Gota

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Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.

Madre Teresa de Calcutá
Reaching Out In Love: Stories told by Mother Teresa

O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano.

O que eu faço é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor.

Madre Teresa de Calcutá

Nota: Versão adaptada de outro pensamento.

Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.

A vida é como o vinho: se a quisermos apreciar bem, não devemos bebê-la até à última gota.

Chuva no lago
cada gota
um lago novo.

Ao sol da manhã
uma gota de orvalho
precioso diamante.

verdes vindo à face da luz
na beirada de cada folha
a queda de uma gota

Gota de orvalho
na coroa dum lírio:
Jóia do tempo.

Uma gota de amor é mais que um oceano de intelecto.

O amor, para ser perfeito, devia ser como o rotífero: morrer num raio de sol, renascer numa gota de orvalho.

Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota dágua

Engolimos de um sorvo a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga.

O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano. Mas o que seria o oceano se não infinitas gotas?

Para o desejo do meu coração, o mar é uma gota.

Adélia Prado
Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.

Nota: Trecho do poema Desenredo.

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Amor nenhum dispensa uma gota de ácido

Se olharmos a vida em seus pequenos detalhes, tudo parece bem ridículo. É como uma gota d`água vista num microscópio, uma só gota cheia de protozoários. Achamos muita graça como eles se agitam e lutam tanto entre si. Aqui, no curto período da vida humana, essa atividade febril produz um efeito cômico.

E qualquer desatenção, faça não! Pode ser a gota d'água.

Creiam-me, o menos mal é recordar; ninguém se fie da felicidade presente; há nela uma gota da baba de Caim.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881.

Esmagou o cigarro, baixou a cabeça como quem vai chorar. Mas não choraria mais uma gota sequer, decidiu brava.