Ha como eu Queria q ela Soubesse

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Quando duas pessoas se encontram há, na verdade, seis pessoas presentes: cada pessoa como se vê a si mesma, cada pessoa como a outra a vê e cada pessoa como realmente é.

Eduque-o como quiser; de qualquer maneira há de educá-lo mal.

Soneto

Canta teu riso esplêndido sonata,
E há, no teu riso de anjos encantados,
Como que um doce tilintar de prata
E a vibração de mil cristais quebrados.

Bendito o riso assim que se desata
- Citara suave dos apaixonados,
Sonorizando os sonhos já passados,
Cantando sempre em trínula volata!

Aurora ideal dos dias meus risonhos,
Quando, úmido de beijos em ressábios
Teu riso esponta, despertando sonhos...

Ah! Num delíquio de ventura louca,
Vai-se minh'alma toda nos teus beijos,
Ri-se o meu coração na tua boca!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Não há nada em que paire tanta sedução e maldição como num segredo.

Há homens que são como as velas; sacrificam-se, queimando-se para dar luz aos outros.

Não há nada que faça um homem suspeitar tanto como o fato de saber pouco.

Não entendo como é que alguns escolhem o crime, quando há tantas maneiras legais de se ser desonesto.

Na vida de um homem não há dois momentos de prazer parecidos, tal como não há duas folhas na mesma árvore exatamente iguais.

Há pessoas que observam as regras de honra como se vêem as estrelas: de longe.

Não há nada de tão belo como aproximarmo-nos da Divindade e espalhar os seus raios pela raça humana.

Há quem defenda os seus erros como se estivesse a defender uma herança.

Há pessoas que têm uma biblioteca como os eunucos um harém.

Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma.

Por vezes à noite há um rosto
Que nos olha do fundo de um espelho
E a arte deve ser como esse espelho
Que nos mostra o nosso próprio rosto.

Nada há de mais belo e legítimo do que o homem fazer o bem e como deve ser, nem ciência tão difícil do que saber viver esta vida bem e naturalmente; e, de todas as nossas doenças, a mais terrível é desprezar o próprio ser.

O poeta pode contar ou cantar as coisas, não como foram mas como deviam ser; e o historiador há-de escrevê-las, não como deviam ser e sim como foram, sem acrescentar ou tirar nada à verdade.

Nada há como começar para ver como é árduo concluir.

Não há nada que recebamos com tanta relutância como os conselhos.

Não há amor como o primeiro, mesmo que esse primeiro seja o último.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, 1992

Não há arte patriótica nem ciência patriótica. As duas, tal como tudo o que é bom e elevado, pertencem ao mundo inteiro e não podem progredir a não ser pela livre ação recíproca de todos os contemporâneos e tendo sempre em contra aquilo que nos resta e aquilo que conhecemos do passado.