Homem Fiel
Na vida de um homem não há dois momentos de prazer parecidos, tal como não há duas folhas na mesma árvore exatamente iguais.
Todo o homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é dada pelos outros, e, muito mais importante, a que ele dá a si mesmo.
O homem interessa-se tão pouco pelo próximo que até mesmo o cristianismo recomenda fazer o bem por amor a Deus.
O homem razoável se adapta ao mundo; o irascível tenta adaptar o mundo a si próprio. Assim, o progresso depende do homem irascível.
O animal é tão ou mais sábio do que o homem: conhece a medida da sua necessidade, enquanto o homem a ignora.
A maior felicidade que pode acontecer a um grande homem é ele, cem anos após a sua morte, ainda ter inimigos.
Existem em todo o homem, a todo o momento, duas postulações simultâneas, uma a Deus, outra a Satanás. A invocação a Deus, ou espiritualidade, é um desejo de elevar-se; aquela a Satanás, ou animalidade, é uma alegria de precipitar-se no abismo.
O casamento é a relação entre homem e mulher na qual a independência é igual, a dependência é mútua e a obrigação recíproca.
O homem livre, no que pensa menos é na morte, e a sua sabedoria é uma meditação, não da morte, mas da vida.
A vida do homem divide-se em cinco períodos: infância, adolescência, mocidade, virilidade e velhice. No primeiro período o homem ama a mulher como mãe; no segundo, como irmã; no terceiro, como amante; no quarto, como esposa; no quinto, como filha.