Homem Esperto
O homem, essa criatura que aspira ao equilíbrio, compensa o peso do mal com que lhe partem a espinha, com a massa do seu ódio.
Se um homem quiser ocupar-se incessantemente de coisas sérias e não se abandonar de vez em quando ao divertimento, fica, sem perceber, louco ou idiota.
Existem certas ocasiões em que um homem tem de revelar metade do seu segredo para manter oculto o resto.
O homem feliz é aquele que ao despertar se reencontra com prazer e se reconhece como aquele que gosta de ser.
O único homem que jamais erra é aquele que nunca faz nada.
Todo o homem se descobre sete anos mais velho na manhã seguinte ao casamento.
O infortúnio é um degrau para o gênio, uma piscina para o cristão, um tesouro para o homem hábil e um abismo para o fraco.
Os desejos humanos são infindáveis. São como a sede de um homem que bebe água salgada, não se satisfaz e a sua sede apenas aumenta.
O homem tem medo de sua espontaneidade. Seus antepassados da selva temiam o fogo: temeram o fogo até que aprenderam a acendê-lo. Do mesmo modo, o homem temerá viver apelando à sua espontaneidade até que aprenda a provocá-la e a educá-la.
Uma coisa é certa: o homem que planeja vingança procura manter suas chagas abertas, caso contrário elas podem sarar, e ele desistir.