Grades
Ouvi dizer que a chave das grades
Era a famosa liberdade.
Eu fui atrás, mas
Fui com vontade.
Apesar da pouca idade
Eu caduquei, enlouqueci,
Procurando a liberdade
Me prendi.
Cada vez mais,
Correntes de pensamentos alheios
Eu tropeçava.
Quanto mais fugir eu tentava,
Mais adentrava no meio.
Ora essa,
Tanta vontade de entrar na orquestra
Fizeram-me escravo do instrumento.
Hoje, não prego, mas vivo
A abolição dos pensamentos.
Se alguém se sentir preso olhe-se, pois as grades poderão estar dentro de você mesmo e não ao seu redor. Liberdade é uma questão de felicidade e não de comportamentos.
Por que será?
Será o porque?
A liberdade te liberta das grades
Mas nunca de você!
Por mais abolicionista
Que esse discurso pretenda ser,
As grades são invisíveis
Mas as correntes estão dentro de você.
Ambições constantes e falíveis,
Caçador do verbo ter,
Tem a sela, tem as grades,
Tem a vela e a vaidade,
Não tem amor por não merecer.
A cabeça se perde em meio as nuvens...
As grades que há em seu peito se preencher de ar rapidamente..
Ela deseja o ser que não se pode ter...
Caminha para onde os pés não querem ir...
Se contém onde não deveria estar...
E se arrepender pelo ato de não tentar...
Se choca com o muro que jamais deveria parar...
Se ensanguenta com o sangue que nem devia tocar...
E se despreza pelo julgar..
Estou presa nas grades da paixão: acorrentada na janela dos teus olhos, amarrada pelas linhas do teu corpo, amordaçada pelo som da tua voz...te roubei pra mim, foi esse o meu delito.
Faço-me prisioneiro em minha biblioteca, com grades imaginárias para me sentir liberto de certas facilidades vãs.
Sou livre, arrebentei todas as grades.... Agora só me resta voar de verdade!.
Voar para bem longe, longe de tudo que me deixa preso!.
Através das grades olhei pro céu azul, um pássaro voava do norte pro sul...