Grandes Poesias Bonitas

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⁠Gosto muito de não registrar os acontecimentos da minha vida (não escrevo diários, não tiro muitas fotos) para poder recriá-los mais tarde nas minhas ficções com toda a liberdade, sem me preocupar com como realmente aconteceram, mas como me lembro deles. Eu realmente não me importo com a realidade dos eventos, mas como os vivi ou os senti.

Inserida por pensador

Eles ergueram a Torre de Babel para escalar o Céu. Mas Deus não estava lá! Estava ali mesmo, entre eles, ajudando a construir a torre.

Mario Quintana
A construção. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por jorge_henrique_elias

Se alguém acha que estás escrevendo muito bem, desconfia… O crime perfeito não deixa vestígios.

Mario Quintana
Do estilo. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por pensador

Todo poema é uma aproximação. A sua incompletude é que o aproxima da inquietação do leitor. Este não quer que lhe provem coisa alguma. Está farto de soluções.

Mario Quintana
A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por pensador

Tenho uma enorme pena dos homens famosos, que por isso mesmo perderam sua vida íntima e são como esses animais do Zoológico, que fazem tudo à vista do público.

Mario Quintana
Degradação. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por pensador

Vivemos conjugando o tempo passado (saudade, para os românticos) e o tempo futuro (esperança, para os idealistas). Uma gangorra, como vês, cheia de altos e baixos – uma gangorra emocional. Isto acaba fundindo a cuca de poetas e sábios e maluquecendo de vez o Homo sapiens. Mais felizes os animais, que, na sua gramática imediata, apenas lhes sobra um tempo: o presente do indicativo. E que nem dá tempo para suspiros...

Mario Quintana
Gramática da felicidade. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por pensador

Não tentes tirar uma ideia da cabeça de outrem porque, examinando bem, verás que em geral não se trata de ideias, mas de convicções. São inextirpáveis. E a causa única de todas as guerras – políticas ou religiosas, paroquianas ou internacionais.

Mario Quintana
Diagnóstico errado. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por pensador

⁠Para mim o poeta não é essa espécie saltitante que chamam de Relações Públicas. O poeta é Relações íntimas. Dele com o leitor.

Mario Quintana
Steen, Edla van. Viver e escrever. v. 1. Porto Alegre: L&PM, 2008.
Inserida por pensador

⁠Os verdadeiros poetas não leem os outros poetas. Os verdadeiros poetas leem os pequenos anúncios dos jornais.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.
Inserida por pensador

⁠Tudo já está nas enciclopédias e todas dizem as mesmas coisas. Nenhuma delas nos pode dar uma visão inédita do mundo. Por isso é que leio os poetas. Só com os poetas se pode aprender algo novo.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.
Inserida por pensador

⁠A magia das palavras num poeta deve ser tão sutil que a gente esqueça que ele está usando palavras.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.
Inserida por pensador

Delícia de fechar os olhos, por um instante e assim ficar, sozinho, fabricando escuro... sabendo que existe a luz!

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por pensador

Todo esse apego do homem ao cachorro é porque o cachorro considera o seu dono o primeiro homem do mundo...

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por pensador

Se a tua vida não puder ser uma tragédia grega – por amor de Deus! – não a faças um tango argentino...

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por pensador

A única coisa que nos diferencia de peixes num aquário é que temos consciência dos limites de nosso mundo…

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por pensador

Os chinelos são um par de gêmeos obedientes, sempre juntinhos ao pé da cama, pacientemente à espera do papai, que às vezes custa tanto a chegar.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por pensador

Meu Deus, por que será que nos sentimos tão culposos diante desse olhar interrogativo que nos lançam, às vezes, os cães? Mas culposos de quê?

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por pensador

Talvez a poesia não passe de um gênero de crônica, apenas: uma espécie de crônica da eternidade.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por pensador

As lagartas não podem acreditar na lenda das borboletas – tão antiga entre o seu rastejante e esforçado povo... mas sua felicidade consiste em relembrar, às vezes, o absurdo e maravilha desse velho sonho: o de se transformarem, um dia, em borboletas.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por pensador

É preciso escrever um poema várias vezes para que dê a impressão de que foi escrito pela primeira vez.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por pensador