Grito de Protesto
De noite, o estampido seco dos tiros
o grito de desespero
os corpos dos jovens caídos no chão.
De manhã, o silêncio profundo
o medo
a apreensão.
Vocês viram algo?
Ninguém viu nada não moço!
Ninguém viu nada não.
Esta coisa terrível de não ter ninguém para ouvir o meu grito. Esta coisa terrível de estar nesta ilha desde não sei quando. No começo eu esperava, que viesse alguém, um dia. Um avião, um navio, uma nave espacial. Não veio nada, não veio ninguém.
Às vezes o silêncio pode dizer muitas coisas, mas são poucos os que conseguem ouvir um grito de silêncio. Quando as palavras falham, o silêncio é quem fala.
O silêncio sempre foi meu grito mais alto.
Eu atento,
atormento,
excito,
não grito,
não urro,
sussurro,
falo baixinho,
faço carinho,
insinuo,
continuo,
provocando,
arrepiando,
arranhando,
enlouquecendo,
mordiscando,
saciando,
sedento,
sem medo,
desejando
entorpecendo,
você!
loucura?
carinho,
amor,
desalento,
ternura,
prazer,
quero
você!!!
Eu grito pra não sufocar, escrevo pra não explodir, por mais que eu fale, ninguém compreende, isso é tão meu, é estranho pra mim, só pra mim.
– Quantos? – grito em resposta, reunindo forças para encará-los. – Quantos morreram de fome? Quantos foram assassinados? Quantas crianças foram levadas para a morte? Quantos, meu príncipe?
(A Rainha Vermelha)
Os muros erguidos, cada vez mais altos.O grito de socorro cada vez mais mudo.O próximo tornou- se alheio.
“” O silêncio parece refúgio,
Quando a alma teima em gritar
E mesmo calado
O grito é apenas um eco do desejar
É só uma esperança que tudo dê certo...””
— Deus! Crer em Deus! Sim como o grito íntimo o revela nas horas frias do medo — nas horas em que se tirita de susto e que a morte parece roçar úmida por nós! Na jangada do náufrago, no cadafalso, no deserto — sempre banhado do suor frio — do terror e que vem a crença em Deus! — Crer nele como a utopia do bem absoluto, o sol da luz e do amor, muito bem! Mas se entendeis por ele os ídolos que os homens ergueram banhados de sangue, e o fanatismo beija em sua inanimação de mármore de há cinco mil anos! Não credo nele!
Sou uma pessoa quase perfeita, porém normal como qualquer outro ser humano, corro, ando, grito, como, amo, choro, vivo, erro, acerto.As vezes me indago, as vezes me silencio, nada a ver com quem lido, apenas o meu interior que não para de se movimentar.
Me considero uma pessoa impulsiva, oras penso antes de agir ou falar, oras me apresso em determinadas situações e acabo metendo os pés pelas mãos me tornando uma pessoa insensata e infelizmente mal educada, uma parte de mim que ainda esta em processo de mudança.
As vezes erro completamente e me deixo levar pelas emoções do momento, (um descontrole medíocre) ,as vezes ouço a razão e me torno a mais sensata das mulheres , sem muita modéstia claro. Me questiono sempre quem sou realmente, principalmente quando sei que em algum instante feri ou fui injusta com alguém, se minha impulsividade trouxe transtornos ou refrigério, se sou totalmente adulta em busca da inocência ou se sou apenas uma criança que precisa crescer , amadurecer e aprender.
Confesso que tenho medo de ser adulta as vezes , e ser obrigada a ver pessoas andando como árvores, ou melhor, árvores andam?, este é um dos meus medos , conviver com pessoas que não evoluem , que não se permitem, que não se amam, ou que apenas querem o mundo pra si, nos obrigando a não existir.
Me sinto cheia de mistérios , coisas que nem mesmo eu entendo, mas me reconheço na escrita, pois é nela que me desaguo em sentimentos, atos e pensamentos , apesar que não sou tão culta no meu vocabulário sou totalmente popular em meus argumentos , e por vezes consigo tirar os pés do chão,não sou uma escritora, sou apenas uma sonhadora, que aprendeu a voar tendo as letras como asas,apesar que o risco de cair seja muito grande .
Acredito que muito o que sei ,aprendi com estas quedas repentinas . Me baseio em um diálogo de Clarice Lispector onde ela dizia a uma amiga que a vida sempre exigiu dela, e a amiga lhe responde sabiamente que ela também sempre super exigiu da vida , acho que isto é saber viver plenamente , querer sempre mais aquilo que se chama conhecimentos, respirar o ar que me inspira .
Não gosto de pessoas super perfeitas , gosto do que é simples, transparente , sincero,forte e que consegue me encantar apenas por fazer a diferença. Lamento as vezes não poder agradar a todos , pensar como todos, viver como todos, e fazer com que todos me entendam , mas ao mesmo tempo me alegro por ter nascido em um mundo cheio de pessoas que mesmo não sendo iguais a mim conseguem acompanhar meus sonhos e viver como eu em eternas poesias ou as vezes conseguem ser vulcões em erupção nas suas verdades mas se mantém sempre no lugar de humanos.
Jamais fugirei de mim mesma , jamais entoarei cantos que não sei a melodia, jamais dançarei se desconheço os passos, jamais esperarei anoitecer se não houver estrelas, jamais viverei de imaginações e fantasias se eu não souber o que é encantado.Sei que o meu mundo é real e eu sou apenas mais uma na multidão que optou em viver a vida do jeito que ela é, com uma diferença, minhas vestes tem cores fortes.....
Esta sou eu
Quando ferida por palavras e usada pela vida...
Desabo, choro, grito.
Sinto que às vezes preciso-me afogar em lágrimas...
Redescobrindo oásis enterrados em minhas entranhas.
Quando a injustiça me visita devorando-me a alma,
É questão de honra expulsá-la do meu jardim,
Que é para não impregnar meus jasmins.
Quando tudo parece estacionar,
Tenho certeza que estou no caminho delineado...
Cheios de espinhos, os mesmos se converterão em lírios...
Cedo ou tarde,
Sei que encontrarei uma trilha colorida para o mundo além.
A porta voou aberta. Jocelyn deu um pequeno grito. “Jesus!”, Luke exclamou. “Realmente, sou só eu”, Simon disse. “Embora eu tenha sido informado que semelhança é surpreendente”.
(Os Instrumentos Mortais 01 - Cidade dos Ossos)
O sertão pede socorro. E seu grito ecoa esquecido, abafado, ignorado pela imensidão de preconceito e descriminação.