Grito de Protesto
Muitos sermões são ofertados como se a igreja fosse um restaurante que deve conquistar o paladar dos seus clientes. Não precisamos de clérigos semeando frases de autoajuda; sacerdotes se portando como animadores de
auditório; reverendos motivando a auto satisfação ou fiéis se auto justificando no mantra do “Deus é amor”.
Precisamos de homens e mulheres trilhando o caminho da
transformação. Não devo aprender a amar mais a mim mesmo, mas a morrer para que Cristo viva em mim. Não quero a cumplicidade com os meus pecados, mas a luta diária para vencê-los. Não quero o cobertor elétrico sobre os meus erros, mas o inverno asfixiante derrubando todas as folhas com as quais me cubro.
O invisível não pode ser apreendido no visível. Na verdade o visível é a sombra de uma realidade maior que está além do limitado alcance da nossa visão.
Quando um cristão passa a ser celebrado nos círculos intelectuais dominantes, nota-se que o cristianismo apresentado foi diluído e os tons ofensivos ao homem natural encontram-se reduzidos de brasas incandescentes
a cinzas inofensivas.
A beleza, criatividade e alegria de Deus esparramam-se pela natureza aguardando que o distraído ser humano possa observá-la mais de perto. Mas o entediado não tem mais tempo para as coisas comuns. Vive tão absorto nos
afazeres da vida que não consegue vislumbrar as sombras da Realidade maior, a assinatura do Artista em sua obra.
Deus não existe. Se Ele existisse seria apenas mais um objeto. Deus antecede a existência, assemelha-se mais ao invólucro que a agasalha, a nascente de onde sai o filete da vida. A linguagem é limitada. Só é possível a teologia no terreno da analogia. Deus não se encaixa num exemplo mais amplo, porque se encaixasse, o gênero do qual Ele se tornaria membro seria maior do que o próprio Deus. Todo esforço linguístico sequer toca nas bordas da divindade. Sem Ele “nada do que foi feito se fez”.
A qualquer momento, quando estiver desprevenido, Deus pode vir e pedir algo que balançará os alicerces daquilo que imaginara para a minha vida. Quando não estiver esperando, poderei ser surpreendido pelo “Não temas!”. A questão não é como Ele vem, mas como eu respondo ao chamado.
NADA MAIS
Por favor, me perdoe!
Se já não sei reconhecer
Quando teu corpo ardendo em desejo
Chama apaixonado pelo meu nome
Se meu corpo frio
Não sabe mais esboçar os gestos
Que te agradam e te saciam a vontade.
Perdoa se teu grito não me é mais audível.
É que não tenho mais
O mesmo desejo por ti.
E se não podes aceitar um sorriso,
Nada mais tenho para dar-te.
A força da Palavra
Não é apenas um discurso
Não é apenas um personagem bonito
Não é apenas por dinheiro;
Existe algo intrigante
O homem em construção
Quando construido
Não tem medo
Ousa
Desafia
Cria
Se reinventa
Como em uma análise cinematográfica
Me paralisou
Inerte em minha vida acadêmica
Senti que devia...
Repetira de ano
Repetira na vida
Mas o sopro não acabou
Apenas as lágrimas foram derramadas
Não pela derrota
Mas pela pureza com que algumas pessoas
Ainda gritam a nossa existência
Você não está sozinho
Tudo se iniciou como uma tempestade
Gotas inescrupulosas de palavras amargas
Sangue fervendo sob o domínio da raiva
O ódio está reinando na mais tenebrosa forma
Gritos de piedade ecoam na cabeça
Girando em torno do mais maléfico sorriso
Folhas secas denominando a morte
E a insanidade prevalecendo
Na mais terrível noite
No mais terrível pesadelo
E na mais dolorida ferida
EU ESTAREI!
Estarei gritando sem que ninguém ouça
Forçando gestos maldosos
Te manipulando com olhares
E por fim, te matando em pensamento
Grite, corra, se esconda
Nada o fará ficar bem
Nenhum esconderijo é seguro
Não existe uma realidade feliz.
Como está feliz a minha alma...
Soltou um sorriso...
Deixou a mente calma..
Entrei feliz em casa ,
a porta estava aberta,
Com todo o seu fulgor...
Onde a dor entra e sai
E distrai-se num paraíso
De luz, paz e harmonia...
Poesia da alma, luzida de cor,
Como está feliz a minha alma...
O talento, o amor está presente,
Afago a saudade, sinto um arrepio
Escuto o vento, a tempestade,
Estendo as minhas mãos
Grito bem alto o teu nome,
Como está feliz a minha alma.!
É sempre bom saber o quanto está disposto a sacrificar-se para conseguir algo, mas se sua saúde for afetada, saiba que é o grito da sua alma pedindo para que pare o sacrifício.
Aquela paisagem de verão, parecia como um reflexo que a maneira mais útil de conservar a Terra era burlar a timidez e encarar a vida com sorriso estampado. Os ares do mundo se colocavam perto da janela e o mar parecia mais azul naquele dia, em especial. Talvez seria a maneira toda louca que as pessoas caminhavam pelas calçadas, toda gente se concentrava para aquela vida instável e consumista, ao mesmo tempo inútil e egoísta, lutar pela Terra era construir caras novas naquela gente descrente. Pensava e refletia, olhava para o céu, dirigia a mente para pacatos ideiais de cidade pequena, ponderava e pensava com otimismo que a poluição não é um problema eterno e que o homem é capaz de acabar com tanto mal,que praticou contra a vida. As descargas dos automóveis, o barulho dos carros, o engarrafamento do trânsito me tirava do sério, me coloca num ambiente de pura negligência espiritual, pensava na ganancia humana e sentia aquilo era tão desnecessário e sem sentido. A ganancia acabaria com toda a vida, destruiria o sonho de paz e fraternidade colocada no seio do sonhador. Mas ainda há um grito de mudança soprando nos corações, que permite as pessoas ver o céu menos poluído, o mar mais azul, os homens mais felizes e a terra mais sã.
O silêncio
Dos gritos ao peito negado
e a boca que as mãos cega
dos beijos que nunca mais beijaram os lábios
em tão arbitrária censura padece.
Monossilábicas falas se apresentam
desaparecem das frases os verbos
subitamente silenciadas, somem também as palavras
logo desistem de compor tão pobre repertório.
E as palavras antes tão docemente pronunciadas
ao serem censurados por seu algoz censor
para todo o sempre cessam.
Murcham o peito sem os gritos
murcham os lábios sem os beijos
e as mãos murcham em cólera.
Sabe aquela lágrima fina e leve que escorre bem no cantinho do olho?! Pois é.
Lágrima de desabafo. De tormenta. De indecisões. De insegurança. Da pessoa se sentir um lixo por ser quem é.
Um descaso. Um grande descaso. O coração grita. A boca fala. Os olhos dizem. E as lágrimas revelam aquilo que ninguém pode dizer. O indecifrável. O sonho surreal.
As lágrimas, sim as lágrimas. São elas que gritam mais que o silêncio. São elas que dizem o que a boca não consegue dizer. São elas que sentem o que o coração não consegue sentir. Sim, sim. São elas.