Esnobar
É exigir café fervendo
E deixar esfriar.
Olha,
Entre um pingo e outro
A chuva não molha.
Nos dias quotidianos
É que se passam
Os anos
E cruzam-se as linhas
no fino tear do destino.
Tuas mãos nas minhas.
Toma nota, rapaz:
Hai-kai é a captura
De um momento fugaz
Eu acordo
contando as sílabas;
o haikai ri
cada haikai
uma nova peça
num quebra-cabeça sem fim
Sou definitivamente
louca do haikai.
Ele, também.
[POEMEU EFEMÉRICO]
Viva o Brasil
Onde o ano inteiro
É primeiro de abril
Nunca esqueça:
A vida também perde a cabeça
Brilho, estrela cai
feito colírio no olhar
- vira haikai
Mente no presente —
Brisa leve e refrescante
balança os bambus
Eu sozinho
Você também
Agora estamos juntos.
Eu, no retrato
não sou um.
Sou três por quatro.
O bolso vibra
O dedo tecla
e a conexão se estabelece...
Chuva a compor
A poesia
Dança na rua como bailarina.
Não existe gelo neste mundo
Capaz de nos fazer frio
Juntos nos esquentamos.
Eu apaixonado
Escrevia três linhas e ela passava
E eu hakai ia...
Sala vazia
Estica-se pelo chão
A luz do dia
Olha amor... A lua
cheia de inveja do molejo
em nossas curvas.