Grandes poesias sobre Vida

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[O sentido da minha vida] é inventado a cada momento, mas é claro que eu necessito da poesia, eu necessito da arte, eu necessito de estar discutindo essas coisas, de estar pensando nessas coisas que dão transcendência à vida. Eu não tenho dúvida alguma de que a arte é necessária porque a vida não é suficiente, porque senão qual era a necessidade de inventar a arte? A necessidade é essa: as pessoas necessitam dela, por mais que aconteça coisa no mundo, a arte sobrevive, como uma forma de acordo com o momento, com a época, ela é uma coisa necessária, como a ciência é necessária, como a filosofia é necessária, como a religião é necessária, como a política é necessária.

Ainda não inventaram um recurso tecnológico para avisar que um homem vai entrar na sua vida e fazer o chão tremer

A vida me ensinou a sorrir dos descaminhos. Afinal, são sempre eles que nos levam aos lugares mais desejados...

Quando fazes o melhor que podes, nunca sabes qual milagre é forjado em tua vida ou na vida do outro.

Tenho que faxinar você da minha vida, não posso permitir o atrevimento de você estar aqui sem estar aqui.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Fora de Mim. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2010.

Há momentos em que a luz miúda nos revela muito mais que mil holofotes. Chega de vida complicada. Eu preciso é de simplicidade!

A gente constrói a vida para uma pessoa e, quando enfim podemos recebê-la em nossa vida, essa pessoa não vem, depois morre para nós e acabamos vivendo prisioneiros na morada que só a ela se destinava. (À Sombra Das Moças Em Flor)

Enquanto o padre, esse negador, caluniador e envenenador da vida por profissão for aceito como uma variedade de homem superior, não poderá haver resposta à pergunta: Que é a verdade? A verdade já foi posta de cabeça para baixo quando o advogado do nada foi confundido com o representante da verdade.

Minha vida, minha paz, é você e mais ninguém. No amor a gente acredita, esse é o amor que eu sempre quis. Faz o nosso mundo tão perfeito, esse amor que nos faz feliz.

Deficiente é quem não consegue modificar a sua vida, aceitando as imposições dos outros e da sociedade, ignorando que é dono do seu destino; louco é quem não procura ser feliz com o que possui; cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas.

Renata Vilella

Nota: Trecho de texto por vezes atribuído a Mário Quintana, mas cuja autoria foi reclamada por Renata Vilela.

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Ninguém determina do princípio ao fim o caminho que pretende seguir na vida; só nos decidimos por trechos, na medida em que vamos avançando.

A história é tão leve quanto a vida do indivíduo, insustentavelmente leve, leve como uma pluma, como uma poeira que voa, como uma coisa que vai desaparecer amanhã.

Milan Kundera
A insustentável leveza do ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

Eu tenho medo de você melhorar minha vida de um jeito que eu nunca mais possa me ajeitar, confortável, em minhas reclamações. Eu tenho medo da minha cabeça rolar, dos meus braços se desprenderem, do meu estômago sair pelos olhos. Eu tenho medo de deixar de ser filha, de deixar de ser amiga, de deixar de ser menina, de deixar de ser estranha, de deixar de ser sozinha, de deixar de ser triste, de deixar de ser cínica. Eu tenho muito medo de deixar de ser.

Um desânimo. Uma lerdeza. Um oco. Aquela velha sensação de estar jogando fora a vida. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Uma grande, uma enorme, uma devastadora falta de saco para qualquer pessoa.

A vida é um incêndio: nela dançamos, salamandras mágicas, que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta!

Ninguém sabia que ela estava sendo infeliz a ponto de precisar buscar a vida. (...) Ela só sabia viver.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Presente, passado e futuro? Tolice. Não existem. A vida é uma ponte interminável. Vai-se construindo e destruindo. O que vai ficando para trás com o passado é a morte. O que está vivo vai adiante.

Era um dêsses sentimentos puros que não embaraçam a marcha da vida, que se conservam porque são raros, cuja perda ocasionaria dor maior que o regojizo da posse.

Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no "além" - no nada - tira-se da vida o seu centro de gravidade.

É preciso comungar com a alegria, a beleza, a cor da vida. Quanto menos se falar dos horrores da vida, melhor se vive.