História
Quando ouvimos uma história, imaginamos pedaços de nossas memórias. Nos tornamos os arquitetos da história.
"Almejos"
🌞
Está senhora
está ciente que jamais
ficará
na história,
mas, se conseguir aparecer
no entardecer
de uma doce pOeSiA 🌾
Já está de bom tamanho.
🌄
Afinal o caminho
quando se anda sozinho,
ele é lento, e a companhia
da inspiração exige observar
a paisagem,
e enxergar aquele alguém
que precisa de um elogio
um raio
de SOL 🌞
pra iluminar o caminho...🌻☀️
***
___Francisca Lucas___
A História precisa ser abrangente em termos das demandas sociais a que atende e da diversidade de pontos de vista que ela pode expressar. Ao sustentarmos que “a História é Polifônica” , podemos reconhecer que cada voz social tem o direito de contar a sua história, isto é, de expor em linguagem historiográfica o seu ponto de vista. Haveria uma História a ser narrada por cada grupo social, por cada minoria, por cada gênero, por cada identidade que precisa se afirmar social ou culturalmente.
Multiplicar as vozes historiadoras é uma tarefa para as novas gerações que buscam uma historiografia inclusiva, e por isso é importante atrair para os cursos de graduação em História uma variedade grande de sujeitos sociais. No conjunto de trabalhos produzidos em um mundo ideal no qual todos tivessem a sua voz historiográfica, chegaríamos a uma razoável “polifonia de Histórias”. Seria possível alcançar uma desejada abrangência autoral através da montagem e congregação de diversas narrativas e análises – as quais, no fim das contas, terminariam por dialogar entre si de uma maneira ou de outra, como deve ocorrer com toda autêntica polifonia.
[extraído de 'Seis Desafios para a Historiografia no Novo Milênio'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019].
A experimentação voltada para a apreensão polifônica do mundo histórico apresenta-se como uma das muitas tarefas da historiografia do novo milênio. Não basta ao historiador reconhecer no mundo histórico os seus diversos personagens, portadores de singularidades e de posições ideológicas independentes, se, ao final da construção narrativa do historiador, estes personagens terminam por produzir, no seu conjunto de interações contraditórias, apenas uma única ideologia dominante. É preciso explorar alternativas para além deste padrão narrativo mais habitual no qual os historiadores, ainda que acostumados a administrar nos seus textos as diversas vozes sociais, nem sempre se empenham em transcender um modelo de escrita monódica no qual, no fim das contas, apenas uma única voz faz-se ouvir. Para que possa se realizar, a escrita polifônica precisa ser por um lado desejada (já que nem todos estão dispostos a abrir mão de um pensamento único). Por outro lado, o escrever polifônico também precisa ser aprendido. Podemos nos perguntar, mais uma vez, se a formação básica do historiador tem lhe proporcionado este aprendizado,
[extraído de 'Seis Desafios para a Historiografia no Novo Milênio'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019].
[O TEMPO DOS HISTORIADORES E O TEMPO DO CALENDÁRIO]
Um sinal evidente da necessidade de diferenciar enfaticamente o tempo cronológico e o tempo da história é a não-coincidência entre os séculos dos historiadores e os séculos da cronologia, estes últimos contados de cem em cem anos. A proposta historiográfica que encontra mais respaldo entre os historiadores atuais, por exemplo, atribui novos limites ao século “XX”, que não os do calendário secular tradicional. Ao invés de começar em 1901, o “século XX dos historiadores” inicia-se em 1914 – data de eclosão da primeira das duas grandes guerras mundiais, as quais encaminham a devastadora crise dos imperialismos europeus e preparam todo o contexto da Guerra Fria e do estabelecimento de uma política internacional bipolarizada entre os Estados Unidos e a URSS. Este mesmo século que começou um pouco mais tarde termina um pouco mais cedo, em 1989 ou 1991, conforme se queira – já que estas são as datas, respectivamente, da queda do Muro de Berlim e da desagregação da União Soviética, encerrando o período de bipolarização política. Ao mesmo tempo, os anos 1990 já introduzem uma verdadeira reconfiguração tecnológica. Por isso, o historiador Eric Hobsbawm subtitulou seu livro sobre o século passado (a Era dos Extremos, 1994) como “o breve século XX”.
De igual maneira, os limites entre duas “eras” são sempre móveis, de acordo com a análise de cada historiador. Quando se encerra a Antiguidade Romana? Com o saque de Roma em 410, com a invasão vândala em 455, ou com a deposição de Rômulo Augusto em 476? Ou, mesmo antes, será que não devemos considerar, para finalidades de datação do fim da era antiga, a vitória devastadora dos godos sobre as legiões romanas em 378 d.C? Ou talvez, quem sabe, rejeitando todas estas datas pontuais, o fim da antiguidade não será melhor assinalado pelo novo papel que passa a desempenhar o Cristianismo nas sociedades agrupadas sob a égide do Império Romano? Os tempos dos historiadores, enfim, não precisam fazer nenhuma concessão, se não quiserem, aos limites bem arrumadinhos dos séculos cronológicos.
[extraído de 'O Tempo dos Historiadores'. Petrópolis: Editora Vozes, 2013p.26].
[O TEMPO DOS HISTORIADORES]
O tempo dos historiadores ordena (define origens para os processos que examina, atribui-lhes um sentido). Nesta operação, é já também um tempo 'territorializado'. Ao definir sentidos e criar significados para os períodos de tempo que examina, os historiadores exercem poderes de diversos tipos (ou tornam-se instrumentos para o exercício destes poderes).
A demarcação das diversas épocas constitui um dos sinais mais visíveis desta territorialização do tempo pelos historiadores. Estão sempre abertos os limites entre os grandes recortes que são habitualmente denominados de “eras”, “idades”, ou outras designações mais amplas. Quando termina a Antiguidade, e quando começa a Idade Média? Em que momentos(s) esta última já começa a se transformar em uma Idade Moderna? Como denominar cada um destes períodos? Como lidar com recortes e designações que foram herdados de uma cultura histórica que já não é mais necessariamente a nossa, mas às quais já estamos demasiadamente habituados? Quais os limites destas escolhas de recortes no tempo, e quais são os seus potenciais de convencimento como períodos ou épocas que podem ser propostos para serem instrumentalizados, para questões mais gerais, por todos os historiadores?
Delimitar um grande período historiográfico no tempo, separando-o de outro que se estende atrás dele e de outro que começa depois, é uma operação que traz marcas ideológicas e culturais que nos falam da sociedade na qual está mergulhado o historiador, dos seus diálogos intertextuais, de visões de mundo que de resto vão muito além do próprio historiador que está estabelecendo seus recortes para a compreensão da História. Os próprios desenvolvimentos da historiografia – os novos campos históricos e domínios que surgem, a emergência de novas relações interdisciplinares, os enfoques e abordagens que se sucedem como novidades ou como reapropriação de antigas metodologias – trazem obviamente uma contribuição importante para que a cada vez se veja o problema da passagem de um a outro período histórico sob novos prismas. Ademais, é preciso lembrar que, ao se trabalhar sobre um determinado problema histórico, específico de uma certa pesquisa, essas grandes balizas já nem sempre serão úteis para o historiador. Pensar um problema histórico já é propor novos recortes no tempo.
[extraído de 'O Tempo dos Historiadores'. Petrópolis: Editora Vozes, 2012, p.27-28].
Dois universos distintos,
cada um com a sua própria história,
acabaram se cruzando e unindo
seus sentimentos e vontades
e tornaram-se em único livro
pra viverem uma nova história juntos
com um amor cada vez mais vivo
num novo mundo pra ambos.
A nossa história, meio que sem começo, conta como estamos ligados por querer a mesma coisa e mesmo assim continuamos separados só porque tememos coisas tão diferentes! Tenho medo de perder minhas asas enquanto você continua cortando as suas.
Pegando ônibus você utiliza geografia; lavando roupas, química; indo a um museu ou passeando, história; assistindo um filme ou teatro, arte; indo ao mercado, matemática; lendo um livro ou escrevendo um texto, línguas, leitura ou português; caminhando e cuidando da saúde, física corporal; fazendo um café, ciência; utilizando um celular, informática. A escola comum não te torna especialista em nada, mas encaminha e instrui para o dia a dia comum. Ninguém vira avançado sem antes ser comum.
...
Quando resgatamos e colocamos nossas memórias em ordem cronológica, percebemos as mudanças de ciclo e as alternâncias de comportamento dentro de uma nitidez absoluta e até cruel. Um verdadeiro cinema mudo, cheio de simbolismos e entrelinhas. Vivenciamos nossa própria atuação através de personagens que criamos inconscientemente, roteiros idealizados com o objetivo de interpretar o melhor papel de nossas vidas. No entanto, poucos conseguem protagonizar e muitos morrem tentando. A grande maioria vira coadjuvante na história de outras pessoas.
A verdade é que nossa trajetória não precisa de supérfluos, mas de recíprocos. Esta reciprocidade também não envolve somente seres humanos. Podemos nos relacionar com a natureza, com o conhecimento, e estes sempre vão retribuir o seu sorriso e a sua expectativa. Quanto ao relacionamento entre pessoas, traga para sua peça somente aqueles que devolvem as mãos, os abraços e a alma que transcende os vínculos de sangue.
Logo estarei com meio século e algo de positivo posso tirar dos capítulos que escrevi até aqui. Protagonista ou não, morrerei tentando escrever minha própria obra. Sendo coroado ou não, persistirei até ser entorpecido com aquela deliciosa sensação de vitória.
...
Nossa história não tem simetria.
Somos reais, leais e à margem do óbvio.
De dentro para fora e ao contrário.
De cara lavada, sem receios e âncoras.
Nossa glória requer liberdade.
Somos ócio quando o criativo aflora.
Sócios quando a responsabilidade deflagra.
Corais sem recifes inertes.
Nossa memória instiga valores.
Somos bom senso sem senso comum.
Enamorados do ofício sem cordas.
Amantes do ônus com bônus.
Nossa fé não é compulsória.
Somos cristãos sem doutrinas e templos.
Desviados do que catequiza.
Escudeiros do livre arbítrio.
Nossa banca prioriza a vitória.
Somos descrentes do apocalipse.
Otimistas do que é merecido.
Comungamos o mesmo propósito.
Estamos no Porto sem ancoradouros.
E do Porto, podemos virar best-seller.
Há pessoas que necessitam construir uma história, outras que a história fala por si, consta do livro da série vida, um legado de luta e liderança em prol da sociedade. Há heróis que a gente conhece com o nome de referência, outros conhecem pelo nome de militares, há pessoas que nunca vão saber o valor de ser referência e nem por isso podem reclamar da história, porque Deus desenha o destino de cada filho para cumprir a sua missão no plano terráqueo.
"Em cada oportunidade que a vida te convida pra dançar a valsa do desânimo, o cansaço e o desistir, mas você encontra forças para ouvir os símbolos de sua orquestra interior e torna a se esforçar e resistir, não se resignando exceto pelo embalar de seus próprios passos rumo ao destino sonhado, planejado e posto em execução.
Esse é o instante em que nos damos conta da magia que há por trás daquela que é a maior sinfonia jamais escrita pela criatividade humana, a epopeia da sua própria história."