Grandes Poesias Bonitas

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As civilizações

As civilizações desabam
por implosão...
Depois,
como um filme passando às avessas
elas se erguem em câmera lenta do chão.
Não há de ser nada...
Os arqueólogos esperam, pacientemente,
A sua ocasião!

Mario Quintana
Quintana de bolso. Porto Alegre: L&PM, 1997.
Inserida por pensador

Não basta saber amar…

Neste mundo, que tanto mal encerra,
não basta saber amar,
mas também saber odiar,
não só servir a paz, mas também ir para a guerra.
Seguiremos assim o próprio exemplo
de Jesus, que tanto amor pregou na Terra...,
quando Ele,
num ímpeto de cólera,
a relhaço expulsou os vendilhões do templo!

Mario Quintana
Quintana de bolso. Porto Alegre: L&PM, 1997.
Inserida por pensador

A mudança

A alegre, a festiva agitação das panelas e tachos
A inútil zanga dos velhos armários de mogno, solenes,
Achando tudo aquilo uma grande palhaçada...
As xícaras e pires fazendo tlin-tlin-tlin-tlin
As gaiolas dos passarinhos cantando em coro com os
próprios passarinhos
Oh! a alegria das coisas com aquela mudança
Para onde? Não importa! Desde que não seja
Este eterno mesmo lugar!

Mario Quintana
Quintana de bolso. Porto Alegre: L&PM, 1997.
Inserida por pensador

É preciso a saudade para eu te sentir
como sinto – em mim – a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

Nota: Trecho do poema Presença.

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Inserida por MarcioAAC

Não faças como alguns desses pastores que aconselham aos outros o caminho do céu, cheio de abrolhos, enquanto eles seguem ledos a estrada dos prazeres, sem dos próprios conselhos se lembrarem.

(Hamlet)

"Contigo eu fico
É jamais do negror deste palácio hei de partir
Aqui. Aqui sempre estarei...
Com seus criados vermes...
Aqui mesmo eu hei de repousar para todo o sempre.
É libertar da maldição dos astros a carne exausta
Olhos. Um último olhar...
Braços. Um último abraço...
É vós o lábios, portal do alento
Selai com este beijo o pacto eterno com a morte insaciável.
Venha meu caminho amargo
Venha insonso guia
Piloto insano atira neste instante
Contra as rochas a barca desgastada
Um brinde ao meu amor."

Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove:
O no! it is an ever-fixed mark
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth’s unknown, although his height be taken.
Love’s not Time’s fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle’s compass come:
Love alters not with his brief hours and weeks,
But bears it out even to the edge of doom.
——If this be error and upon me proved,
——I never write, nor no man ever loved.

Chegará o dia em que as torres coroadas de nuvens, os palácios resplandecentes, e mesmo o globo imenso e tudo o quanto lhe pertence, vão desaparecer sem deixar rastro, como se dissolveu esse espetáculo.
Somos dessa matéria de que os sonhos são feitos, e a nossa vida é breve é circundada pelo sono.

Esta é a grande tolice do mundo, a de que quando vai mal a nossa fortuna - muitas vezes como resultado de nosso próprio comportamento - culpamos pelos nossos erros o sol, a luz e as estrelas, como se fôssemos vilões por necessidade, tolos por compulsão celeste, safados, bêbados, mentirosos e adúlteros por obediência forçada a influencias planetárias; e tudo aquilo que somos maus por impacto divino.
(Rei Lear)

Devemos aceitar o que é impossível deixar de acontecer.

("As Alegres Comadres de Windsor")

Nem esta capa sombria, nem as vestes costumeiras de solene cor negra, os tempestuosos suspiros arrancados do imo peito, as torrentes fecundas que me descem dos olhos, o semblante acabrunhado, nem todas as demais modalidades da mágoa poderão nunca, em verdade, definir-me. Parecem, tão-somente, pois são gestos de fácil fingimento. Mas há algo dentro em mim que não parece.

(Hamlet)

Inserida por rodkalenninfe

Da calúnia a virtude não se livra. Muitas vezes, o verme estraga as flores primaveris, bem antes de se abrirem. No orvalho e na manhã da mocidade o vento contagioso é mais nocivo. Sê cautelosa; o medo é amparo certo. A mocidade é imiga de si mesma.

(Hamlet)

Inserida por rodkalenninfe

Duvide que o sol se mova
Duvide que as estrelas sejam fogo
Duvide que a verdade seja mentirosa
Mas não duvides que eu te amo.

Inserida por rafaapc16

Ofélia para Laertes: “Encerrarei no peito, como guardas, essas sábias lições. Mas, caro irmão, não faças como alguns desses pastores que aconselham aos outros o caminho do céu, cheio de abrolhos, enquanto eles seguem ledos a estrada dos prazeres, sem dos próprios conselhos se lembrarem”.
(Hamlet)

Inserida por OswaldoWendell

There is a tide in the affairs of men.
Which, taken at the flood, leads on to fortune;
Omitted, all the voyage of their life
Is bound in shallows and in miseries.
On such a full sea are we now afloat,
And we must take the current when it serves,
Or lose our ventures.

William Shakespeare
Julius Caesar Act 4, scene 3, 218–224
Inserida por anacarolinam

"Parece", não, senhora; é, não "parece".
Não é apenas meu casaco negro,
Boa mãe, nem solene roupa preta,
Nem suspiros que vem do fundo da alma,
Nem o aspecto tristonho do semblante,
Co'as formas todas da aparente mágoa
Que mostram o que sou; esses "parecem",
Pois são ações que o homem representa:
Mas eu tenho no peito o que nao passa;
Meu trapos são o adorno da desgraça.

Inserida por kira7

A vida não é nada além de uma
sombra que anda, um pobre ator que
pavoneia e lamuria seu instante
no palco e depois não é mais ouvido:
é um conto contado por um idiota,
cheio de som e fúria, significando nada.

Inserida por sophquotes

Louvada seja a impulsividade,
Pois a imprudência às vezes nos ajuda
Onde fracassam as nossas tramas muito planejadas.
Isso nos deveria ensinar que há uma divindade
Dando a forma final aos nossos mais toscos projetos...

Inserida por rodkalenninfe

⁠Soneto 121 (CXXI)

É melhor ser vil do que vil considerado,
Quando não se é, e ser repreendido por sê-lo,
E o prazer justo perdido, que é tão caro
Não por nós, mas pela opinião alheia.
Por que a visão falsa e adulterada dos outros
Deve julgar o meu sangue ardente?
Ou minhas fraquezas, enquanto o mais fraco espia,
Que por eles seja mau o que acredito bom?
Não, eu sou quem sou, e eles que julgam
Meus erros reconhecem em mim apenas os deles;
Posso ser reto, embora eles sejam tortos;
Diante desses pensamentos, meus atos se ocultam,
A menos que esse mal geral que eles mantêm:
Todos são maus e em sua maldade reinam.

Inserida por keila_santos

Apaga-te, vela fugaz!
A vida não é senão uma caminhada
Sombria, um pobre ator
Que se pavoneia e gasta a sua hora
No cenário,
E logo ninguém mais o ouve;
Vem a ser um conto
Narrado por um idiota,
Cheio de ruído e fúria,
Que não significa nada.

Inserida por monkkinha