Grito de Protesto
GRITO EM SILÊNCIO
Autoria: Edson Cerqueira Felix
Datação: 12/01/2019 16:10
Localização: Paraíba do Sul - RJ, Brasil
Dissertação: Diário em versos
Dedicado a: Sem especificação
Classificação Indicativa: Todos os públicos
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Eu tento a cada dia
Romper a barreira do som
Sem um jato super-sônico
Mas só há o silêncio
E eu tento encontrar em outras pessoas
Algum sinal, um vestígio
De algo novo que me liberte do velho
E só encontro esboços passageiros
Que dão uma breve sensação
Daquilo que pode libertar, mas não plenamente
O meu silêncio grita e não pode ser ouvido
Eles vêem minhas expressões
Mas não há um que me auxilie
Eles esperam que eu seja forte, é só isso
ESPERANÇA!
Muito aqui já se tem dito
mas cada vez fica pior
não se ouve o nosso grito
ninguém paga esse suor
nesse desejo infinito
sou nordestino e acredito
que um dia será melhor.
O silêncio, às vezes esconde um grito;
Os devaneios escondem uma explosão de negativas emoções;
Os sorrisos, muitas dores...
Outras vezes, as gargalhadas são lamentos, pedidos de socorro.
Se é contraditório, por vergonha.
Se é interpretado no engano.
Celebra-se algumas coisas,
Noutras se está desabando...
Fortes em poucas coisas,
Fracos na maioria.
Falantes no que não convém,
Calados no bem...
Entendendo tudo, não sabendo de nada.
Prometendo o mundo,
Tendo as mãos vazias.
Embriagado sem beber,
Engasgado sem nada na garganta...
Tendo a certeza de tudo,
Morrendo na dúvida.
Vivendo, sobrevivendo...
Respirando.
Régis L. Meireles
Estou embaixo d’agua.
Eu grito, mas não tenho voz, eu corro, mas não tenho movimentos, eu vou sem ir, eu sou sem ser, estou sem estar e não consigo conter o enorme vazio do mar, não consigo conter porque eu sou mar, e o vazio está em mim.
Sou a alma que emana a chama
Sou o corpo que ecoa o grito
De um ser que não suporta
O sentimento absorvido
Rasgo a alma, corto o laço
Pouco a pouco, me refaço
Extravaso de repente
O que de mim já não faz parte
Tristura inabitável,
A certeza da minha pequenez amplifica meu grito insuportável,
Que ouço amiúde,
Adoeço com minha ausência,
A injustiça insiste,
Aos residentes dessa Terra,
De grito estridente,
A desigualdade persiste,
Bruta,
Má,
Com toda violência resiste,
Mora no egoísmo,
Intrínseco,
Egocêntrico,
Genocida.
O sonho de liberdade permanece vivo, o grito de Pedro I ainda ecoa às margens do Ipiranga, a independência da nossa nação murmura por emancipação.
VERBO POETA
Poeta, conjugação, expressão do amor
Das entranhas, frações de alma e grito
Escrito em sensações, o diverso infinito
Aflito, calmo, és da palavra manejador
Poetar, o poeta, frasear, variante flexão
Em cada canto, o teu canto é irrestrito
Largo, plural, tão singular, bela oração
O verbo poeta, muito além do espírito
Antes de modo, tempo, pessoa: a ação
Segue a ordem do coração, e profundo
O dialeto da emoção, da ilusão secreta
E, o que seria da poesia neste mundo?
De qual verbo seria o poeta a poetar...
Do amar, sonhar ou puramente poeta...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 setembro/2021, 11’:10” – Araguari, MG
Diário de um lúcido louco
Raiva, por que sinto raiva?
Se solto algum som, grito!
Se ouso calar-me, grito!
Grito!
Para mim e para os outros:
Grito!
Apenas o que faço:
Grito!
[Acróstico]
Longe dos meus olhos
Amor, cadê você?
Grito seu nome em vão.
Rendo-me à solidão.
Imaginação foi o que restou.
Mágoas, tristeza, sofrimento...
Amanhã outro dia chega e
Só continuo minha procura...