Honra ao Mérito
Ao rei a vida e os bens
devem ser dados, mas a honra
é património da alma,
que pertence apenas a Deus.
A honra tem assim, as suas regras supremas, e a educação é obrigada a respeitá-las. Os princípios são que nos é sem dúvida permitido preocuparmo-nos com a fortuna, mas que nos é absolutamente proibido fazer o mesmo com a nossa vida.
Amigo é uma palavra profanada pelo uso e barateada a cada hora, como a palavra de honra, que por aí anda desvirtualizando a honra.
Conhecer aquilo que dele estava escondido é, para o homem, a embriaguez, a honra e a perda de si próprio.
Tiremos das nossas miseráveis virtudes o que devemos ao temperamento, à honra, à opinião, ao orgulho, à impotência e às circunstâncias: que ficará? Pouquíssima coisa.
As razões da honra não têm coerência. Mas os povos não podem prescindir da honra, pagaremos caro por termos acreditado em nós em vez de nela.
Estaria em crer que a glória de perdoar aos nossos inimigos valia bem a honra de os odiar para sempre.
O único grande mérito dos deuses (além de amedrontar os pássaros e os ‘pecadores’ e às vezes consolar os miseráveis), consiste nisto: erguidos sobre estacas, temos de levantar a cabeça para vê-los. ‘Quando alguém olha para cima, mesmo que seja para procurar um deus, não pode deixar de ver o céu que está além. E que é o Céu? Simples dispersão de ar e de luz’