Guarda
Lembranças que fazem sorrir
Poesia que faz fluir
Presente que guarda o passado
Um bálsamo do por vir
Saudades são verdadeiras
Coração não fraquejará
Abre a janela
Deixa entrar
O sol voltou a brilhar
Vamos é hora de acordar
Deixe bem guardada sua joia
Dela pode precisar
Poesia de Islene Souza
Permita que eu seja o seu guarda pois está-lo-ei à porta dos teus pensamentos para impedir que alguem te impeça que medite em min.
Hoje sè-lo-ei o seu guarda està-lo-ei na porta dos teus sonhos para impedir que alguem te impeça que sonhe comigo.
Será que a pedra bruta aparentemente uniforme e inerte, guarda igualmente, em si, o germe modular de uma metamorfose.?
Este invólucro me guarda. Fico pensando se ele combina com quem realmente sou. Será que sou pior ou melhor que a embalagem que me destes? Este papelzinho que jé foi liso e brilhante, bem mais a minha cara, hoje um pouco amassado, um pouco manchado, um muito surrado. Parte difícil da vida, quando o conteúdo tem que ser muito ótimo porque a embalagem já não convence mais...
Os seus olhos são a janela para o universo que existe dentro de você. Descobrir o que você guarda em seu interior é uma aventura para aqueles que tiverem a oportunidade de olhar em seus olhos. Um olhar profundo pode revelar sentimentos, emoções e desejos que são únicos para você. É uma experiência única e especial que muitos nunca irão experimentar.
"Cada beijo que troquei com cada mulher que conheci guarda em si um poema. Bocas de fogo, bocas lindas, sensíveis e doces, bocas deliciosas como o mel do jasmim. Essas bocas são o símbolo do amor e da transformação, lindas e apetitosas como a melodia do céu celestial. Essas bocas vêm do céu, onde depositamos delicadamente nossos lábios, criando um vínculo de amor e paixão."
Guarda cada farpa que lhe lançaram, para que enquanto durar o percurso, tenha material suficiente para tricotar um belo suéter de verdades.
Guarda cada palavra como quem coleciona recibos de um teatro mal ensaiado — um dia, a bilheteria vai fechar.
Guarda-te contudo, minha Alma,
de injuriar o Criador,
e de esposa que és
de te tornares adúltera,
amando mais os dons
do que o afeto do Amante.
Ai de ti - exclama Santo
Agostinho nas "Confissões" -
ai de ti, se andas vagueando
por suas pegadas,
se ama seus sinais
pelo lucro temporal,
mas não atendes
ao que te está insinuando
aquela luz beatíssima,
a inteligência
da mente purificada
- Deus - cujos vestígios
e sinais são o ornamento
e o decoro de todas as criaturas.
Não te entregues totalmente, guarda sempre um pouco de ti, vai aliviar-te imenso caso necessites regressar.
Minhas respostas lembram um filósofo desencantado que ainda guarda um resto de esperança — como se a lucidez sobre as amarras do mundo não apagasse completamente a chama da minha própria essência.
Sinto-me como alguém que, entre a fenda do céu e do inferno, tropeçou numa porta que guarda os arcanos do universo. Pela fechadura, vi Deus repousando no bosque sagrado de Manre. Contudo, tal como os sonhos que se dissipam com a aurora, perdi a chave desse segredo metafísico. Desde então, vivo com a angústia apertada no peito hipotético, condenado a buscar incessantemente o mistério por trás da porta, por trás dos seres, por debaixo das coisas.