Homem que Ama
Os desejos humanos são infindáveis. São como a sede de um homem que bebe água salgada, não se satisfaz e a sua sede apenas aumenta.
O infortúnio é um degrau para o gênio, uma piscina para o cristão, um tesouro para o homem hábil e um abismo para o fraco.
O homem feliz é aquele que ao despertar se reencontra com prazer e se reconhece como aquele que gosta de ser.
Se um homem não faz novas amizades à medida que avança na vida, ficará logo sozinho. Um homem, senhor, deveria manter as suas amizades em contínuo restauro.
Uma boa colecção de anedotas e máximas é o maior tesouro para o homem experiente, se ele souber entremear as primeiras em lugares convenientes na conversação e lembrar-se das segundas no momento oportuno.
O homem tem medo de sua espontaneidade. Seus antepassados da selva temiam o fogo: temeram o fogo até que aprenderam a acendê-lo. Do mesmo modo, o homem temerá viver apelando à sua espontaneidade até que aprenda a provocá-la e a educá-la.
Uma coisa é certa: o homem que planeja vingança procura manter suas chagas abertas, caso contrário elas podem sarar, e ele desistir.
O homem não é um animal solitário, e enquanto perdura a vida em sociedade, a realização de si mesmo não pode ser o supremo princípio ético.
Os fatos são como os bonecos dos ventríloquos. Sentados no joelho de um homem sábio articularão palavras de sabedoria; noutros joelhos, não dirão nada ou dirão disparates, ou comprazer-se-ão em puro diabolismo.