Hábito
Quem tem o hábito de realizar ações por baixo dos panos, também costuma deixar a sujeira debaixo do tapete.
A sutileza de sentimento é um hábito que transforma os sabores da vergonha em delicadas lições de vida.
AMOR TEMPORÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Aprendi que o amor vira um hábito em nós;
perde fogo e se adequa, se torna comum,
ganha voz de cansaço e de acomodação
na viagem do tempo sobre nossa idade...
A paixão se dissolve, o mormaço evapora,
ficam sombra e costume sobre a convivência,
cai a hora do sono sobre as emoções
que se perdem dos olhos, dos passos e gestos...
Mesmo assim é o amor para quem sobrevive
às vivências reais que se apossam do sonho;
que se aprende a sentir com sentidos dormentes...
É o amor como dentes que perdem a força,
mas ainda são dentes, a boca os deseja
e se acerta com eles pra sobressorrir...
Tenho por hábito
analisar minhas atitudes
e, se constato uma falha, uma injustiça...
Não tenha dúvidas !
Serei a primeira a reconhecê-las,
a procurar corrigi-las,
a desculpar-me por elas...
Assim como sei acolher e superar
quando agem da mesma forma comigo.
Cika Parolin
Temos o hábito de exigir que o mundo mude , que as coisas mudem , que as pessoas mudem e no entanto a mudança está em nós e tudo se resolve.
O hábito de se buscar a excelência todos os dias nos faz sermos melhores diante da vida e de sermos nobres diante dos ignorantes.
Não é soberba valorizar o que conseguiu ter, isso é gratidão, o soberbo tem por habito usar sua conquista como espada... apenas para estigmatizar a conquista alheia
PEQUENO INFINITO
O amor é o pequeno espaço infinito em que habito,
onde se perdem meus gritos e todos os meus ritos,
o amor é o labirinto em que encontro o que sinto,
dédalo de vários atalhos em que se perder é a saída,
o amor é o voo mais alto, o grande sonho de Ícaro,
auge da existência, linha do céu, um fugaz píncaro.
Quando mais jovem era extremamente tímido,
possuía o hábito de me comunicar com o interior das pessoas.
O brasileiro tem o habito de esquecer das coisas, haja visto tantos relacionamentos arrebentados pelo chicote do esquecimento das juras de amor que prometemos no começo do namoro. vivemos que nem loucos atrás de algo que não mais sabemos o que é, porque no meio da carreira esquecemos o que no inicio nos motivou a correr... E por isso, morremos sem nunca ter havido cruzar a linha de chegada.
habito aqui, no importante encontro
onde estar é o resumo do que somos
desejo — quanto mais adentro —
querer em tudo o que o que supomos
acontecer enquanto acontecemos
habitamos naquilo que conhecemos
na presença que mora na renuncia
na verdade que mente e disfarça
no momento, no apego, na impronuncia
no todo, em parte, no flagra, na farsa
estamos na ausência que não se despede
no fato que não se aceita
dá-se quanto mais se pede
quer-se quanto mais se rejeita
sentimento nunca inteiramente inteiro
vontade jamais ponderada
razão sussurrada
agente sorrateiro
de toda ignorada
loucura despudorada
a confissão está na negação
mas a aceitação não está na culpa
ele encontrou o alvedrio na prisão
ela peca, claudicante, enquanto purga
ambos se inocentam na condenação
ambos se oferecem na regeneração
pele do seu corpo, abraço que acalma
sinto pelo toque o sorriso da sua alma
beleza que jorra
o beijo que implora
para além do aquém
você, inteira e mais ninguém