Grito
Desisto de prestar atenção quando alguém está defendendo suas opiniões aos berros ou não me deixa terminar de apresentar os meus pontos de vista, pois isso faz parte de um jogo egoico, não existindo interesse em encontrar o bom senso conceitual sobre algo.
Mesmo em meio ao som das sirenes frenéticas e dos pneus apressados que vagam na madrugada pela perimetral, o eco do teu descaso é o som que grita mais forte e, ainda que obscurecido, não me deixa dormir.
Indignação
Minha vida minha vida
É ilha de sofrimento
Cercada de injustiça por todos os lados
Meu irmão onde a saída
Senão a força da rebeldia
Vítima de perseguição
Encurralado marginalizado
Neste mundo neste mundo
Que é meu mundo também
Meu irmão tenho vontade
De sair como um demente
Gritando gritando pelos campos
E ruas e praças das cidades
Que é preciso urgentemente
Limpar com papel higiênico
A cara cristã da sociedade
O desânimo está voltando aos poucos, sinto ele se aproximando lentamente, em breve ele irá me abraçar, e eu novamente serei engolido, até não sobrar mais nada de mim, vou deixar a alma gritar, uma hora ela vai cansar, e então quando ela se cansar, vou aproveito para tentar salvar o que restou de mim.
Acontece ao logo do dia
Porque precisamos de ser provocados!
Para entender o preço amargo de nossas decisões
Sempre emboscado por onde somos encontrados
Sendo preciso entender que precisamos de precauções.
O dilema do cotidiano é sempre ser testado
O que não é nada levado
Para o testemunho do lado
Porque seremos o sempre o oposto do amargo.
Isso é algo inusitado ser encontrado
Intuitivamente levado a ser marcado
Nada é por acaso ser arremessado
Na correnteza e ser arrebentado.
Mas, na verdade o que acontece nesse prazo
É ser julgado por ter errado
E não ser condenado.
Ao longo do dia, um grito...
Sousa-Paraíba 21:18, 21/08/ 2019, Silveira Osnildo
Se é grande a vontade de gritar de dor ou angústia, não ligue para o que vão pensar de você. Grite bem alto!
Calar quando se quer gritar ...
é sufocar-se ao extremo
esmagar o próprio coração
abandonar em um
tenebroso cômodo,
a própria alma.
Por isso, grite!
Chama o Samu
Não sinto, transbordo; não sofro; dilacero. Sangro pelos poros todos mas não dá pra ver. Dá?
Quase morri, e tipo Brás Cubas, no primeiro dia pensei em me matar, no segundo virei padre, no terceiro escrevi uma carta pra Marcela... aquela coisa toda. Não sei se nessa ordem. Um caos.
E referenciando de novo algum brasileiro de alma rasgada: Ei Renato Russo: se minha voz tivesse força igual a imensa dor que sinto, meu grito acordaria não só minha casa, mas uma galáxia inteira.
me sinto como uma Terra desconhecida
como uma ilha que ainda não conseguiram encontrar
não escrevo pra tentar ser poeta ou algo do gênero, escrevo porquê dói
escrevo porque a vida me rasga o peito
eu preciso ser decifrada, alguém tem de saber caminhar e conseguir sair do labirinto que existe dentro de mim
não sou um conceito, sou o silêncio encontrado em um enorme grito
Meu Silêncio
Meu silêncio
É só meu ...
Me pertence
Me devora
Me mantém
Meu silêncio
É egoísta,
Não divido
Com ninguém!
Nele conto
Segredos
Ao infinito.
Entrego
A minha
Saudade,
Meu amor,
Meu coração,
Tudo que
Houver de
Mais puro,
Sincero e
Bonito .
No meu
Silêncio
Me fecho,
Me tranco,
Me entrego ,
Me calo e
Às vezes,
Até grito !
Angelica M Spínola (Masy)
Silenciosa viagem.
Ah! A luz fugaz...
Minha primeira refeição do dia:
Uma taça de vinho da garrafa vazia.
Água da vida para um vagabundo?
Sopa de pedras para o jantar!
Maldita libido!
Antes um cigarro, agora um lago.
Grito mudo na porta de luar!
Amor? Mais amor!
A viajante solitária no encontro de si mesma.
Página a página.
Ei-los: A rosa - O vento (No jardim íntimo, onde cada solilóquio é confessado).
Harmonia e confusão.
Balão suspenso.
Bocas seladas, casas desabitadas.
Piada ou conto de fadas?
Aquele mofo por trás das cortinas.
O pó mágico que entorpece a língua.
Anestesia para as narinas cansadas.
Sem cheiro, sem pelo, nenhuma cor.
Amor e ódio na tela da TV.
Amor e ódio no jornal, na varanda e no quintal.
Na cama sempre é doce!
Meias verdades calçando sapatos de lã.
Ou será essa também uma laranja inteira?
A mulher piano certa nas mãos do pianista errado.
Mais uma folha de papel timbrado, amassado e rasgado.
Um mar de silêncio do quarto, grito mudo outra vez.
Loucura, remédio sem cura, lixo, fumaça, embriaguez!
Juízes equilibristas.
Deputados malabaristas.
Sorrisos de elástico vomitando dúvidas.
Alimentam bocas pela certeza.
E as calçadas estão repletas deles.
O vento que afaga meus cabelos, ele também me beija.
E a morte me belisca a cada nova piscada.
Ah! A luz fugaz...
Amor, mais amor.
Grito mudo na porta de luar!
Muitas vezes o silêncio grita absurdamente dentro de nós e faz ecos profundos e intangíveis num labirinto dentro da alma que se perde pelo caminho...
Ele pairou acima das cinzas da terra completamente destruída. Pairou para lá e para cá e não sabia onde pousar. Pairou sobre o túmulo do mar e sobre o cadáver da terra. Nunca, desde que os anjos transgressores se lançaram do céu ao inferno, a luxúria tinha ouvido tamanho grito de desespero.
Íntimo Dado (A Senha)
Cada vez que gritam: pobre!
me assusto. Recuo ao canto
mais perto do rés do chão.
Negro, fico sem cor.
Fúria, fico sem fala.
Pois sei que as balas dos patrões,
que as balas dos políticos, da polícia
correm atrás de mim sem-terra,
correm atrás de mim sem-teto,
correm atrás das minhas razões
por esses labirintos finitos
enredados de justiça e democracia,
só para eu sair nos jornais,
morto na foto,
sangue vazando pelos ouvidos.
Toda vez que eles gritam: pobre!
é a tortura, é o estampido, é a vala.
É a nossa dor que tranquiliza os ricos.
Alô rapaziada... tem de antenar o dia:
o vento que venta lá, venta cá.
Se pensa que a verdade te dá o direito de gritar, estás redondamente enganado. Às vezes, é pelo grito que o povo te manda calar.
As vezes pensamos que não existe nada além de viver em prol do outro. Esse outro pensa que não podemos ser nada longe dele. Mas pode sim! Você tem uma vida inteira de coisas boas te esperando lá fora.
A decisão é sua! Soltar as mãos ou sangrar entre os espinhos até morrer por dentro...
Eu vi , o teu choro calado; quando mesmo triste você conseguiu esboçar aquele leve sorriso quase apagado; o teu desespero velado; quando você se conteve para não sair correndo,sem rumo, para qualquer lado à procura de um sonho há muito perdido, não realizado; os teus gritos abafados... Eu vi. Você não me viu. Mas eu estava ao teu lado!
Vez por outra, a natureza reivindica o seu espaço na terra. E para isto, ela briga com os humanos mostrando a sua força, o seu grito, o seu jeito de se fazer entender (ou temer).