Grito de Protesto
Tudo em mim é poesia,do mais alto grito,ao silêncio profundo.
Basta ouvi-los e saber interpretá-los
feito de amor e do que me restou nesse mundo,recravo
Me refaço de pedaços,deixados pela dor
que se torna lembrança
deixando o cosmo no meu interior brilhar
Volto a ser criança,sem pudor.
O PENSAMENTO É O FALAR EM SILÊNCIO
O pensamento é o falar em silêncio,
O grito de Prudêncio.
Prudência intima,
O salvar de uma vítima.
Já voei em silêncio,
Já fui salvo no silêncio.
Já fui silenciado no silêncio,
Quem já não amou em silêncio!?
O pensar é conta de somar,
Dividir e multiplicar.
O grande pensar salva,
Engrandece e a alma lava.
O silêncio em pensamento
É o tempo e contratempo,
O tormento e lamento,
Respeito e crescimento.
Já disse tanta coisa no meu silêncio, só,
Que meus ouvidos se fecharam de dó.
Já cantei a música que sonhei,
Já fui Dom Juan. Já fui Deus e já fui Rei.
O pensamento é o falar em silêncio,
O grito de Prudêncio.
Prudência intima,
O salvar de uma vítima.
O silêncio do pensamento a alma exorta,
O coração conforta.
Tranca de dentro da porta,
Um discurso que transporta,
O pensamento é o falar em silêncio,
O grito de Prudêncio.
Prudência intima,
O salvar de uma vítima.
O silêncio eleva e transforma,
Medita e reforma,
Destempera e contorna,
Protege do que vem de fora.
Tem o silêncio do medo,
Um filme sem enredo,
O apontar do dedo,
Este, um grande segredo.
O silêncio da depressão,
Destrói a compreensão,
Mão sem contramão,
O amor é o remédio da razão.
O pensar em silêncio tem caminhos inversos,
Um poema sem rimas e versos.
Dilemas e contos perversos,
Verbos salvos em ritmos controversos.
O pensas agora?
Se for ruim joga fora.
Se for bom, aprimora,
Só verbaliza quando chegar a hora.
O silêncio é virtude,
Acalme-se e mude.
Mesmo que o desejo o ilude,
O que tem a dizer pode ser rude.
O pensamento é o falar em silêncio,
O grito de Prudêncio.
Prudência intima,
O salvar de uma vítima.
Élcio José Martins
SENTIDOS
Se fores capaz
De enxergar a tristeza estampada em um sorriso
Ouvir o grito silencioso de bocas mudas
sentir o cheiro da podridão encoberta por caros perfumes
O gosto amargo do cálice bebido por seu irmão
E se conseguires tocar em vidas.
Seus cinco sentidos dirão que és humano.
Ah...você me fez tanto mal
Fingia estar tudo bem,mas eu sabia que não
Cada grito...cada marca de agressões...tanto ressentimento
Como posso me livrer desse sentimento?
Não sei porque essa maldita ilusão
Insiste em me lembrar dessa dor...
Qual é a razão?
Por quê?Por que eu tenho que chorar por você?
Por que eu te amo tanto?
Por que você é tão especial para mim?
Ah!Maldito ressentimento!
Maldito sentimento!
Maldita dor....
Maldito você!
Eu te odeio!Mas continuo a te amar!
Como meu coração ainda brilha,com tanta escuridão?
Como ainda consigo amar,mesmo com tanta dor no coração?
Tanto tempo sofrendo
E aprendendo a te esquecer
Mas parece que eu não consigo
Me perdoe,mas eu não consigo sem você aqui comigo
Eu te amei
Amo
E se meu coração ainda bater amanhã,também te amarei...
Antes o grito tardio dos acríticos que o silêncio eterno; este é o eco do silêncio perturbante da mente gritante dos críticos! Do silêncio das vozes críticas, fez surgir o túnel do vento assobiante de onde ecoa o grito lancinante dos engajados!
é a vida
é a morte
é o agir é o parar
é o grito da sorte
o sopro do sabia
é a matéria
e o sentimento
de acompanhar
todo esse movimento
dos atros a bailar
Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro
E ninguém ouve... ninguém vê... ninguém...
CABRESTO
[GRITO I]
Pela liberdade que nos prende em falsos nós, façamos de primeiras vezes os nossos relapsos mais sinceros. E que pouco se entenda quando muito se houver de tudo - ou se chover tudo, de uma vez, nas calhas de nossas pálpebras. Pelo inseguro abraço do não dito, deixo que fique dito, e declarado, todos os caminhos por onde o medo vai e vem sem se sentir preso - apenas sentir-se, intimamente, dentro de todas ruas e esquinas de si - onde estão os espaços de minha ausência.
[GRITO II]
Pela liberdade que nos prende em outros tantos nós, façamos das últimas vezes nossos acasos mais sublimes de desleixo. E que nada se entenda quando - livre - se disser tudo, e fizer tudo, e deixar tudo e - novamente - recolher-se nos objetos esquecidos nos braços dos sofás e pedaços de estante, como abraços deslembrados e beijos nunca bebidos antes. Pela viva memória de que o que fica é o que vigora, permita-se embora! Permita o silêncio da prisão por vontade, da liberta ambiguidade. E quanto mais fico, mais em mim é tarde, e ao meu ocaso, anoitecem os lençóis da cidade que ferve becos e vielas, e, cá - adormece o nervo - teu conforto, moço, colore esta vida, embora, ir embora te seja bagatela.
Grito teu nome em pensamento quase todos os dias, e daqui do chão do meu quarto vejo o que me resta de sanidade cometer suicídio.
Dama de sublime beleza...
O seu silêncio é o meu grito.
A sua indagação a minha certeza, suas poucas palavras a minha poesia.
Atado ao reverso ao contrario.
Espero por ti em meu recanto esperando novamente ouvir seu doce canto.