História Verdadeira
O homem verdadeiramente sábio é aquele que não sabe e não sabe que não sabe e acha-se mais esperto do que qualquer outro.
Estamos convencidos de que os grandes escritores colocaram a sua própria história nas suas obras. Pinta-se bem apenas o próprio coração, atribuindo-o a um outro.
No decorrer dos séculos, a História dos povos não passa de uma lição de mútua tolerância, e assim, o sonho último será envolvê-los todos numa ternura comum para os salvar o mais possível da dor comum. No nosso tempo detestar-se e ferir-se porque não se tem o crânio construído exatamente da mesma maneira, começa a tornar-se a mais monstruosa das loucuras.
Aquilo a que chamamos história é um esforço feito em favor dos outros, pago muito caro com o sofrimento dos homens.
A minha história foi composta como uma aquisição para a eternidade, não para ser ouvida por ocasião do triunfo na competição de um dia.
As artes não teriam história se os limites do mundo conhecido não tivessem recuado e os meios de o conhecer alargado à medida das transformações da vida, tanto na arte como no resto.
Os povos livres são os únicos a ter uma história; os outros possuem apenas crônicas: são matéria para o erudito, e o gênero humano não os conhece.
Há três categorias de homens: a) os que contam a sua história; b) os que não a contam; c) os que não a têm.
A verdadeira barbárie é Dachau; a verdadeira civilização é, antes de tudo, a parte do homem que os campos de extermínio quiseram destruir.
Sempre o afirmei: os homens são iguais. A única verdadeira distinção é a diferença que pode existir entre eles.