Homem Pobre
Vejo o meu retrato: um menino pobre de Porto Barreiros que chegou a Goiânia num caminhão de mudanças. Penso que evoluí muito.Mas não importa o quanto eu tenha evoluído, eu continuo num caminhão de mudanças.
Soando o som da vida.
O som do coração... Pobre coração, que com tanto esforço guardou-se, fez uma construção.
Pensou que estava protegido de bandidos, das pessoas.
Iludiu-se
No som da gaita que soava o som da vida escutaram, som de machados.
Alguém quebrava seu muro, sua proteção, tirava do castelo.
E te trazia pro mundo, o som da gaita aumentava.
A vida aumentava
Agora não havia muros para atrapalhar a visão, estava tudo diante de si,
A dança, o cheiro, o tono da voz, as cores ganharam vida,
E a gaita aumentava a vida,
E o passo diminuía, diminuía e depois de sentir a vida, dois rodeios...
A queda
Não havia mais proteção, nem muros e quem a tirou da construção, partiu.
Estava perdida num mundo que não conhecia, que se protegia
A queda, a gaita,
Não havia mais som,
Não há mais o som da vida.
A ausência causava dor.
E o som morria dentro de si.
Amar, Amar...
Nada se dá a ti pobre coração, se de morada foste um dia e agora na vermelhidão de seu amor se encontra por amar, amar e não ter a quem amar se apega nestas palavras que um dia virá a oferecer, no declarar de um só gesto um só olhar, esse coração eis de dar a ti, que por minha irei chamar.
ERRO MEU
Pobre sou, por que sofro nesse mundo,
a dor de um amor indiferente, insensível,
Sofro e não finjo, e o que sinto é visível,
zombo daqueles que finge, que não sente.
Sofro todos dias, o arrependimento,
por ter amado tanto a pessoa errada.
Deixei passar o tempo ficando calada,
hoje sofro sozinha a todo o momento.
Pobre de quem ama nesse mundo,
que chorar e lamenta, desprezado.
Podre de que chora e de quem ama.
Se eu sofro e por que eu nunca tive,
amor compreensão ou entendimento.
Que paixão é momento e amor é eterno.
Sou pobre mas não fui ganancioso, sou cego justamente para não ver o fantasioso, não sou sábio, mas, por tudo isso, sinto-me doloroso e ao mesmo tempo vitorioso.
O Brasil é rico, mas o seu povo continua pobre, sem educação, sem saúde, sem trabalho e sem segurança.
TEMPO V
Tempo, meu querido tempo;
Seja amigo desse pobre aprendiz.
Depois de tanto viver,
depois de tudo aprender,
não me quer feliz ?
Venha tempo,
pare, venha, sente-se...
Olhe em meus olhos e diz,
que ainda posso amar.
Esqueça de mim e vai,
me deixe te ver passar.
Humanidade melancólica, vives na escuridão do seu universo barato e medíocre. Pobre humanidade insana e egoísta, por isso que sofres a consequência das suas inconsequências.
Vá, e deixes florescer a dor de um futuro incerto, com a certeza de que irá frutificar a dor e a vergonha, de pensamentos baratos, que de nada serviram.
Humanidade, esse é o seu nome por enquanto, porque quando vier a coleta, será para prestar contas dos centavos que deixaram de pagar, e então o seu nome não mas será.
A porta do abismo já esta se abrindo, e é para lá que a humanidade esta partindo.
Não ficará ninguém para continuar essa história.