Grito
Entre seus cenhos franzidos
Estava o grito não gritado
Estava o sorriso não esboçado
Estava o beijo não dado
Estava o amor não expressado
Estava todo um sentimento ocultado.
Tudo que tenho
nesta noite e nas mãos ...
É um grito insano
Um quarto amontoado
Um canto de solidão
Um corpo frio
Um sentimento vazio
Um poema sem razão
Uma ânsia silente
Uma saudade rasgada
e descontente
amargando o coração.
Inquietude
No silêncio da fria noite,
O grito sufocado clama por sorte!
Os anseios de melhoras são enfeites,
De um pensar desconexo da mente!
Esse grito que o sufoca,
Não é ouvido do outro lado da parede!
Ele não vê passar as horas,
O sofrimento é o seu deleite!
Como são longas essas noites...
Amanhece para todos, menos para ele.
Sentimentos que se perdem no cárcere,
Falta esperança de ver corrigido o erro!
O inocente sofre com a zombaria,
Meliantes dizem que ele está entorpecido.
Não veem futuro na sua fidalguia,
Depois que bate o cadeado está apodrecido...
Mas o grito do inocente não cessa!
Indignação que supera todo preconceito.
A missão da balança é o equilíbrio,
Mas se não lutar vai pender o seu peso.
A fria cela já não o comporta mais,
Precisa sentir a brisa das manhãs no seu rosto.
A sinfonia que o liga com a liberdade,
É a quietude da sua agora perturbada alma!
Calada da noite
Na calada da noite o silêncio assusta
Mas ouço as buzinas e sirenes
Um grito de desespero longe se escuta
Momentos nefastos nada solenes
O silêncio incomoda mas como conforta
O nada se torna muito vultoso
Nesse campo aberto uma extrema loucura
Nas folhas que caem sem cinismo
Escondo-me por medo da triste amargura
Manhã que parece não mais chegar
A noite está longa sem estrelas sem lua
Esperança em mim assim desvanece
A pergunta está sem resposta e nula
Desiludindo o simples autor
Ainda bem que existem as almas sedentas
Cantando para Deus com amor
Abri a boca para soltar um grito mudo
Liguei o chuveiro para disfarçar as lágrimas que caíam
Temperatura máxima para ver se a dor dispersava
Mas ela continuou ali
Entre soluços e arranhões
Espuma a meus pés
E meus olhos não queriam ver nada além da dor
Que me arrebenta as cordas vocais com silêncio.
Gritos de desespero que ultrapassam a barreira do som
Unhas que marcam e nem dói
No fim, desligo o chuveiro
Agarro na toalha e o espelho embaciado reflete
Não a dor que sinto mas o sorriso que se repete.
Se alguém perguntar isto nunca aconteceu.
1 - Fantasia
Fantasiei liberdade
Grito infinito sem ouvinte
Extinta corrente em meu ser
Asas abertas no céu do crepúsculo
Meu fim sem recomeço
Liberdade tem seu preço
Ecoei...
Meu grito para a lua.
Numa oração
De clamor, pelo desamor do mundo.
Pela união
Da HUMANIDADE
Pela Fé, amor e perseverança
Entre irmãos.
Metade de tudo que eu grito é silencio.
Que as palavras que eu falo não sejam repitas como prece, apenas respeitadas porque metade de mim é o que ouço e observo mas outra metade é um vulcão em erupção.
Mas metade de mim esta ficando cansada de viver nesse mundo onde todos querem se destruir.
Quero que minha loucura seja perdoada e o amor que não sou capaz de dar seja aceito.
Porque metade de mim é o que ouço e vejo mas continuo me calando mesmo estando em erupção.
E a lembrança do que fui, já se foi a algum tempo.
Não preciso do seu silencio porque estou cansada de querer ser algo que voce idealiza então tchau.
Já me acostumei em dizer "tchau".
A noite chega e com ela um grito muito distante
São as estrelas me desejando uma boa noite.
Sua missão por hoje acabou... durma em paz com o coração leve e tranquilo.
Assim desejo o mesmo aos meus amigos .
Ritmando
Samba é pro pé e no apito,
Rock é pro grito
Jazz é pra quem tem vivalma
Tango cai n’alma
Valsa é pra mulher linda
Samba-canção é pra amar a bem-vinda
Moda de viola é pra sertanejo
Marcha fúnebre é pra cortejo
Choro é um pouco de tristeza
Mas, viva o maluco beleza
Funk se dança no palanque
Bossa nova Tom ensinou pra ianque
Vanerão e pra gaúcho campestre
Baião quem inventou foi um mestre
Xote se dança e canta no nordeste
Frevo é de Olinda inconteste
Forró tem que dançar agarradinho
Gafieira se mistura samba e chorinho
Lambada é carimbó do Pará
Axé na Bahia nunca faltará
Calango é quando se faz quadras de improviso
Cateretê se bate palma e sapateia no contra piso
Maxixe se assemelha à polca tcheca, mas, não tal e qual
Pagode tem origem paulistana, no fundo do quintal
Xaxado sapateia o direito e desliza o esquerdo, ao som da zabumba
Dançar e cantar tudo isso é uma kizumba
UM GRITO DE ESPERANÇA
Num dia de sol, de lua, tão triste este dia.
A vida, o desespero, a saudade. Dor n’alma
que faz sentir um amor. Oiro celeste.
Uma alvorada fria, uma noite ao vento. Pede-me calma
dos sentimentos nostálgicos que me deste.
Uma estrela, saudosa luz, estranha força e magia.
Talvez um miserável entre os anjos do céu! No mar
as lágrimas dos dias santos na terra, a euforia,
e nas tempestades um lírio branco, o vento, o ar!
Talvez um pedinte em dor final, a pedir esperança
no corpo nu que me cobre a alma. Um véu terno,
plumas ao tempo, folhas secas, talvez lembrança
à abrir a contagem da existência entre o céu e o inferno.
Amor seja tu amor, tão alegre, tão infinito...
Mesmo que te roguem tristeza a viver, mesmo à dor,
mesmo à saudade, que seja em plenitude o teu grito,
que sejas em ti à cobiça, o meu mesmo amor.
Levo comigo o prazer que se tem em expressar-se escrevendo. É como um grito, que internamente vai tentando curar suas feridas através de escritas. Por entre os dedos saem libertações, que surgem como remédio sem química, que apenas dizem, que às vezes curam.
Grito mudo
Sufocante grito mudo
Dado no escuro do quarto
Grito sufocado
Morto no lábio
Ardente no peito
Foge o ar dos pulmões
Apaga o brilho dos olhos
Tudo se vai
Com exceção do grito mudo