Grandes poesias de Honore de Balzac
O infortúnio é um degrau para o gênio, uma piscina para o cristão, um tesouro para o homem hábil e um abismo para o fraco.
Todo aquele que contribui com uma pedra para a edificação das ideias, todo aquele que denuncia um abuso, todo aquele que marca os maus, para que não abusem, esse passa sempre por ser imoral.
O sentimento que o homem suporta com mais dificuldade é a piedade, principalmente quando a merece. O ódio é um tónico, faz viver, inspira vingança; mas a piedade mata, enfraquece ainda mais a nossa fraqueza.
A dor enobrece as pessoas mais vulgares, porque ela tem a sua grandeza, e, para receber o seu brilho, basta ser verdadeira.
A educação pública nunca resolve o difícil problema do desenvolvimento simultâneo do corpo e da inteligência.
É mais fácil ser amante do que ser marido, pela simples razão de que é mais difícil ter espírito diariamente do que dizer coisas bonitas de vez em quando.
A dor é como uma dessas varetas de ferro que os escultores enfiam no meio do barro, ela sustém, é uma força!
Terrível condição do homem! Não há uma das suas felicidades que não provenha de uma ignorância qualquer.
O poder é uma ação, e o princípio eletivo é o da discussão. Não há política possível com uma discussão permanente.
As paixões perdoam tão pouco quanto as leis humanas, e raciocinam com mais justeza: não se apoiam elas numa consciência que lhes é própria, infalível como o é um instinto?
O amante é um arauto que proclama onde existe o mérito, o espírito ou a beleza de uma mulher. Que proclama um marido?
A maior felicidade para o ser humano é de poder viver para aquilo pelo qual estaria pronto a morrer.
Tome a mesma moça aos 20 e aos 30 anos. No segundo momento ela será umas sete ou oito vezes mais interessante, sedutora e irresistível do que no primeiro.
O mundo, que não é causador de nenhum bem, é cúmplice de muitas infelicidades; depois, quando vê eclodir o mal que ele maternalmente chocou, renega-o e vinga-se.
Apenas um homem de gênio ou um intriguista se atrevem a dizer: «Fiz mal». O interesse e o talento são os únicos conselheiros conscienciosos e lúcidos.
Considero a família e não o indivíduo como o verdadeiro elemento social (arriscando-me a ser julgado como espírito retrógrado).
Frequentemente tive a ocasião de observar que quando a beneficência não prejudica o benfeitor, mata o beneficiado.
As pessoas importantes fazem sempre mal em se divertir à custa dos inferiores. A troça é um jogo, e o jogo pressupõe a igualdade.
Os ricos pretendem não se admirar com nada, e reconhecem, à primeira vista, numa obra bela o defeito que os dispensará da admiração, um sentimento vulgar.
Não haverá, entre um espírito que abarrota de invenções alheias e outro que inventa por si próprio, a mesma diferença que vai de um recipiente que se enche de água à fonte que a fornece?