Hoje a Felicidade Bate em minha Porta
Voando alto quase não percebo que a inveja é o termômetro da minha vitória.
E a agonia de quem me deseja é a mesma que deixa fluir a falsidade que me impulsiona para a felicidade.
Lá da minha janela,
eu vejo a lua brotar.
Aspiro a brisa do mato.
Fotografo o lugar.
Sinto a vida pulsando,
ensaiando o caminhar.
Valnia Véras
Quando moro em mim
A minha morada é intensa, densa, construída na labuta diária do desconhecido.
Nos cômodos do meu ser, encontro algumas janelas e cortinas,
finas e transparentes,
que escondem o mistério do amanhã.
As portas da minha morada são largas,
com inúmeras fretas que me deixam espreitar o horizonte lá fora.
Quando moro em mim, enamoro-me alegremente,
trilhando pela complexidade do viver.
A minha escrita liberta, vejo a amplidão do horizonte passear pelos versos, pelas linhas da vida, às vezes sofridas, às vezes perfeita na simples complexidade de ser.
Se minha mentalidade fosse a única coisa entre mim e meu primeiro trilhão, eu já estaria lá ou ainda estaria me sabotando?
" Minhas palavras nem sempre te agradam? Desculpe-me então, não uso minha boca como alto - falante dos teus pensamentos."
" Sabe aquele teu sonho de me
ver de cabeça baixa? Esqueca!
não deixarei cair a minha coroa,
nem regarei o solo com minhas lágrimas.
no chão nada meu verás senão minhas
pegadas, pois sempre firme seguirei."
Talvez o que ficou preso na minha boca você nunca escute. Pode ser que a vida te mostre, mas, na verdade, desejo que não. Imagino como seria a dor do seu arrependimento.
Como não acreditar em seres místicos se sempre que fecho os olhos eu posso escutar o canto da minha sereia?!
ALAGOAS
Alagoas minha querida.
Fica nas margens do Nordeste
Terra recheada de Cultura;
Na zona da mata, no sertão e no agreste.
Suas belas praias,
Do mundo tem atenção.
Alagoas de águas,
Que causam emoção.
O que não sofreu esse povo
Pra chegarem até aqui.
200 anos não é pouco
Tem guerreiros a servir.
Lugar do meu coração.
Terra dos marechais,
Dos índios e do algodão,
Do fumo e canaviais.
Maceió é a capital,
Intitulada de sereia.
Na bandeira tem branco e azul
E também a cor vermelha.
Um estado arretado
Mistura de muita gente.
Para a terra “brasis”
Deu logo dois presidentes.
Suas terras são fabris.
Um artesanato impecável,
Um dos melhores do país
De matéria prima inigualável.
Terra fértil
Terra amada
De encantos mil,
És tu, Alagoas do meu Brasil
Cadáver
Você (ansiedade) me cerca e dilacera minha alma
Perdão a mim mesmo
Por tantas permissões tolas
Perdão a mim mesmo
Pelas loucuras expostas
Pelos pássaros presos
Nas masmorras da ignorância
Pelos sins que deveriam ser nãos
Pela corda colocada no pescoço
E por puxar o banco
Por tantas desventuras e arrogâncias
Num barco à deriva
Eu cortei meus pulsos
O oceano encheu-se de mim
Bebeu do mais incerto sentir
Andorinhas pousaram sobre meu corpo
E dançando valsa, levaram meu espírito
Raios de sol queimam minha pele
Pálida como papel
Distante como a lua
O céu permanece azul
Tubarões se aproximam para olhar o seu rei
Uma coragem lastimável
Um impacto de forças
Eu me pergunto agora
O que faz alguém se perder
Eu me questiono nesse momento
O que faz alguém pular
Qual momento é o momento
Qual o tamanho dessa dor
Qual o tamanho do sofrimento
Os olhos lacrimejam adeus
Ainda há um círculo de sorriso no mais escuro da pupila
Um ato sem despedidas
Uma busca por respiração
Os sonhos somem como as veias
Quanto vale um corpo que sonhou?
Ou já é um cadáver que amou?
"Muitas vezes, a minha... a sua... a nossa saudade agradece aqueles momentos
que você nos proporciona de volta!..."
Otávio ABernardes
Goiânia, 04 de abril de 2025.