Gostar de Ti

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Não faças aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti. Os seus gostos podem ser diferentes dos teus.

Contigo não posso viver, nem sem ti.

Não corras atrás da glória, porque só ela é que pode correr atrás de ti.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

Surgem assim teus divinos / membros do leito onde jazias adoentada, / e em ti a beleza revive: / áurea beleza, que é o único conforto dos homens / destinados a errar entre paixões e vãs esperanças.

Ri sempre de maneira que alguém fique, sem saberes, a chorar dentro de ti. Porque se o riso permanece, o que encontra dentro de ti é o idiota que lá estava à sua espera.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

Não sabes qual dos teus próximos influi mais em ti, mas seguramente não é aquele que tens mais perto e vês e ouves amiúde.

Disse algum mal de ti? Não o digas tu dele, quanto mais não seja para que a ele não te assemelhes, imitando-o.

Cumpre em relação aos outros aquilo que só a ti próprio prometeste.

Não te entristeças por não poderes já ver o que verão os que vierem depois de ti. Porque depois de mortos, terão visto exatamente o mesmo que tu.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

Não te ressintas se alguém discorda de ti.

Muitas vezes as objeções nascem do simples fato de que aqueles que as fazem não são os mesmos que tiveram a ideia que estão a atacar.

Não vejas e não critiques os vícios humanos que em ti próprio se encontram.

Embora a avareza impeça um homem de se tornar necessariamente pobre, geralmente torna-o demasiado timorato para enriquecer.

Ninguém se julga como o julgam; penso de mim o que tu pensas de ti; qualquer tem pela melhor a maneira de tratar-se, por mais correcta a vida, por mais justa a sua causa, pela maior a honra e por acertadas as selecções que faz.

De ciúmes morreu Julieta, de amor morreu Romeu. De tanto gostar de ti, quem irá morrer sou eu!

É por gostar de ti que não quero estar contigo. É uma emoção complicada.

Afasta-te da companhia dos perniciosos, eles fazem nascer em ti um licenciosidade que lhe é natutal

TEU CORPO

O teu corpo muda
Independente de ti
não te pergunta
se deve engordar.

É um ser estranho
que tem o teu rosto
ri em teu riso
e goza com teu sexo.
Lhe dás de comer
e ele fica quieto.
Penteias-lhe os cabelos
como se fossem teus.

Num relance, achas
que apenas estás
nesse corpo.
Mas como, se nele
nasceste e sem ele
não és?

Ao que tudo indica
tu és esse corpo
-que a cada dia
mais difere de ti.

E até já tens medo
De olhar no espelho:
Lento como nuvem
o rosto que eras
vai virando outro.

E a erupção no queixo?
Vai sumir? Alastrar-se
feito impingem, câncer?
Poderás detê-la
com Dermobenzol?
Ou terás que chamar
o corpo de bombeiros?

Tocas o joelho:
Tu és esse osso.
Olhas a mão.
A forma sentada
de bruços na mesa
és tu.

Mas quem morre?
Quem diz ao teu corpo – morre –
quem diz a ele – envelhece –
se não o desejas,
se queres continuar vivo e jovem
por infinitas manhãs?

Realidade


Em ti o meu olhar fez-se alvorada
E a minha voz fez-se gorgeio de ninho...
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho...

Embriagou-me o teu beijo como um vinho
Fulvo de Espanha, em taça cinzelada...
E a minha cabeleireira desatada
Pôs a teus pés a sombra dum caminho...

Minhas pálpebras são cor de verbena,
Eu tenho os olhos garços, sou morena,
E para te encontrar foi que eu nasci...

Tens sido vida fora o meu desejo
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei... se te perdi...

Penso em ti e dentro de mim estou completa. (...) Penso em ti, murmuro o teu nome; e não sou eu: sou feliz.