Homem Pobre
Pobre Gorota
Ela queria alguém pra contar sempre, alguém pra manter ao seu lado, alguém para amá-la, alguém pra retribuir cuidados.
Ela queria alguém pra chamar de seu, alguém que te aturasse e te entendesse, alguém em quem pudesse finalmente depositar confiança, confiar cegamente, sem precisar ser julgada, como sempre foi. Esse era um dos seus maiores medos e uma das maiores dificuldades, mas ela confiou. Era seu sonho.
Ela queria ser mimada, queria se sentir princesa, ser chamada de linda, ouvir palavras que pudessem te deixar com a auto-estima bem lá em cima, e queria ouvir isso desse alguém, só desse alguém.
Ela queria tudo isso, precisava disso ou talvez achasse que sim.
Ela queria ser feliz, e achava que só poderia ser feliz se achasse esse alguém que tanto desejava.
Ela queria um amor, queria saber como era o amor, queria sentir esse amor e queria a reciprocidade desse amor sentido.
Teimosa, guerreira, persistente. Assim era ela.
Menina sonhadora, cheia de sonhos e desejos. Alguns um tanto difíceis de se conseguir, mas não impossíveis. Nada pra ela era impossível, e esse era um de seus lemas.
Garota com metas a ser cumpridas, e a maior era ser feliz e amada.
Tudo mudou, só que ela ainda é a mesma de sempre, a diferença é que agora chora, por tudo que se foi, por toda ilusão recebida, por todo amor mendigado sem reciprocidade nenhuma, por todas as traições, mentiras, desilusão.
Caiu na real, pobre garota.
Sonhava com o "era uma vez" e seu príncipe encantado, e a vida só te deu sapos.
Hoje ao se olhar no espelho, aprendeu a lição de que não foi ela quem perdeu, e sim ele, por todos os vacilos cometidos.
Ao se olhar no espelho se reergue, e vê uma beleza nela que à nunca tinha encontrado, sem precisar que ele ou ninguém te elogie.
Hoje ela se arruma, coloca o vestido mais belo, a maquiagem mais bonita e sai para se divertir, esquecer de tudo, se sentir melhor. Por ironia do destino quem fica em casa chorando agora não é a pobre garota sonhadora, e sim ele, por tê-la perdido, a mesma que sempre mendigou seu amor, tarde demais para se arrepender.
Ela percebe que foi feliz, não pra sempre nem do jeito que queria, mas em parte acabou sendo.
Sofreu com o término? Sim! Sofreu, mas sofreu mais com o que ele te fez passar.
Se arrempendeu? Sim e não. Sim por ter confiado tanto, não porquê acabou aprendendo muito com tudo isso.
O que ela aprendeu? Aprendeu que pode ser feliz, sem depender de ninguém.
Aprendeu que pra todo fim, tem um recomeço, que acima de tudo tem que vim primeiro ela. Não é egoísmo, é amor próprio.
Aprendeu que não tem nada errado em sonhar, errado é você se iludir com esse sonho e deixar que alguém te iluda mais ainda.
Aprendeu que viver pra sí, é melhor que viver pra alguém, ela tem que se agradar, não agradar aos outros.
Aprendeu que pra cada 2 tristezas sentida, tem umas 50 alegrias esperando para serem sentidas e usadas também, superando assim a dor de antes.
Agora, o lema dela é ser feliz. Agora sim.
E me pediu que eu te deixasse em paz com ironia.
Deixei
Pobre de mim, tão idiota, voltei atrás e hoje estou sozinha de novo a me torturar.
Erros só se cometem uma vez.
Vamos vagar de vagar,
Felicidade é um feito nobre.
Pobre das almas que caíram assim,
Comprando assas de um novo estoque.
É tão circunstancial,
O modelo que cativa o mal.
Ouro, um coração ferido...
Flores contra o metal
E quantas não foram as vezes que a emoção te arrancou um sim, enquanto a pobre da razão gritava ao seu coração que NÃO.
Democracia
A política não desmente os fatos
Democracia: O Burocrata e corrupto
Enganar o pobre, ao partilhar o mesmo prato
As vezes o único som audível é o das batidas do meu coração, meu pobre, desorientado e enganado coração. Que não escuta nada da minha razão, e sente as coisas por iniciativa própria, sem nem mesmo eu ter dado permissão. Age por si mesmo quando tudo o que não deveria fazer era sentir, sofrer e se destruir aos poucos.
''O leitor inativo é pobre de conhecimento, o leitor ativo é rico em conhecimento e é um dos responsáveis por trazer um pouco de beleza e encantamento para este mundo tão rude.''
Garoto pobre da zona sul,
de roupa e alma rasgada
tecia seu verso, incerto
em seu velho caderno azul.
O telhado tinha uma goteira,
o madeirite tinha uma fresta,
Pela fresta assistia o universo,
A lua, as estrelas, que linda festa.
O dinheiro que o pai trazia,
dava pro pão, mas faltava pra vida.
A mãe dizia menino larga esse caderno
que isso não dá futuro, só ferida.
O garoto da favela nunca esqueceu a viela,
o povo, a dor, a sirene e o caderno.
Foi pro mundo muito cedo,
comprou um livro, vestiu um terno.
Nunca contestou as palavras
afiadas de sua querida mãe.
Desobedeceu ela até o fim da vida.
Em seu jazigo um poema:
Morreu o poeta da viela,
Venha estrela e venha lua,
espiar por entre a fresta.
Venham cear nessa rua,
Chorar a morte, fazer uma festa.
Cantar seus versos, contar seu amor
Fazer com que saibam que poetas
também nascem do calor da favela.
Roney Rodrigues em "Poeta da Viela"
Qualquer descrição seria pobre para tentar transmitir tamanha paz, lugares ainda vivos de sementes ora novas que exibem a sua maturidade em grandes envergaduras esverdeadas e braços fortes vividos algemados por folhas carregadas de luz...
Impossível interrogar a natureza... E se o fizermos não teríamos uma resposta, apenas olhe e viva o momento...