Homenagem a uma Pessoa que Morreu

Cerca de 42288 frases e pensamentos: Homenagem a uma Pessoa que Morreu

Texto em homenagem a todos os participantes do grupo do Facebook: Artrodese da Coluna Cervical - "Guerreiros Parafusados".

O apoio - 19/05/2023

A dor nos machucou
O sofrimento nos uniu
Entre um relato e outro
A empatia surgiu

Gente que gosta de gente
Orações ecoando aos céus
Pessoas reunidas humildemente
Confiando na graça de Deus

A distância não nos impediu
De sermos sensíveis a ouvir
Pensamento positivo fluiu
Dando forças para decidir

Muitas mensagens e experiências
Alento trouxe ao coração
Sou grata a Deus pela providência
E a cada um pela compaixão

Inserida por anabeatriz_depaula

⁠LXXXVII

Canta o Canário-da-telha
em homenagem ao festejo
da nossa Cidade de Rodeio
e por este canto eu agradeço.

Canário-da-telha das manhãs
és meu companheiro
que com as suas cores enfeita
e vejo nelas sempre um poema.

Razões infinitas para seguir
com fé em Rodeio é observar
que a beleza mora neste lugar.

Gratidão ao Canário-da-telha por cantar para fazer este dia ainda mais felize o aniversário de Rodeio comemorar.

Inserida por anna_flavia_schmitt

Vamos tentar contar as estrelas que Bilac ouvia,
com este soneto, procuro prestar uma homenagem
ao nosso Príncipe dos Poetas.
Osculos e amplexos,
Marcial

OUVIR ESTRELAS
Olavo Bilac

"Ora direis ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

*************

ESTRELAS AO LUAR
Marcial Salaverry

Em noites enluaradas,
até o brilho das estrelas é maior,
inspirando almas apaixonadas,
para viver o amor melhor...

Não amar, seria o pior,
e com as carícias desejadas,
uma lição que sabemos de cór,
é bom amar em noites estreladas...

Além de amar, vamos estrelas contar,
parafraseando Bilac que as ouvia,
melhor para a paixão controlar...

Contá-las, para melhor o amor viver...
Ao lado da pessoa que amamos,
Contá-las para melhor as saber...

Marcial Salaverry

Inserida por Marcial1Salaverry

⁠Difícil e divino, o canto harmônico tibetano cria um acorde de três notas em homenagem a Amitabha Buddha, unindo vozes em uma prece de luz e paz.

Inserida por evermondo

⁠Força Gaúcha: Uma Homenagem ao Povo do Rio Grande do Sul
Nas terras do sul, onde os campos se encontram com o céu, um povo guerreiro enfrenta tempos de prova e dor. O Rio Grande do Sul, conhecido por sua bravura e labor, hoje sofre com as marcas de um desastre sem igual.
Frente a chuvas implacáveis, casas, pontes e barragens se desfizeram, mas o espírito gaúcho permanece indomável. Este povo, unido por objetivos comuns, não conhece a palavra desistência. Trabalhadores incansáveis, estarão juntos na resistência.
As vidas marcadas pela tragédia, os desaparecidos entre escombros, as famílias desabrigadas clamam por nossa solidariedade. Enquanto choramos os que se foram, também celebramos a força daqueles que permanecem, reconstruindo, dia após dia, o solo que tanto amam.
Ao povo do Rio Grande do Sul, oferecemos nosso apoio incondicional e nossa admiração. Que a prosperidade retorne aos vossos lares e que a união continue a ser a vossa maior força. Estamos convosco, hoje e sempre, na reconstrução de cada pedra, cada ponte, cada casa e, em cada oração e em cada gesto de apoio.
Com respeito e esperança,

Inserida por MauricioCCantelli

HOMENAGEM À DANI

Dani, nome que brilha como estrela guia,
Na vastidão do céu da vida, és poesia,
Mulher de força, coragem e alegria,
Teço em versos, tua história e magia.
Em teu nome, Dani, dignidade se detecta
No significado, "justiça divina" nos conecta,
No teu caminhar, foco e determinação
No olhar, garota, pura sedução.
Nos teus olhos, alguma coisa sempre acontece,
E em teus gestos, a generosidade engrandece,
És um ser de empatia, amor e harmonia,
Protegida por Deus, és doçura, és energia.
Daniela, Danielle, Dani, Dandica, chame como for.
Mistura amor e ardor.
Símbolo de força e fé,
Quase nunca recusa um cafuné.
(FELIPE REIS)

Inserida por felipereis_fr

HOMENAGEM AO DIA DO PROFESSOR

⁠Caríssimos professores, só existe uma maneira de dizer-lhes obrigado: olhem para mim!
Muito obrigado pelo que sou hoje.
Sei escrever e ler, sei questionar o que ninguém questiona, sei responder àquilo que parece não ter respostas, sei conviver com essa diversidade plural de seres humanos e outros seres mais humanos que muitos; devo tudo a vocês.
Minha mãe, Norma Augusta, foi uma heroína e me entregou como um ser humano educado nos quesitos familiares e cristãos a vocês. Desde a tia Tânia, lá no longínquo jardim de infância, passando pelas escolas de ensino primário e secundário, cresci e me tornei o que sou. Vocês abriram janelas para mim em um quadro negro, usaram giz e lápis de cor como chaves para abrir as portas desse futuro em que cheguei. Me deram livros e cadernos como se fossem pão e água, alimentos saudáveis que nutriram minha mente com as mais belas histórias e os mais importantes ensinamentos.
A única maneira que encontro para lhes dizer obrigado é pedindo que olhem para mim, vejam que sou hoje um homem que entende a importância de ter convivido com vocês por tão longas horas e por tão maravilhosos momentos. Muito obrigado, professores, por terem embriagado a mim e a muitos outros com o conteúdo de seus conhecimentos. Por terem encontrado paciência para repetir aquilo que eu não entendia, por trazerem das suas casas toda a bagagem de conhecimento que não me deixou frustrado nas minhas expectativas, não ficando em dificuldades nas viagens mais elementares, mas ampliando meus horizontes.
Só assim, meus caríssimos professores, posso dizer-lhes: Muito obrigado! Parabéns pelo dia de todas as professoras, de todos os professores.
15 de outubro de 2020

Inserida por paulosiuves

⁠Manuel de almeida: Poesia, Fados e Destino -

Quando algures se presta homenagem a uma ilustre figura que imprimiu no mundo a sua “digital criativa”, é quando, verdadeiramente, se cumpre e se manifesta a alma de um Povo. É quando se expressa, no mais vasto sentir de uma pátria, aquilo que de mais intenso e grandioso a precede e antecede. Isso que faz dela a ramagem que dá vida às folhas que brotam, num verde jucundo, dos ramos de uma árvore altiva e frondosa. A imponente e grandiosa copa de uma árvore que se ergue ao céu pelos tectos do princípio ao fim do mundo. É assim o punho de um poeta ou a voz de um rouxinol…


Manuel de Almeida. Um poeta solitário que canta a voz de um povo. E sê-lo, é saber profundo, pesado e leve de um passado distante, rude e austero, feito de idealismo sublime e arte manifestada. Força que emana de cada pensamento no doloroso silêncio de uma vida vivida, de um sonho total. De uma verdade expressa, de uma entrega inteira, real, sincera, altruísta, sensível, e até, quase cruel…

Manuel de Almeida, alguém atento, à vida que foi, à vida que é – ainda – sem o ser, porque o já foi, sendo-o. Alguém nas várias dimensões do tempo, projectado na grandeza panorâmica dos seus versos e do seu canto…

“Quando chegar a hora da partida
ordenada por Deus omnipotente
quando os anjos cantarem nova vida
o meu fado talvez seja diferente.

E quando for a festa do meu dia
no mundo imaginário que sonhei
quero beber o vinho d’alegria
e abraçar os amigos que encontrei.

Suspenso no meu fado, nem reparo,
no tempo de marcar a minha vez
quero morder o pão que me foi raro
nesta minha passagem com vocês.”

Bravo Manuel de Almeida! Bravo! Este teu “Até Sempre” permanecerá sempre, aqui e ali, em nós, teu Povo, tua Gente, em cada canto, para sempre! Bravo! Bravo!

Tão poético! Tão Fadista! Tão português …

Plasmando nos olhos e nos sentidos de cada um a imensidão da tua alma. Rubra e intensa, quando ao cair da noite as guitarras ainda se perfilam no horizonte das vielas e a tua voz se ergue de mãos postas pisando as penas de uma vida que nos vive. O que de ti para nós é o Fado! Isso que súbito, e em cada um, acorda e desperta uma memória longínqua e difusa de eternidade. Profunda e intensa. Indefinida nostalgia amarga e doce de algo que se sabe e se esqueceu. Perante o fado que é o teu todos somos poetas…

Todos sentimos frente à tua eterna e humilde presença, a dor e a grandeza da humanidade, esse património impresso no sangue lusitano desta pátria singela e amada a que todos pertencemos e erguemos como um facho a arder nas madrugadas transformando a noite escura em dia claro.

A fé profunda das palavras que nos falam de ilusão, a sabedoria e o êxtase dos sentidos despertos em horas de fado, bem ou mal fadado, e os abismos nocturnos onde se afundam lamentos que desejamos transcender. A nossa alma!
Tudo o que sempre foi e é este país mais do que qualquer outro. O teu, o meu, o nosso país. Este Portugal à beira mar, esta Lisboa de encantar adornada pelo Tejo.
E as palavras não se esgotam, dizem os poetas. Perante ti, Manuel de Almeida, não se esgotam, mas não chegam, já não vibram…

“As palavras são como um cristal,
algumas um incêndio.
Outras orvalho, apenas.
Secretas, vêm, cheias de memória.
Tecidas de luz
que paraísos de unidade activam ainda.
Quem as escuta?
Quem as recolhe?”
Diz Eugénio de Andrade


Recolhe-as o poeta, escuta-as o fado… digo eu!
Nós somos, por isso, uma gente de mágoas, um Povo solitário, grandioso na partida e maior à chegada…


“Óh gente da minha Terra,
agora é que eu percebi,
esta tristeza que trago
foi de vós que a recebi.”

Disse Amália.


Manuel de Almeida escreveu:

“E quando for a noite do meu fado
fado que me foi dado de raíz
quero cantar até ficar cansado
numa canção de amor ao meu país.”


Obrigado Manuel de Almeida. Por seres poeta, por seres fado, por tão bem sentires a tua pátria, o teu Povo, a tua raíz, a tua Gente. Por viveres e fazeres acontecer em ti e de ti a alma portuguesa.

Manuel de Almeida: Poesia, Fados e Destino …



Cascais, 27 de Abril de 2015
Jantar de homenagem a Manuel de Almeida.

Inserida por Eliot

⁠Eu quero fazer uma homenagem para todos os meus amigos em vida , porque depois da morte não existirá mais nenhum propósito.

Para os amigos que lutam na vida ,que a cada passo transcendem os confrontos do cotidiano,essa homenagem é dedicada à sua coragem inabalável. Que a cada passo um novo obstáculo é vencido e que através de cada vida suas histórias de resiliência e superações os deixem cada vez mais fortes.
Desejo que o caminho de vocês seja enfeitado de planos concretizados e que todos os teus dias sejam felizes. Todos vocês para mim se tornaram um exemplo vivo e modelos de vida à serem seguidos.

Inserida por Artfati

⁠texto rustico em homenagem aos nossos herois brasileiros, que estao sendo esquecidos
ETERNO TU SERAS, COBRAS FUMANTES
isto, não é um poema, isto nao cotam na escola
isto não é lembrado, ó força, ó pátria você foi amada.
meu nome ? meu nome é Arlindo lúcio da silva, junto a mim
esta Geraldo rodrigues de Souza e também Geraldo baeta da cruz
bom, desculpe meu erro de português. afinal de contas eu só terminei o curso primário.
bom, aqui estou mas meus companheiros... uma salva de tiro, estou com medo
na verdade nos estamos, o que estamos fazendo aqui ?
a, lembrei estamos aqui por nossos pais e nossos filhos, na verdade estamos aqui por vocês
se é que vão contar sobre nos. sim, os americanos nos odeia também, afinal. somos latinos ne ?
bom resumindo tudo, afinal não da tempo de escrever tudo... estão por todos os lados.
o saudade de você minha mãe, o saudade de você meu BRASIL BRASILEIRO, enfim eu estou com medo.
Geraldo rodrigues, e Geraldo baeta também esta. afinal estamos arriscando tudo por, nos, filhos,
filhas, e mãe pátria. eu juro nossas pernas tremem, mas hoje a cobra vai fumar...
meu Deus aqui é o inferno, quem estava conosco, já estão descansando, sorte?
meu Deus isto é um pesadelo, estamos com fome e quase sem munição, a Deus me perdoe.
bom nos perdoe, mas não posso deixar que o sacrifício de todos fossem em vão, afinal somos os cobras fumantes!
bom, morreram todos, estamos sozinhos e sem munição, o que faremos?
nesta hora, eu e meus amigos, bom aqui na guerra meus irmãos, olhamos um para o outro
colocamos as baionetas...sim pediram para nos rendermos
mas pela nossa Pátria amada, pelos mortos, pelos nossos filhos e filhos do Brasil.
ate a morte!
ouvi o som da morte, e meu corpo congelando. esta me faltando ar, olho para meus irmãos
ajoelhados olhando para o céu, sentindo o mesmo que eu.
Perdão Deus, precisava defender minha família e minha terra, por favor nos perdoe.
Dizem que nossa bravura. foi imensa fomos grandiosos Dizem que fomos condecorados pelo nosso próprio inimigo por honra
obrigados por nos dar um enterro digno. nos somos os Cobras Fumantes eterna seja nossa vitória!
Não esqueça meus filhos, e nossos filhos. nosso sacrifício, foi por vocês, foi para minha terra que é minha casa
foi por nos.

Inserida por aliprotii

⁠HOMENAGEM AO AGRICULTOR

Hoje eu vou falar
Desse ilustre trabalhador
Que luta sem cansar
Dedicando o seu amor
A você essa homenagem
Ao Ilustre agricultor.

Se perde o que planta
Luta com perseverança
Um dia a chuva chega
Nunca perde a esperança
Quem acredita em Deus
Segue com confiança.

Sua maior felicidade.
É olhar aquele chão
A lavoura, que beleza
Agradece com emoção
Colher o milho verde
É a maior satisfação.

Da terra ele sobrevive
Dali tira seu sustento
Planta milho e feijão
Seu melhor alimento
Agricultor não perde a fé
Nem por um momento.

Parabéns agricultor
Por sua maior riqueza
Os calos das tuas mãos
Isso se chama nobreza
Tu és um presente de Deus
Filho dessa natureza.

Irá Rodrigues.

Inserida por Irarodrigues

Seja sempre sincero. ⁠A mentira não merece homenagem.

Inserida por kamorra

⁠LÍRIOS DE TITÂNIO (Em homenagem a Seres Humanos extraordinariamente excepcionais)

Há almas feitas de titânio.
Sim. Titânio. Leu (ouviu) bem.
Titânio do mais puro que existe,
extraído do rútilo.
Há almas que não se aprisionam.
Nem com síndromes.
Há vozes que não se silenciam. Não.
São vibrações quânticas
do Universo,
que não existem
no mais cristalino verso.

Há estrelas que nunca serão
anãs brancas,
nem buracos negros,
ou estrelas de neutrões.
São inspirações fotónicas
nos berçários estelares,
bem no coração
das Nebulosas.

Há esperança costurada
nos voos das aves
e na proa do vento,
uma determinação
sem espaço, nem tempo.
Há almas
feitas de lírios e violetas,
alfazema e açucenas,
mas, também,
de orquídeas e girassóis.
Há coragem cerzida na "passion" (paixão).
Há superação. Elevação.
Há Céline Dion.

© Ana Cachide Praça (in "Lírios de Titânio")
28 de julho de 2024

Observação: Uma singela homenagem a SERES HUMANOS extraordinariamente excepcionais.

Inserida por ana_cachide_pedroso

⁠POEMINHA DO ESTUDANTE

Hoje a homenagem é sua
Mesmo com dificuldades
Abrace a sua escola
Colha todas as felicidades.

Dedico com carinho
E a minha admiração
Parabéns estudantes
Você, é a base da educação.

Sem a presença de vocês
A escola não tem vida
Mas quando vocês chegam
Ela ela é toda colorida.

Nunca pense em desistir
Siga sempre confiante
Deus abençoe vocês
Parabéns estudante.

Irá Rodrigues

Inserida por Irarodrigues

⁠A vaidade nos faz acreditar em coisas sem importância real, como se fosse uma grande homenagem conquistada por distinção.

Inserida por ricardovbarradas

⁠Mulher, você merece toda a homenagem,
Por sua essência única e celestial.

Inserida por Araujo2013

⁠Grande dor a uma criança morta
(em homenagem à prima Kátia)

I
Chegaste e eu fiquei triste.
Chorei... Não podia crer
Que isso fosse a pura verdade.
És muito mau meu amigo.
Por que dar uma notícia assim?
II
Fiquei chocada, gritei...
Mas tudo inútil,
Pois só tu me ouvias!
III
Tristeza, sempre estás
Aqui junto a mim.
Nem sei se aguento...
Mas a ilusão de tudo se acalmar,
E a nossa felicidade voltar,
Ainda existe em meu coração.
IV
Sorrir, sorriso puro?
Era o daquela linda criança
Que conheci há algum tempo...
Seus olhos azuis, quase negros,
Fitavam os meus vivamente
Enquanto eu, pobre pirralha,
Escondia, para não veres,
Uma enorme, grande
Tristeza e dor...
V
Teus cabelos perfumados
Todos os dias eu afagava.
Tu sorrias, pura criança...
Andavas, corrias e choravas...
Mas eu não me importava!
Tu me querias e eu a ti.
Amada, minha querida!
Eras tão boa de alma.
Singela, tão sonhadora e triste!
Será que tu herdastes algo meu?
Não, não quero...
VI
Mas hoje, criança,
Dormes um sono,
Um pesado sonho angelical.
Aquele que permite a nós, homens,
O descanso eterno pela morte...
Não corres, nem choras e nem sorris mais...
Teus cabelos estão ainda perfumados...
Teus olhos, nem posso lembrar-lhes a cor!
Mas lembro que eram puros,
Tão puros quanto a flor!

(junho/ 1967)

Inserida por hidely_fratini

⁠A JANELA
.

(ou: Homenagem aos Historiadores)
.
.
Olha pela janela...
Lá vai o primeiro homo habilis
a caminhar, ainda trôpego, sobre a Terra.
E ali está a mulher
– bem mais inteligente que os machos
de sua espécie –
a jogar no solo a gentil semente
pronta a germinar o milagre da revolução agrícola.
Espia! Aquele artesão acaba de mover a pioneira pedra
para fundar a primeira das cidades,
e não está longe o que inventou a roda
– ela... tão surpreendente na sua genial obviedade.
.
Espicha agora o teu olho longo
pela paisagem infinda...
Percebeste César,
à beira de um riacho,
discursando para os leais soldados?
Ele atravessa agora o seu rubicão,
marcha sobre Roma,
proclama-se Ditador,
e recebe as vinte e três facadas.
E logo ali vem Cleópatra,
tão perto no espaço-tempo
– com seu olhar anacrônico
e seu sorriso à Liz Taylor.
Ela o seduz, mesmo num saco de estopa,
enquanto, no mesmo gesto, já concebe seu filho
– egípcio e romano –,
e morre... ao chacoalhar das serpentes.
.
Quanto a ti, a tudo contemplas,
em um único relance,
bem ali: sob a janela.
.
Não... não chores, Historiador...
Tu vês a peste negra?
Sentes seu odor da morte se elevar aos ares?
Ouves o som surpreendente dos cacos de vidros
a quebrar o silêncio na noite dos cristais?
Sofreste agora aquela profunda fisgada
da bala que encontrou Guevara?
Pranteias pelos primeiros desmatamentos,
e és fustigado por cada açoite lancinante
nos ombros de todo escravo?
.
Mas tu podes ver o florescer de um movimento verde
que salvará as baleias e micos-dourados
ao som de canções medievais
entoadas pelos trovadores árabes e cristãos.
Tu – mais do que todos – podes ver os homens e mulheres de pela preta
em sua luta diária pela liberdade,
a fundar quilombos e universidades,
a vencer o preconceito insano!
És tu que podes ver, em Luís Gama, um tanto de Zumbi
– e, para além do herói, o homem humano!
.
Tu viveste, há dois segundos do nosso próprio tempo,
todos os sonhos de igualdade, de uma só vez!
E, se tu viste as ditaduras de todos os tempos se erguerem
em um único e cruel movimento,
também assististe à derrocada de todas elas.
Tu és privilegiado, Historiador...
Somente tu, junto aos artistas, viajas tão à vontade pelo tempo
antes da invenção das máquinas de viajar no tempo.
És tu aquele que olha atento
e intrigado pela janela
onde tudo se estende à espera de novos olhares.
.
Lá estão as fontes históricas
– estes passados tão presentes –
todas tão ansiosas pelas perguntas que farás
às suas páginas por vezes bolorentas,
aos tratados de guerra e paz,
aos diários anônimos e secretos,
à sua matéria mais despretensiosa...
.
Ali estão as fontes, ao pé da tua janela
– as mesmas que aguardam, com solenidade ou displicência,
as perguntas que farás aos decretos e receitas de bolo,
aos jornais oficiais e clandestinos,
às cidades acima e abaixo da terra,
aos sulcos deixados na terra pelos camponeses;
ou, por fim, à lança de pedra que foi lascada
pelo primeiro homo habilis
a caminhar por sobre a Terra.
.
Vai, Historiador...
Olha pela janela
e age na história
de tua própria época.
.
.
[BARROS, José D'Assunção. Revista Cronos, vol.23, nº2, 2023]

Inserida por joseassun

⁠Homenagem aos mortos servem apenas para a exibição dos vivos

Inserida por ValberLinden

⁠Em homenagem
Deixo essa mensagem
Em forma de poesia
Nos encontraremos um dia.

Inserida por 10uilton