seco.

Depois, alguém
urbanizou o vazio,
e havia casas e habitantes
sobre o tojo. E eu,
que estivera sempre presente,
vi a dupla configuração de um campo,
ou a sós em silêncio
ou narrando esse meu ver.

Estrada de Fogo

Pedra a pedra a estrada antiga
sobe a colina, passa diante
de musgosos muros e desce
para nenhum sopé;

encurva, na abstracta encruzilhada;
apaga-se, na realidade. Morre
como o rastilho do fogo,
que de campo em campo aberto

seguia, e ao bater na mágica cancela
dobrava a chama, para uma respiração,
e deixava o caminho do portal
incólume e iniciado.