Grito
Não economizo amor, invisto. Não engulo amor, respiro. Não silencio amor, grito. Não guardo amor, demonstro. Não escondo amor, escandalizo. Não unifico amor, pluralizo. Não sonego amor, declaro. Não desprezo amor, abrigo. Não verbalizo amor, pratico. Não divido amor, multiplico. Não publico amor, politizo. Não prendo amor, liberto. Não julgo amor, aceito. Não torturo amor, sinto. Não desenho amor, pinto. Não soletro amor, poetizo. Não espero amor, faço. Não cobro amor, eu amo.
Não sou delicada, não tenho leveza na língua. Sou palavras, grito. Nunca fui de calar olhares, sorrisos.Os raios que queimam meu corpo e minha alma distribuo em chamas, toques...aos sons de violinos e músicas.
Grito da solidão
Não há ninguém no mundo
No meu mundo nao ha ninguém
Um grande vazio me cerca
Nao existe nada além
Vejo vultos ouço vozes
Vindo de outro lugar
Mas não me enxergam não me ouvem
Impossível me notar
Seres de outro mundo
Que jamais enxergarao
Uma alma angustiada
Vivendo na escuridão
De uma vida amargurada
Em que a tristeza é o destino
A única sina é a dor
É viver invisível
Presa em.solidão
Nunca se libertará
Dessa triste escuridão
Qual o seu maior grito?
Eu me contorço
Faço curva em meu dorso
Toco de leve a natureza
Pés em riste e firmeza
Abro o peito e num sustenido
Grito ao mundo o meu gemido...
mel - ((*_*))
O GRITO DOS BRAVOS
Onde se testou nossa bravura?
Onde se esgotou a vã doçura?
Onde se expôs tanta loucura
Capaz de destilar tão vil agrura?
Não, não foi nos campos de batalha
Onde o ódio se esvai, fogo de palha
Como nos tornamos desumanos?
Tão sagrados, tão profanos.
Tão sensatos, tão insanos.
D’onde vêm os gemidos que ouço?
Ecos vindos de um frio calabouço
Nada excede a frieza e a feiura
De quem covarde aos seus dedura
Que beleza pode haver na captura?
Na verdade extraída sem lisura?
Requintes de crueldade
...”O grito não dá a razão o direito certo, assim como o silêncio não produz ideias; o saber se expressar sim, esse gera oportunidades. "... Ricardo Fischer
Ventania no Cerrado
Chia o vento no cerrado seco
Num grito fugaz de melancolia
Zumbindo a sequidão num eco
Nos tortos galhos em poesia
Este vento que traz solidão
E também traz especiaria
Dando aroma a esta emoção
E combustão a esta ventania
Calado pelo canto da seriema
Que com o sertão tem parceria
Choraminga o cerrado em poema
Das folhas secas em sua correria
Desenhando no vasto céu dilema
Do rústico e o belo em poesia
Musicando a natureza suprema
Da diversidade em sua agonia
(Vai o vento em sua romaria.)
Luciano Spagnol
A angústia morde os lábios
O corpo chora as agonias
Tentando cuspir arrelias
Num grito com ressábios
GRITO DE SALVAÇÃO
Senti que nosso "espelho" havia se quebrado
O nosso sentimento estava no chão em cacos
Tudo aconteceu sem nada termos falado
Nossos olhos se cruzavam e paravam opacos.
Foram muitos anos de convivência pacífica
Tão serena que chegava a ser tediosa
Sem alguma motivação específica
Dias...horas... minutos de calmaria silenciosa.
Alguma atitude deveria urgente ser tomada
Para que a morbidez de nós não se apossasse
Deixar morrer esse amor sem fazer nada
Seria permitir que nossa vida se amordaçasse.
Que haveríamos de fazer para resgatar
Este convívio outrora tão afetuoso
Se sequer sabíamos nos explicar
Onde tudo começara a ruir tão silencioso?
Para salvar este sublime convívio
Um grito com vigor lançamos ao mundo
Porque ninguém sobrevive sem ter um alívio
Mesmo que o grito dure apenas um segundo...
13/05/2016
mel - ((*_*))
MEU GRITO DE GRATIDÃO
Pela brisa matinal
vinda lá do quintal
Pelo café fresquinho
manteiga e pão quentinho
Pela doçura da criança
da vizinha a fala mansa
Pelo agasalho que aquece
quando a temperatura desce
Pelo filho que nada diz
do jeito dele é feliz
Pelo abraço dele apertado
mesmo que seja desajeitado
Pela companhia do marido
que me saúda comedido
Pelo que vem pela frente
que impulsiona a gente
Dou um grito de GRATIDÃO
lá do fundo de meu coração!
mel - ((*_*))
Salvador
Grito forte, grito alto na cidade baixa
E os verdes amores dos tons das flores, eu esqueço, mas tenha piedade de mim, Deus
Nas noites frias dessa cidade
Pego o elevador e vou até os teus museus, os olhos dos velhos, a pele negra
O segredo do teu povo está escrito nas paredes, a sede, a fome
Amanhã eu era, ontem não fui, vim parar aqui, onde não entendo
A morte vem fardada sobre os trilhos de sangue nas ruas, e os cachorros latem a noite me assustando
O vento nas árvores, a lua me constrange, eu minto sobre o sol
Mas não me escondo da lua, ela não me julga, não me queima os pés descalços quando piso o asfalto
Nada é como ontem, que pena.
E as moças dançam para os moços
Que não ligam para as moças, a morena o leva a cama, mas só a branca ele ama, e a branca o levará a morte, se por sorte.
Ou o fará vagar pela cidade como covarde.
Como sem vida na ida, como sem corda na volta, se enforque, se mate hoje, assim é o ontem
Nosso sacrifício diário, suor e sangue sem valor
Os senhores da alta nobreza na cidade baixa desfilam riquezas, riquezas da vida
Mas a vida é terrena e pequena
Fico imaginando se te escrevo uma frase,
se te escrevo um verso ou se,
grito e te canto uma musica,
mas te escrevo uma frase, poque imagina
que louco logo eu que nunca gostei de
escrever te escrever uma musica,
mas seria um sério caso de amor.
- Henrique Bennoda
Sobejo
Ausente, toca-me a distância com suaves palavras que guardarei no silenciar do meu grito teus sons como se tua mão me acariciasse.