Grito
Hoje acordei com um vazio, um grito em silencio,
uma tempestade sem barulho.
E, pela primeira vez, O que passou passou.
Sabe, eu queria saber qual é a cara da felicidade?
um sorriso, um abraço, um grito de alegria?
Não sei, talvez seja uma mistura de tudo isso...
Mas para mim felicidade, é ver o olhar de quem eu amo encontrando em mim respostas, encontrando em mim repouso, encontrando em mim a certeza de que nunca está sozinho!
ENQUANTO POETA, EU GRITO!
Se eu me calar às injustiças, fechar meus olhos às desigualdades e me fizer mouco a um apelo carente... Definitivamente, melhor seria que não tivesse mãos, do que tê-las e não ajudar um necessitado...
“O que é um poeta, se este é incapaz de indignar-se? Por ventura merecerá ser assim chamado? O poeta é alguém capaz de provar de toda sorte emoções, umedecê-las em sentimentos e transformá-las em expressão. E por que não dizer palavras? E por que não dizer poesias? Ah, é isso... O poeta é um agitador, de certa forma um arauto e, sobretudo é um pensador”!
Enquanto poeta, eu grito!
Quando alguém mandar você abaixar a voz é porque teu grito está incomodando; se estiver gritando com honestidade de propósito, continue, pois prefiro ouvir teu grito em defesa de justa causa, ao silêncio dos hipócritas.
Eu queria poder gritar
Num tom bem irradiante
Pra quem estiver distante
Poder meu grito escutar,
Pois eu vou comunicar
Que eu sou amante da vida,
Pois eu vivo na medida
Buscando sempre o ideal.
E não existe nada igual
Como essa vida querida!
De repente um espanto, um grito de medo, são eles a incomodar. Nota-se um despreparo, uma opressão quem sabe . Será devaneio ? Não há respostas . O amanhã parece não chegar . Logo vem a noite e começa tudo de novo.
Cada grito de vida, o mínimo que seja, ressalta a despercebida beleza de viver, de viver a difícil arte de ser amante.
A resposta para os não compreensivos é o grito oculto do silêncio que situa o caminho dos fortes;
Pois se a ignorância não entende a tolerância, o silêncio não é sugestivo a curiosidade alheia que insiste em cogitar;
Algemas da realidade
Ouço um grito.
Grito que urge por mudanças.
Uma venda que os olhos enegrecem
Impede de ver a realidade e,
Por isso, aceitamos o que acontece.
Por sermos apenas crianças,
Socializadas, impostas em padrões,
De sua própria ignorância.
Afinal, que cor cinzenta é essa,
Que reveste nosso caráter?
Entre pretos e brancos,
Somos cinza,
Reflexo da opinião de outrem,
Consenso que do que seduz e alucina,
Desestimula o censo crítico,
Promessa de mundo utópico,
Formatos que a sociedade impõe
E o controle ensina.
Imersos numa bolha,
Que ora embaça nossa visão,
Comodamente aceitamos
O doce alimento da alienação,
De nosso tão estúpido engano,
Por sermos assim: instintivos,
Agressivos, acomodados,
Humanos, demasiado humanos...
'A simplicidade é crua aos olhos dos famintos, o amor é ridículo aos olhos dos desamados, um grito é o ensaio de nada ao silenciosos, o perdão é o eco ausente, pra quem foge de si.'
GRITO
Grito
Insisto
Volto a gritar
Com ira
Sem parar
Com cólera
Choro
Xingo
Viro bicho
Bato
Falo alto
Defendo sim
Você
Nosso amor
Teu pensar
Sinto ciúmes
Persisto
Grito
Até perder a voz
e silenciar
Mas obrigar
Jamais!
"Às vezes, o meu grito irrompe num silêncio e meu discurso, sem palavras, fala mais alto para dizer aquilo que algumas pessoas não ousam falar, nem gostam de ouvir"!
Isis Dumont
2011
"Se a minha voz tivesse a mesma força do amor que sinto por ti, com apenas um grito eu contaria ao mundo inteiro o quanto ele imenso."