Grandes Poesias Bonitas
Pode alguma coisa ser mais imunda, mais suja do que um porco? Se estivermos a falar de coisas externas, não.
Não haja medo que a sociedade se desmorone sob um excesso de altruísmo. Não há perigo desse excesso.
O misticismo é apenas a forma mais complexa de se ser efeminado e decadente. O único lado útil da inutilidade.
O maior erro que os homens podem cometer é tentarem saltar por cima da gradualidade e da evolução da natureza e realizar hoje aquilo que a natureza previu para amanhã.
O que há de bom ou mau em qualquer crença, qualquer, é o modo como se crê. O bem ou o mal estão no psiquismo do crente, não na crença.
Os espíritos altamente analíticos vêem quase que só defeitos: quanto mais forte a lente mais imperfeita se mostra a cousa observada. O detalhe é sempre mau.
Prouvera aos deuses, meu coração triste, que o Destino tivesse um sentido! Prouvera antes ao Destino que os deuses o tivessem!
Sou, bem sei, uma voz que clama no deserto. Não se esqueça porém V. Ex.ª que a voz que clamou no deserto foi a que anunciou o Salvador.
O homem perfeito do pagão era a perfeição do homem que há; o homem perfeito do cristão a perfeição do homem que não há; o homem perfeito do budista a perfeição de não haver o homem. (Bernardo Soares)
A fome só se satisfaz com a comida e a fome de imortalidade da alma com a própria imortalidade. Ambas são verdadeiros instintos.
Um artista forte mata em si próprio não só o amor e a piedade, mas as próprias sementes do amor e da piedade. Torna-se desumano devido ao seu grande amor pela humanidade — esse amor que o impele a criar a arte para o homem.
O gênio é a maior maldição com que Deus pode abençoar um homem. Deve ser sofrido com o mínimo possível de gemidos e queixumes, com uma consciência tão grande quanto possível da sua divina tristeza.
“Não importa se a estação do ano muda. Conserva a vontade de viver, não se vai a parte alguma sem ela. “
Se o nosso espírito pudesse compreender a eternidade ou o infinito, saberíamos tudo. Até podermos entender esse fato, não podemos saber nada.
Hoje defendo uma coisa, amanhã outra. Mas não creio no que defendo hoje, nem amanhã terei fé no que defenderei.
O que mais fará falta na morte de alguém importante é o olhar dessa pessoa sobre nós, pois precisamos do outro como referência de quem somos. Se a pessoa que eu amo não existe mais, como posso ser quem sou?
Essa é a maravilhosa tolice do mundo: quando as coisas não nos correm bem — muitas vezes por culpa de nossos próprios excessos — pomos a culpa de nossos desastres no sol, na lua e nas estrelas, como se fôssemos celerados por necessidade, tolos por compulsão celeste, velhacos, ladrões e traidores pelo predomínio das esferas; bêbedos, mentirosos e adúlteros, pela obediência forçosa a influências planetárias, sendo toda nossa ruindade atribuída à influência divina.
Porque eu sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura.
(Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares – Fonte: Domínio Público)
...havia um tédio das emoções, diferente do tédio da vida, uma impaciência de me ligar a qualquer sentimento contínuo, sobretudo quando houvesse de se lhe atrelar um esforço prosseguido.
"O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito."( Fernando Pessoa) / "Vem daí a importância do saber perdoar".(Juan Galvez)