Graça
Inventaram uma felicidade padrão, aquela que é exibida como a cabeça de uma caça, e não perceberam que a felicidade real se mantém com a sua cabeça num corpo, também como um animal que, ainda vivo e livre, não está preso a nenhuma armadilha, corre pela floresta em grupo ou sozinho, com sua fêmea ou com o seu macho, com a sua cria por perto ou já independente correndo por outros caminhos, mas que exercita a liberdade de correr pelas matas sem precisar explicar o que faz nela, que deixa a marca dos seus passos, mas não o registro da sua presença, muito menos se permite ser trofeu social.
Se uma pessoa se ofende quando alguém faz uma crítica genérica, logo sequer cita o seu nome, significa que a sua consciência está puxando-lhe as orelhas.
Alguns de nós somos uns saudosos incorrigíveis, mas fato é que, comparando as épocas, podemos constatar um desprogresso assustador que está desqualificando muita coisa de valor.
Se o que importa é o que vem do coração então as pessoas precisam aprender a aceitar o desprezo recebido e que é ofertado com o mais profundo sentimento.
É muita gente de fé se decepcionando com o seu próximo da mesma fé, penso que seria cômico se não fosse tão trágico.
O passado deve ser visto como uma advertência para que no presente haja gerência e como consequência um futuro de excelência.
A dependência, a falsidade, a oportunismo, a exploração e a vaidade também se disfarçam de bondade. A maldade também pode se disfarçar de amizade, de sorrisos, de caridade, de complacência, solicitude, carência, sofrimento, bom humor, gentileza, de bem querer e até de atenção e respeito.
Protestar é diferente de anarquizar. Porém uma sociedade moderna, que mantém uma alma primitiva não sabe diferenciar uma coisa da outra. Para protestar deve haver um mínimo de conhecimento e coerência, como a maioria não desenvolveu essas habilidades, quando pressionados, recorrem ao vandalismo
Evoluímos tanto quanto sociedade, e dizem que também como seres humanos, que hoje não conseguimos sobreviver sem desconfiar ou nos sentirmos inseguros com a presença do próximo, justo o semelhante que por séculos nos ensinam amar, mas que estando próximo, na maioria das vezes, só nos faz amedrontar, nos enganar, nos decepcionar e nos explorar. Foi muito progresso exterior o que acabou promovendo o retrocesso interior, e o pior - é irreversível.
Me permita voar e serás minhas grades
Me permita partir e serás minha estrada
Me permita ser eu e serás minha alma
Me permita viver e serás meu respiro
Me permita escolher e serás o meu mundo
Sendo meu mundo seremos liberdade
Sendo liberdade seremos o Elo de nós
Unidos seremos individualmente completos
Se, politicamente, tiverssémos o hábito de pensar, bem como projetar intelectualmente as consequências das decisões tomadas para ambientes futuros, não precisaríamos viver para protestar tanto, mas o encantamento não deixa.
A construção de um mundo sem preconceito começa na educação base de uma criança. Podemos não chegar a viver nele, mas não estamos impedidos de colocar um tijolinho nesta edificação que poderá abrigar as futuras gerações num ambiente com mais respeito. Não somos obrigados a concordar e a aderir as novas nuances sociais, mas nos cabe evitar que o irreversível se torne objeto de guerra.
Precisamos ter na consciência que mesmo sendo bons e doando o nosso melhor jamais seremos totalmente vistos como excepcionais uma vez que, aptos a fazer o "top", sempre esperarão mais de nós justamente por esta razão. Por mais que sejamos o melhor que podemos ser seja como pais, como profissionais, como amigo, como companhia etc haverá sempre uma brecha para sermos cobrados por aquilo que não somos ou não fizemos. Jamais algum de nós atenderá integralmente às expectativas do outro.
Jesus só chamou atenção e incomodou porque fazia diferente dos demais e por isso foi crucificado. Os seus seguidores, na época, nem eram a maioria, exatamente como nunca é a maioria quem aceita os que pensam diferente, e em tempo algum da humanidade houve esta adesão total, porque provocar outra visão de vida e outra ótica sobre as coisas que nos cercam sempre foi uma afronta à mesmice.
Os diferentes não querem ser Jesus, não é agradável ser crucificado, mas os iguais se acostumaram a refletir somente quando no contexto da reflexão Jesus está inserido, por esta razão enquanto esperam a sua volta para salvá-los fazem de conta que seguem os seus ensinamentos e vão amando uns aos outros com todo fervor.
O que você que é tão preocupado com o próximo, está produzindo para efetivamente deixar de presente para a humanidade, não só para os seus, além de repetir e doar o que já existe há séculos?
É triste quando um povo não se atenta em quem vai eleger, porque na hora da crise, quando o seu erro e a corrupção do seu candidato lhe gritar no bolso e na carne, só vai lhe restar enfrentar ou correr, apanhar ou bater, matar ou morrer.