Há Tanta Suavidade
Não é necessário correr...
Há tanta preocupação com tudo que acabamos nos esquecendo durante dias, meses, anos e quando percebemos, lá estamos nós, reclamando do cansaço, das dores no corpo e até na alma.
Muitas vezes nos deprimimos, sucumbindo até a exaustão e tudo o que nos cerca, torna-se alvo de críticas, acusações e insatisfeitos, pouco ou nada mais possui aquele encanto que fazia a vida vibrar a cada momento, sempre único e especial para nós.
Não deveríamos esquecer que de alguma forma, somos freados nessa corrida frenética e o tempo que era sempre escasso, passa a ser reservado condicionalmente para que aprendamos a administrá-lo de forma mais coerente a nosso favor.
Para viver, não é necessário correr.
by/erotildes vittoria
Existe tanta coisa que a gente não conhece que não me resta outra medida na vida senão sentir prazer em aprender uma coisa nova todo dia.
Nunca vi tanta gente de cabeça baixa... As próximas gerações, provavelmente, virão com uma estrutura da coluna mais arcada na região cervical - condição para melhor suportar o "frio" do uso ininterrupto da tecnologia portátil. Todos como ilhas.
Sempre me pego olhando para os lados e observando as pessoas, acho que fazia tempo que não via tanta gente vazia, seja nas redes sociais ou na vida real, pessoas tentando ser o que não são, buscando um momento de fama, um segundo de atenção, a cada dia que passo nessa eterna solidão eu agradeço porque é melhor estar assim do que vazio de si, ser uma pessoa que não é, mesmo que por muito tempo eu não tenha sido eu, posso afirmar, estou me encontrando.
""" Já abandonei tanta coisa pelo caminho, mas não diria que foram rejeitos, na verdade foi preciso ir deixando o que não poderia me acompanhar, mesmo que a vontade às vezes tentasse fazer voltar...Ainda assim fui...""
Deus escolhe aquela pessoa para você ajudar. Não inventa aquela desculpa: "Ah, tem tanta gente para eu ajudar! Porque que eu tenho que ajudar aquela pessoa?" Porque Deus simplesmente pode se distanciar de você.
A POESIA DE CADA UM
Levantem-se, poetas!
Por que esconder tanta beleza
Lacrada em ignoradas escrituras?
Há um poeta em cada homem!
Poesia não é a linha escrita
As frases montadas
As palavras difíceis
O sentido oculto.
Poeta não é o escolhido
O culto
O esquisito
O admirado
O discutido.
Poesia não é a face voltada
Ao pobre
Ao rude
Ao oprimido;
É algo simples,
Universal!
Poesia é do operário
Do pedreiro
Do Lixeiro
Do marceneiro
Do agricultor!
Como é dos médicos
Dos advogados
Dos engenheiros
Dos psicólogos
Dos professores!
Nas mãos do culto
É nota afinada;
Nas mãos do rude
É nota dissonante,
Sem deixar de ser poesia!
Poesia é a oitava do maestro
O tinir de instrumento do ferreiro.
Está nos livros adornados a ouro
E no papel de embrulhar pão;
Na eloquência do orador
E na mudez do flagelado.
Poesia é a flor do jardim imperial
E a flor do túmulo sem nome;
Está nos teatros
E está nos campos;
É a chuva
O sol
O arco-íris;
É a lama
A escória
O temor!
Quanta poesia há
Num mendigo que olha pro céu!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
IMPRESSÕES DA PRAÇA
Velha praça de imortal nome!
Encruzilhada de destinos
Que correm paralelos
Ou se entrecruzam
Em eventuais encontros.
Velha praça de imortal nome!
Onde os pássaros sufocam gorjeios
Ao alarido de veículos céleres;
Onde o trágico e o cômico se revezam
Aos olhos transfixos dos transeuntes.
Velha praça,
De novas emoções!
Em seu solo vicejam
Plantas e flores,
Pegadas e frases
Que Éolo mistura
Em algaravias
Que somente a brisa entende.
Os homens se esbarram,
Mas não se tocam;
Trocam ideias
Ou falam a si mesmos.
As árvores cumprem seus destinos:
Sombreiam, farfalham,
Tingem a paisagem cinza citadina
Com cores vivas;
Mantêm colóquios misteriosos
Entre si;
Brincam com anciões
Recostados em alvos brancos,
Derramando-lhes folhas soltas.
Velha praça de imortal nome!
Ao dia, é vida e burburinho;
À noite, é escura e melancólica;
É abrigo de aves gárrulas;
É repasto de pombos...
E de sonhadores!
Santos, Praça Rui Barbosa - 1980
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
Sempre vai existir no amor tanta dor
Sempre há de haver confusão.
E erros sempre vão existir,
Pena, nós somos imperfeitos
Mas essa que é a beleza do amor...
Vê o perfeito no imperfeito.
O Conforto
No conforto ficamos
Em meio tamanha corrupção
No conforto estamos
Diante de tanta informação
Ah...conforto !
Diante tantas leis
Diante tanto trabalho
Pedimos só um quarto!
Oh...conforto
Já é quase Abril
Onde está você?
O conforto sumiu...!!!
Mas tem uma classe
Com tantos quartos...
Até ar condicionado
Mas tem outra classe
Que tem conforno
Deita no chão
Decepção...
O plantão é noturno
A enfermagem é enferma
E essa classe não grita
Fica na mesma
Porque no conforto ficamos
Salvem mais uma vida!
No conforto estamos
Ninguém se chocou
Acorda do sonho
O paciente parou
Vá bater o ponto
E vá pro descaso
Havia acontecido tanta coisa esquisita, que a vida lá fora refletia uma prisão e o espelho de seu quarto uma alma cansada.
E então, já havia acontecido tanta coisa. Caído no fundo do poço, discutido com o vento, retornado do além do tempo, aberto um frasco de saudade, chorado para não se afogar. Tudo isso, coisas que de fato pareciam ser o ideal ou os ideais. Não havia muito mais a se fazer. Era uma guerra contra você, e no meio de um tiroteio a única alternativa era sair com os braços para cima, correndo para ser destrinchado ao seu lado.
É tanta falsidade e interesse que estou trocando muita coisa... por meia duzia de coxinhas... pelo menos estas eu pago como e não me iludo...
Quando a pessoa que amamos está tão longe,nos sentimos e sozinhas, por isso o coração doí de tanta ausência de quem nós amamos.
Tanta dor
Pra que?
Se podemos amenizar?
Se essa dor somos nós que procuramos?
Assim cavamos nossa propria sepultura
E nela escondemos
Nossas frustações
Nossos medos
Nossas fraquezas
E tudo aquilo que fugimos
Para não ter que lutar
Para não correr o risco
De perder
Mas enfim:
A dor às vezes nos fortalece...
Outro dia me vi só.
Tanta tristeza nos olhos
Que aquele que me encara,
Bebe da minha dor.
Vi a lágrima trancada,
Os olhos se recusam,
Mas a alma sente.
O riso se abre,
Os olhos brilham inclusive...
Oh imenso teatro!
Me pus a chorar lágrimas secas,
A dizer sandices,
escrever asneiras
sobre histórias pela metade.
Vi-me esvaziar nas notas
nos vazios mais profundos,
Retorno para o inverno mais congelante.
Tudo que gostaria
Era ter sido
Primavera com você.