Há muito, muito tempo, em uma pequena aldeia, vivia uma família muito pobre com sete filhos. O filho mais novo, conhecido como Pequeno Polegar, era o menor de todos, mas também o mais esperto e corajoso.
Um dia, a aldeia foi atingida por uma terrível fome, e a família não tinha comida suficiente para todos. Os pais estavam preocupados e tristes, sem saber como alimentar os filhos. A vida era dura, e a esperança começava a ir embora.
Na tentativa de encontrar algo para comer, os sete irmãos decidiram explorar a densa floresta que cercava a aldeia. No entanto, eles se perderam, vagando por entre as árvores imponentes, enquanto a fome apertava cada vez mais.
Desesperadas e famintas, vendo que a noite se aproximava e a escuridão não tardaria em chegar, as crianças começaram a chorar, menos o Pequeno Polegar, que logo teve uma ideia para encontrar o caminho de volta.
Ágil como um esquilo, ele subiu na árvore mais alta e teve a sorte de avistar ao longe uma cabana na floresta. Satisfeito com a descoberta, o Pequeno Polegar desceu da árvore e guiou os irmãos na direção da pequena casa. Chegando lá, bateram na porta e foram recebidos por uma velha senhora.
– O que querem aqui, crianças? Não sabem que esta é a casa do ogro do mais terrível das redondezas? Não tarda e ele logo estará de volta.
O Pequeno Polegar então tomou a frente dos irmãos e falou:
–Minha senhora, não temos para onde ir. Ou ficamos aqui, ou seremos devorados pelos lobos da floresta.
Com pena da situação das pobres crianças, a mulher decidiu escondê-las antes que o ogro voltasse para casa. Ao retornar, o ogro farejou a presença dos intrusos, mas a mulher o assegurou de que não havia mais ninguém ali.
Desconfiado, o cruel ogro decidiu verificar por conta própria e acabou encontrando os sete irmãos. Com medo de ser castigada, a mulher fingiu desconhecer as crianças e prometeu prepará-las para seu café da manhã, afinal, eram muitas magrinhas e certamente não dariam um bom jantar.
Convencido a não desperdiçar o cozido que a mulher já tinha preparado, o ogro aceitou a sugestão para adiar aquela saborosa refeição. Depois de comer e beber, ele caiu em um sono profundo. Foi quando o Pequeno Polegar, esperto como sempre, chamou os irmãos e, com um belo plano de fuga, conseguiu escapar silenciosamente da cabana.
Já em liberdade, o Pequeno Polegar lembrou-se de ter ouvido, durante o jantar, uma conversa entre o ogro e a mulher sobre umas botas mágicas. Sob o protesto dos irmãos, ele deu meia-volta e, com astúcia, pegou as botas do ogro e levou-as com ele.
As crianças continuavam perdidas na floresta, mas agora sabiam que ali não era o pior lugar de se estar. Esconderam-se numa gruta e decidiram que o melhor era esperar o nascer do sol.
Enquanto isso, o Pequeno Polegar estava intrigado com as botas e, mesmo sendo tão grandes, decidiu calçá-las. De repente, como que por mágica, as botas encolheram e se ajustaram exatamente ao tamanho dos pés do menino.
O Pequeno Polegar percebeu que aquelas botas lhe davam uma nova habilidade. Ao calçá-las, ele podia correr muito rápido, quase como se voasse.
Então, levou os irmãos para longe do alcance do ogro malvado, garantindo a segurança de todos, e logo voltou a encontrar o caminho de volta para casa.
Os pais do Pequeno Polegar ficaram muito felizes com o regresso dos filhos, mas a fome e a escassez ainda reinava por ali. Determinado a ajudar sua família, o Pequeno Polegar teve outra ideia. Foi até o castelo do rei e ofereceu seus serviços como mensageiro pessoal.
A princípio, o rei riu daquela situação, mas o menino não se deixou abater. Pediu que fosse testado e, graças à rapidez proporcionada pelas botas mágicas, fez em menos de um dia um caminho que o mais veloz dos mensageiros demorava mais de uma semana para fazer.
Impressionado com a agilidade, a persistência e a eficiência do Pequeno Polegar, o rei o contratou e deu-lhe uma recompensa generosa. Com esse dinheiro, o Pequeno Polegar conseguiu garantir uma vida confortável para sua família, tirando-os da miséria que antes tanto os maltratava.
E assim, o Pequeno Polegar provou que, mesmo diante das adversidades, a inteligência e a coragem podem abrir caminho para um futuro melhor.
Moral e interpretação da história
A história do Pequeno Polegar fala sobre a importância da inteligência, da coragem e da perspicácia para superar os desafios.
Mesmo diante da fome e do perigo, ele não apenas enfrentou seus medos, mas também encontrou soluções para garantir a segurança de sua família. Sua habilidade de pensar rápido e agir com coragem podem ser ferramentas poderosas para superar as dificuldades.
Veja também: