Grandes Pensadores
A Gente Se Perdeu -
Com uma sensação horrível
no peito,
hoje eu senti:
Em meio a tantos encontros
e desencontros,
a gente se perdeu de vista.
Eu ainda olho para trás,
mas ela não.
Ana -
Ana - que não era Ana -
era todas elas,
me ensinou (a muito custo),
andar sobre o fogo.
Fogo - que não era fogo -
era Ana,
que no mais frio dos invernos
queimava.
Este é um texto livremente inspirado na Arte e Religião em Hegel...
Os olhos dos alemães parecem frios como nacos de geleiras, mas Hegel nasceu no verão.
Apenas alguém que não enxergue o mundo como lhe dizem ser torna-se um filósofo.
Georg foi o primeiro de 7 filhos, dois quais apenas três 3 sobreviveram.
Em 27 de agosto, de 1770, a constelação no céu era Virgo:
"A ti, peço que empreendas um exame de tudo o que os homens fizeram a Minha Criação.
Terás que observar com perspicácia os caminhos que percorrem, e deve lembrá-los de que seus erros me fazem sofrer.
Através dos teus olhos críticos, Minha Criação será vista e aperfeiçoada.
Para que assim o faças, Eu te concedo o Dom da Pureza."
E Georg Hegel veio ao mundo.
Como é possível ser poeta em alemão? Mas a mãe de Georg ensinou lhe latim.
Aquele que souber a origem do significado não se enganará quanto ao sentido, a começar pelo verbo. Uma boa herança para deixar a um filho...
A mãe de Georg morreu quando ele tinha apenas 13 anos.
O relacionamento com o pai era ruim. Alistou-se no exercito de Napoleão e com 26 anos, foi como oficial na campanha contra a Rússia. Seria a vida uma escolha de quais batalhas enfrentar?
A cólera no ambiente familiar é uma causa perdida, nenhum homem vence a figura paterna e seu passado.
Hegel nunca voltou, mas seu desaparecimento já não causou dor a sua mãe, que já estava morta.
A luz excessiva pode cegar, a distância do Sol é o que nos permite admirar sua poesia. Qual seria o peso da Verdade em nossas vidas ao saber que finalizamos tanto quanto uma árvore serrada? Ou ainda, que há mais mil vidas para sentir como nessa?
Não há paz que sobreviva às emoções humanas, quanto mais pela eternidade... Porém, viemos à vida com o beneficio da dúvida e trunfo da morte! Para que escolhamos ser árvores, ou imortal como os Deuses.
Queimamos o espírito com o fogo dos pensamentos, para que a alma como fumaça, possa ver a vida do céu.
Quando voltamos, é possível encontrar a paz: no vento a balançar a copa das árvores; nas brincadeiras entre os bichos; na onda que nunca cessa; no sol que seca; na distância surreal entre nós, as estrelas e os sonhos; no cheiro frio do inverno; na cor de todas as folhas, tão lindas, mesmo secas no outono.
A mágica acontece no instante de um beijo, uma conversa, em todas as vozes e cheiros bons... Ah, Deus. Há tanta paixão na vida! É possível enxergar com seus olhos e sentir seu coração. As Tuas lágrimas são as nossas, como ousamos esperar por mais?
Se fora do mundo tudo é deserto e nos criaste com cinco sentidos para estarmos juntos!
Se mesmo com todas as flores e toques, se mesmo com todas as palavras e olhos, se mesmo com todos os gostos e a imaginação não for suficiente para o encontrar, não há nada a fazer por nós.
A beleza é a única Verdade, e nela mora Sua razão.
Ainda que não o chamem Deus, o reconhecerão através do amor; e nos instantes de graça nos satisfaremos, pois sermos um, sendo arte.
Hegel certa vez comparou a filosofia com a coruja da deusa Minerva, que carrega toda a sabedoria e justiça do mundo, mas só voa ao anoitecer, quando não há muita luz para ser aproveitada....
Narra o mito que a Sabedoria e a Justiça, personificadas pela deusa Minerva (Athena na Grécia) é fruto de Métis (a astúcia) com o poderoso Zeus, ordenador do Cosmos. Após ter sido proferido pelo oráculo que, se Zeus tivesse uma filha, ela se tornaria ainda mais poderosa que ele, Zeus tratou de engolir Métis para impedir o nascimento. Assim, Athena é gerada na cabeça do soberano do Olimpo (por isso, a deusa é associada ao lógos).
Findado o período de gestação, o supremo deus começou a sentir terríveis dores de cabeça, pois enquanto a JUSTIÇA NÃO NASCE, ELAS SÃO INEVITÁVEIS.....
O que Hegel quis dizer (eu acho) é que qualquer período histórico só pode ser compreendido quando está no fim, e que a filosofia sempre chega tarde para explicá-lo.
Talvez se a coruja, voasse mais cedo, venceria o vasto abismo que separa a filosofia da política. Um abismo que não começara com Hegel mas existe desde que Platão, desgostoso com a execução de Sócrates, renunciara à atividade política.
No fim o que Hegel diz com sua metáfora é o óbvio, que a gente vive para frente mas compreende para trás, e que nenhuma filosofia ajuda a percorrer o caminho já percorrido.
Nossos esforços podem fazer nascer a justiça que nos livra das "dores de governo incompetentes" e olharemos para nosso futuro pois o passado já foi vivido .....
Entre os titãs do idealismo alemão, constituído pela tríade Fichte, Hegel e Schelling, é sem dúvida este último que atualmente monopoliza a atenção do mundo culto, alternando-se os pronunciamentos sobre a importância decisiva de sua obra, não só parte dos filósofos propriamente ditos, como também por parte dos etnólogos e historiadores da religião.
Filosofia não é tão somente Plantão, Aristóteles, Sócrates, ou Nietzsche... Filosofia é antes de tudo a busca do que não se imagina, a experimentação do oculto...
Os chamados 'mestres da suspeita' (Nietzsche, Marx, Freud) habituaram seus discípulos a só enxergar o bem como inversão do mal, a saúde como inversão da doença, o amor como inversão do ódio, como se o negativo fosse a realidade positiva e o positivo nada mais que a sua sombra. Como figura de linguagem, funciona às vezes, mas, transposto à realidade do mundo tridimensional, resulta em eliminar o positivo e celebrar o negativo.
Quem usa o nome da justiça para defender seus erros é capaz de muito mais para desvirtuar um direito.
Uma Vida
Uma vida é apenas um espaço equidistante
existente entre três fazes de sobrevivência
um tiquetaque de um coração inconstante
um inspiro, um expiro da vital influência
do invisível entra e sai do ar constante
que perpetua a existência
que se apaga como a cor da bandeira ao sol escaldante.
É ela uma complexa fase da rápida decadência
que de mazelas tantas, faz-se pêndulo oscilante
que se entrega as armadilhas da morte um dia.
Segundo Platão, originalmente, os seres humanos tinham duas faces, quatro braços, quatro pernas... e eram felizes assim, completos! Porém, desafiaram os deuses, que os puniram dividindo-os em dois. Separaram os humanos, que eram andrógenos, de suas metades. Ele diz que cada um de nós, enquanto separados, está sempre buscando a outra metade. É a natureza humana.
"É então de há tanto tempo que o amor de um pelo outro está implantado nos homens, restaurador da nossa antiga natureza, em sua tentativa de fazer um só de dois e de curar a natureza humana. Cada um de nós portanto uma téssera complementar de um homem, porque cortado com os linguados, de um só em dois; e procura cada um o seu próprio complemento" (Platão - O Banquete).
Quando as duas metades se encontram, eles se perdem mergulhados em uma explosão de amor... amizade... intimidade... Sensações tão extraordinárias, que eles não querem mais se separar, sentem a vontade de se fundirem novamente em uma só carne. É assim que se deseja quando se encontra a cara-metade, porque éramos completos... e essa busca pela totalidade se chama amor (eros).
Contudo, Platão nos adverte que só se ama o que não se tem. O objeto do amor sempre é solicitado, mas está sempre ausente. Quando julgamos alcançá-lo, escapa-nos entre os dedos. Essa nossa inquietude na origem do que se busca, o amor... amor daquilo que nos falta, pois o "que deseja, deseja aquilo de que é carente, sem o que não deseja, se não for carente" (Platão - O Banquete).
Sendo assim, porque sou carente do seu amor é que te desejo! Uma vez que não é completamente minha, serei para sempre seu! Te amo!
Se eu escrevesse você escreveria Neruda, se eu falasse ao coração falaria Platão, se eu pintasse você pintaria Frida Kahlo, se eu estivesse junto a ti, nunca mais sairia do teu lado.
alegoria da caverna
Situação imaginada por PLATÃO no Livro VII de A República (trad. 2001, Gulbenkian) para representar os diferentes tipos de ser que, segundo ele, existem e a condição em que nos encontramos em relação ao seu CONHECIMENTO.
Vários prisioneiros estão amarrados de pés e mãos numa caverna e só podem olhar para a parede diante deles.
Por detrás existe um fogo e entre eles e o fogo passam pessoas transportando vários objetos, cuja sombra se projeta na parede diante dos prisioneiros, o que os leva a pensar que as sombras são a verdadeira REALIDADE.
Só os prisioneiros que são capazes de se libertar (os filósofos),
sair da caverna (MUNDO SENSÍVEL)
e contemplar a realidade e o Sol (mundo inteligível e IDEIA de Bem)
são capazes de compreender como até essa altura viveram num mundo de aparências e ignorância.