Grito do Silêncio
"Meu peito rasgado grito calado.
A voz ecoa no silêncio do vale.
Mesmo fraco, sorriso no rosto.
Sorriso que tinha motivo, hoje busca razões.
Razões pra que? Pra entender?
Entender o que?
Solidão se faz, o destino capaz...
Palavra machuca, atitudes destroem.
Mas quem sabe um dia, um dia qualquer.. volto a ter razões e motivos para sorrir à toa, sem ser por conta de outra pessoa.
Busco em Deus o que os homens não podem me dar.
Fé e esperança, o que me resta.
Meu peito rasgado.. grito em silêncio."
Inquietude
No silêncio da fria noite,
O grito sufocado clama por sorte!
Os anseios de melhoras são enfeites,
De um pensar desconexo da mente!
Esse grito que o sufoca,
Não é ouvido do outro lado da parede!
Ele não vê passar as horas,
O sofrimento é o seu deleite!
Como são longas essas noites...
Amanhece para todos, menos para ele.
Sentimentos que se perdem no cárcere,
Falta esperança de ver corrigido o erro!
O inocente sofre com a zombaria,
Meliantes dizem que ele está entorpecido.
Não veem futuro na sua fidalguia,
Depois que bate o cadeado está apodrecido...
Mas o grito do inocente não cessa!
Indignação que supera todo preconceito.
A missão da balança é o equilíbrio,
Mas se não lutar vai pender o seu peso.
A fria cela já não o comporta mais,
Precisa sentir a brisa das manhãs no seu rosto.
A sinfonia que o liga com a liberdade,
É a quietude da sua agora perturbada alma!
Calada da noite
Na calada da noite o silêncio assusta
Mas ouço as buzinas e sirenes
Um grito de desespero longe se escuta
Momentos nefastos nada solenes
O silêncio incomoda mas como conforta
O nada se torna muito vultoso
Nesse campo aberto uma extrema loucura
Nas folhas que caem sem cinismo
Escondo-me por medo da triste amargura
Manhã que parece não mais chegar
A noite está longa sem estrelas sem lua
Esperança em mim assim desvanece
A pergunta está sem resposta e nula
Desiludindo o simples autor
Ainda bem que existem as almas sedentas
Cantando para Deus com amor
ABORTO
Ergue-se
um
grito
do oco
da noite
rasgando
os trajes
do silêncio...
a solidão
se assusta
e aborta
um
poema!
O silêncio é o mais alto grito, o mais forte protesto, no silêncio a vozes ecoam na cabeça o que grita o coração, nele percebemos o quão frágeis podemos ser e o quão fortes nos tornamos. Faça silêncio mais vezes, quem muito grita pouco é realmente ouvido.
O silencio da minha alma!
Tenho um grito de pássaro que vem da alma
Sou uma gaivota perdida no espaço
Muitas vezes exalto o amor
Noutras carrego nos meus voos uma grande dor...
Neste momento me visto de poeta só para escrever versos...
São palavras que vem no torpor dos sons...
Um poema delirante
Onde escuto melodias silentes... No final das tardes...
E vou tingindo os céus e o horizonte com pincéis
- de uma cor dourada -
E sorrio ao recordar o teu sorriso num lento entardecer ...
E viajo batendo as asas... Hesitante... Para depois deixar chegar à escuridão...
E guardar este momento dentro do silencio da minha alma!
Trago nos olhos a dor da saudade e na boca o silêncio do meu grito de desejo.... desejo de implorar, mendigar...um olhar, teu.
Sistema Único de Saúde (SUS)
O silêncio,
O estrondo,
A festa,
A ressaca,
O silêncio.
O grito,
A dor,
O tratamento,
A doença,
Os sintomas,
O exame,
O desconhecido.
O médico,
A cura,
O fracasso.
Os desesperos,
O gemido,
O silêncio.
A tentativa,
A fuga,
A solidão,
O resgate.
A esperança,
A decepção,
O sorriso,
O fingimento.
O mistério,
A mentira,
O choque,
O sangue,
O risco.
O inesperado,
O choro,
O silêncio.
O cansaço,
A verdade,
O segredo,
O impacto,
O silêncio.
O inevitável,
Os sentidos,
O temor,
A simulação,
O desencontro.
O tempo,
A ausência,
A luz,
A descoberta,
O especialista,
O doador,
O coração,
O transplante,
A batida,
O silêncio.
O susto,
A rejeição,
O remédio,
A pulsação.
A festa,
A algazarra,
A abstinência,
A lição.
NO SILENCIO DESTA SOLIDÃO PRESENTE,BUSCO O GRITO SILENCIOSO DO PESAR DO NÃO ESCUTAR,DO NÃO ENTENDER,DO NÃO ACEITAR E MESMO ASSIM,SE DAR...
Todas as noites perdido no meu silêncio, eu travo batalhas, eu grito no infinito, eu peço a Deus discernimento, pra entender o porque de tantas coisas!
Tantos sorrisos se vão! e eu devo assistir tudo calado...
Derrepente!
Derrepente um grito estridente cerrou o silencio maldito naquele recinto sem graça , alguém que não queria mais saber de nada desistiu de viver .
Não sei de onde vinha tanta gente , alguns batiam palmas outros cantavam, mas num canto onde rolava a tragédia um senhor de terno branco rezava um rosário , levava as mãos ao céu e pedia , mas ninguém sabia ao certo ao que ele pedia , chegou primeiro a policia e o perguntou, sem resposta desistiu, depois a pericia , depois eu não vi mais nada a multidão fechou o cerco e eu fui saindo de mansinho , alguém me gritou :
Onde e que você vai?!
Naquele momento eu não entendi mais nada , pois não tinha nada a ver com nada apenas estava saindo daquele recinto de sangue e risos.
E o homem que outrora rezava agora me apontava com o dedo em riste e dizia você sabe o porquê , diga a eles quem é você .
Baixinho eu disse:
Sou aquele que você pensa que sou , mas na verdade eu sou aquele que acabou de partir