Homenagem Póstuma
O poeta não me deixou,
ele não é [tolo],
Apenas foi passear
no jardim da eternidade.
Ariano [vive]...,
Um poeta nunca 'morre',
morrer é coisa de humanos;
Os poetas são anjos.
O sertão ele me deixou
como [legado],
Agora sei como arde,
e que o significado de sertão:
- Se entende por saudade.
Quando uma lágrima solitária e teimosa,cisma em descerpelo meu rosto, ignoro-a, porque já não tenho mais a ansiedade da espera e nem o temor da ausência !
<<A Lenda do Chapelão>>
Pelas duras estradas de terra do bairro Copacabana do passado, tocando sua boiada em meio à solidão de tais caminhos seguia firme o arauto, desbravando a mata virgem para dar de comer ao seu gado, pisando o barro da estrada encharcada para por o que de comer sobre a mesa de sua própria casa, enquanto caminhava descobrindo e ou construindo novos caminhos por onde seguir... “Ôh Marruh”! “Bora Sergipe”! “Boi bandido”.
Seguia pelos caminhos, sozinho, com a força típica dos homens valentes do campo, que tocam as boiadas no comando firme de suas vozes imperativas, e que apesar da doçura e mansidão de gente que de tão sofrida tem a paz estampada no olhar, seguia em frente fazendo a sua própria história fazendo a infância da gente ser grande, gostosa de ser vivida de ser lembrada. Fazendo a infância das gentes, todas, terem aquele gostinho de terra pequena, fazendo-nos todos, nostalgicamente, lembrarmo-nos da roça ou vivenciar uma experiência aproximada com o que há de ser de fato a vida no campo, mesmo para aqueles que nasceram e cresceram nas cidades já imensas e cheias de todo tipo de confusão e que jamais pisou o pé no mato de uma roça qualquer. Lembrança de quando tudo o que se tinha por aqui era ainda o que estava por ser conquistado e do mato rude que perfazia todos os caminhos fazendo capoeira para as brincadeiras das crianças à época.
Quando passava a boiada assombrada pela ligeireza do chicote do vaqueiro hábil torneando o seguir dos bois, ditando o ritmo do caminhar (tanto do gado quanto das pessoas a observar o movimento) agitava-se toda a molecada pelos caminhos de terra vermelha, de barro preto dos brejos encharcados pelas inúmeras minas d’água existentes (hoje extintas), e ou pela argila cintilante das encostas de barrancos que serviam de arquibancada pra fugir das possíveis chifradas dos bois desembestados às vezes. Ao ver aquele mundaréu de boi seguindo no rumo comandado pelo vaqueiro de chapelão de palha ou de feltro marrom na cabeça e estaca de madeira e chicote de couro às mãos e berrante uivando repertório vasto e requintado o mundo pequeno que era o de quem observava, agigantava-se, tornando-os expectadores do evento: - “Bois passando, cuidado”! E por fim, quando já lá longe ia o último boi gritava de cá a criançada animada: Vai com Deus Chapelão! Vai com Deus. E todo mundo tinha um boi preferido dentre os bois do rebanho, só que de tanto medo de ser chifrado, ninguém ousava chegar perto.
Particularmente, lembro-me com muito carinho das “benzeções” e das “rezas” carregadas de fé, que curavam mesmo, qualquer tipo de problema. Certa vez, minha mãe achando-me aguado, levou-me e deixou-me aos cuidados dele. Depois de colher alguns ramos de uma planta qualquer no mato e embeber-lhe em água benzida (benta) saraivaram sobre mim umas duas ou três ramadas, na hora ri, mas doeu de verdade. Depois lavou meu corpo todo na bica que escorria ao pé da mina d’água que corria perto de sua casa, nos arredores da Rua Argentina, com um incômodo banho de leite de cabra, ordenhado naquele exato momento, para tal finalidade. Enquanto minha mãe me espreitava com uma galha lavrada de goiabeira na mão, por medo de eu reagir negativamente me recusando ao tratamento ou por medo de eu tentar fugir por vergonha da azaração dos meus amigos e desconhecidos da mesma idade que aguardavam por ali. No auge da minha ingenuidade infantil achei fantástico tão espetáculo de alegoria irreparável. Apenas fiquei com medo das rezas estranhas e com vergonha das risadas das outras crianças na fila para serem benzidas (bentas) também. Não há de minha época uma criança sequer, fosse da religião que fosse que não tenha vivenciado experiência parecida. Lembro-me até hoje, com nostalgia, de tal procedimento e sinto-me honrado todos os dias por isso. Hoje, me sinto um pouco órfão dessa época e desse tipo de ser humano que aos poucos vai deixando de existir no bairro Copacabana.
>>> OBS: Homenagem ao grande Srº Chapelão, morador do bairro Copacabana, BH, MG. Com toda a minha deferência.
01/05/2018
Bom dia, seja bem vindo Maio
Maio surge novamente no calendário
com muitas comemorações e homenagens lindas,
Temos sempre muitas esperanças e perspectivas pessoais.
À uns o maio é das noivas,
à outros de religiosidade maior,
ainda com comemorações, níveres, lembranças aos montes.
E como não poderia deixar de ser: com a homenagem maior à mãe:
que tem sempre papel marcante e relevante na data
Se maio tivesse corpo, fatalmente teria a face da mãe,
com toda sua roupagem e magnitude
à sí atribuida pelo amor do Criador
Seja qual for o motivo que nos sugere Maio
leve sempre sua alegria e carinho com seu gesto e jeitinho de comemorar,
abraçar e levar alegria.
Com certeza estará dando motivos para que se impere
o calor e o amor em toda comemoração,
que o tempo e o momento sugerir.
Guerreiros
Minha nação e feita de guerreiros!
Minha gente é o povo brasileiro!
Sou fruto desses, daqueles,
e de muitos outros indígenas que aqui viveram...
das muitas tribos que aqui existiram... Existem... E persistem!
O meu povo é guerreiro
não fogem a luta
e mesmo assim levam a culpa
por serem abusados!
por serem explorados!
por serem enganados!
por serem escravizados!
Nunca tiveram seus direitos respeitados
Salve a verdadeira família brasileira
os primeiros habitantes
dessa terra tão gigante
Somos todos imigrantes
com a fantasia ignorante
que somos proprietários de tudo por aqui,
mas é tudo ilusão
pois antes mesmo de qualquer colonização
os povos indígenas já viviam nessa nação.
Possuem sabedoria e cultura tão importante
cheios de pureza, alegrias, de uma força tão gigante.
Que nunca se cale o vosso cantar
pois são os verdadeiros donos desse lugar.
Mãe,
Um ser que dá a vida,
alimenta, ampara, educa,
protege em cada segundo
Mãe,
é ternura sempre,
compreensão, lágrimas, sorrisos,
é o maior amor do mundo !
O rio que te atravessa...
Em seu coração passa um rio
Metade coragem e sina de estima
Outra, que se assanha generosa
Embalado pelo peito que domina
Em seu coração navegam temores
Do tempo passante cair no vão
E levar pra longe o apego de viver
Alegrias, curas e bem querer
Em seu coração trilha um rio
Veloz, de direção quase incerta
Por vezes, difícil de navegar
Mas capaz de salvar... não de afogar
Em seu coração viaja um rio
Sereno, imenso, manso, cristalino
Vezes, de vontade própria em seu curso
Curso de variantes desejos de destino
Em seu coração mora um rio
Que não seca e não se atrasa
Que passa sonhos e intenções
E não se nega afagar emoções
Em seu coração corre um rio
Que um dia errou seu curso
E foi parar onde se ouve meu canto
Ali, onde o amor é mais que encanto
Mãe, perfume em pétalas suaves,
chegando para nos acariciar,
deixa o coração bem feliz,
conjugando o verbo amar...
Neusa Marilda Mucci - poetisa
MINHA RAINHA.
Quem te acompanha sempre
Que cuida de ti desde antes da luz,
Que te acompanha até no momento da cruz.
Te acolhe desde o primeiro choro,
Te acompanha até o último suspiro.
Da lágrima ao sorriso,
Do sussurro ao grito,
Ela sempre está contigo.
Guerreira: assim pode ser classificada,
Poderosa: assim pode ser denominada,
Mãe: assim pode ser simplesmente chamada.
Ela vence até o maior medo por ti,
E, se feliz não está, ela é capaz de sentir,
Ela olha para ti e faz-te sorrir,
Como n'uma simples canção de amor,
Que, por maior que seja a dor,
Não aceita tipo algum de rancor.
Ela é mãe... única e insubstituível,
Mulher batalhadora de força incrível,
De beleza inigualável.
Ela merece tudo de melhor,
Ou, ainda melhor,
Ela merece o melhor de tudo.
A rainha de espada e escudo,
A guerreira de coroa e vestido.
A primeira mulher da tua vida,
Que está contigo por onde quer que siga,
E continuará independente do que diga.
Sua maneira singular é sempre mantida,
Ninguém é capaz de copiá-la.
Mãe... se eu pudesse, neste momento, fazer um pedido,
Se eu tivesse uma lâmpada do gênio,
Que você vivesse comigo para sempre, seria o meu desejo.
Sobre o dia do Índio,
Xavante, Nossos povos do primórdios tempos
Amawáka, Como puderam ser tão insensíveis
Jarawara, A seus ritos e conceitos sublimes
Kambeba, E seus modos viventes ao ar livre
Anambé, Desde o descobrimento são explorados
Nambikwara, Povo dos brancos sendo infiltrados
Yanomami, Suas terras invadidas pelo dinheiro
Guarani, Lutam por suas crenças, antepassados
Pataxó, A carta de caminha de grandes relatos
Macuxi, Demonstrou o espanto ao ver a galinha
Ticuna, Seus costumes e respeito pela natureza
Terena, Adornos e jeitos aos mais velhos conceitos
Muitas etnias indígenas são conhecidas
Todas merecidas de nosso grande respeito
Somos todos gratos por seus ensinamentos
Valores e os conceitos que ainda não temos.
Mãe, são teus todos os dias!
Nos anos que percorre,
Quando a lida não tá fácil,
No acolher de teus braços
Teu amor me socorre...
Quanto já sacrificaste?
Por teus filhos enfrentaste?
Raivas, horas de sono perdidas
Dores do parto e da vida...
Mãe, inspiração da poesia,
São teus todos os dias!
Em teus olhos há segredos
Que espero descobrir...
Quantos silêncios guardados,
Só para não me ferir?
As tuas mãos afastam o mal,
Com justiça me corrigiram.
Pequenas doses de dor, pra evitar
Dores futuras e pesar...
Mãe, inspiração da poesia,
São teus todos os dias!
Trabalhou duro pra manter o pão
És meu exemplo de motivação!
Rosa que exala o mais doce perfume
A ti, as alegrias!
Tuas palavras de sabedoria
Ousadamente me aconselham
Qual direção a tomar:
Se fico cá ou vou pra lá...
Mãe, te amo e muito obrigado!
Pois, por incontáveis motivos,
És Mãe, a inspiração da poesia...
São teus todos os dias!
Mãe!
É o pensamento racional, satisfação da existência, razão da vida. Mãe são gostos comuns, é time que ganha, doação em demasia. Mãe é real, relacionamento infinito e barriga cheia.
Mãe é uma “mercadoria” sem preço, uma vida em harmonia, encantadora do eu. Mãe uma intimidade natural, não tente explicar, só quero te ouvir. Mãe fecha os olhos com força, sinta o peso da perda, transforma por onde passa.
Mãe é dama no olhar, sensação significativa, oportunidade de reflexão. Mãe é balanço da caminhada, controladora a respeito de quase tudo, explosão diante de deslizes.
Mãe é sentir-se feliz, ter válvulas de escape e uma vida simples. Mãe abre mão de si mesma, não se sente sozinha, muito menos solitária. Mãe tem alma de verdade, lembra de cada gesto, negocia os presentes.
Mãe tem poucas ligações sociais e muitas emocionais, trabalha com sucesso e chora desapontada. Mãe se diverte em meio às circunstâncias, dos acontecimentos da vida e nos manda mensagens.
Mãe contempla o próprio filho, interage por completo e tem boa vontade. Mãe tem atitudes de gentileza, não sabe onde Judas perdeu as botas, mas sabe encontrá-las. Mãe sabe dar aquela notícia, inspira credibilidade e fala sem parar.
Mãe é próxima e conectada, aceita os acontecimentos e evita imposição rígida de suas ideias sobre como as coisas devem ser. Mãe é o ensinamento entre distinguir o bom do que não é, é a paciência para coisas insuportáveis, é trabalho de toda uma vida.
Mãe é nunca ter tédio ou falta de paixão, é esforço ao máximo e nunca o bastante, desistir nem pensar. Mãe é a felicidade que não se compra, é o band-aind, a sensibilidade, o conhecer e compreender.
Mãe é o sim fácil, é estar certa, mesmo estando errada, é deixar seus planos para mais tarde. Mãe é ter gosto torto, amar desde sempre, entender com os olhos do filho.
Mãe eu te amo! Obrigada por existir! Obrigada por ser você! Desculpa as perdas! Obrigada pelo sacrifício divino! Obrigada pelas noites insones! Obrigada pela vida! Eu sempre estarei conectada a ti. Um beijão no coração.
Mãe virtuosa
Por você ser mãe
É mulher realizada
Será sempre abençoada
Por você ser mãe
Por você ser mãe
Sempre será lembrada
Terá sempre o prazer de ser amada
Por você ser mãe
Por você ser mãe
Jamais será esquecida
Será sempre honrada
Por você ser mãe
Por você ser mãe
Representando o amor de Deus
Simbolicamente amando os seus
Por você ser mãe
Por você ser mãe
De seus filhos se compadece
Desde quando concebesse
Por você ser mãe
Por você ser mãe
Deus a honrara
E sempre te amará
Por você ser mãe
Mãe, além do substantivo
Mãe não pega o jeito, já nasce pronta. Mãe não fica sabendo, ou não chega depois, de alguma forma e não se sabe como, ela já sabe e já está lá. Mãe não mente, diz que na volta a gente compra e não se fala mais nisso. Mãe não avisa, prevê. Mãe arruma a gente, mãe arruma um jeito. É brigando com a mãe que se aprende a perdoar. Afinal, com mãe a gente não rompe, só fica de mal. Mãe é a melhor companhia para ir ao pronto socorro. Se a gente não sabe o que tem, ela provavelmente deve saber. O pediatra só passa a receita, ela constata: “Eu falei, isso aí é virose, vamos passar na farmácia”.
Mãe pergunta só pra cumprir protocolo, por educação, na verdade ela já sabe de tudo. Tanto é que quando pergunta, pergunta afirmando: “você bebeu, né?” “você passou essa camiseta?” “seu quarto tá limpo?”
Mãe não ameaça, fala que vai sumir de vez qualquer dia desses. Mãe tem um dom metafísico que transcende a natureza das coisas: não importa se você perdeu algo, ela vai achar e vai esfregar na sua cara. A ciência ainda não explicou esse tipo de fenômeno, mas os cientistas estão trabalhando nisso.
Mãe não cabe em prosa, em verso, nem em música. Não tem começo, meio e fim. Mãe a gente não lembra, a gente leva. Lavoisier disse uma vez que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Com mãe não é diferente. Mãe é um papel que vai um pouco além do pra sempre, um pouco além, porque parece que até o pra sempre, sempre acaba. A mãe não.
É amor incondicional
que vai além...
da doação
do seio que alimenta,
do colo que acolhe,
das mãos que afaga.
É vida brotando vida
É essência que atinge
a imensidão da alma .
Mãe...
“Mãe é fonte de amor puro
A sensibilidade que transcende
É a doçura que o amargo da vida alivia
É cuidado que mesmo distante se sente.”
Viviane Andrade
“Linda Mulher"
O seu nome é como eflúvio.
O seu jeito tão frugal me conquista.
Você é como reflexo do sol.
Que a cada manhã sempre brilha.
És a mais linda das mulheres.
Como são belas as suas faces.
Seu sorriso é como flores brancas.
Que num lindo jardim nasce.
Os seus lábios gotejam doçura.
Como é maravilhoso o teu olhar.
Nessa doçura me encanto.
É difícil de explicar.
Seus cabelos são como o vento.
Que exalam fragrância no ar.
É como um amor que brota.
Quando passamos a gostar.
Sua voz é meu talismã.
Tu és dona de rara beleza.
Não duvide de minhas palavras.
Elas estão cheias de pureza.
Estava sozinha a pensar.
Na minha poesia mora seu nome.
Vim declarar meu amor.
Te amo professora Ivone.
O tempo passa,
tantas coisas se vão...
Mas nas paredes da memória,
nas paredes e na memória
ficam as marcas
e a saudade, uma eterna
homenagem àqueles dias
que jamais voltarão.
Bartolomeu Bueno, “Diabo Velho” ou “Espírito Maligno”? Anhanguera foi responsável pela morte e escravidão de milhares de índios. Além de ter uma estátua no centro de Goiânia, seu nome está na principal avenida. Sou a favor de revermos a história e analisarmos quem merece ser honrado.
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