Gol
Tá difícil de parar os coringa do Flamengo
Bruno Henrique, Arrascaeta e nosso menino Gerson
Se tem jogo do Mengão, a torcida dá um show
Pode levantar a plaquinha: Hoje tem gol do Gabigol!
Não gosto de perder nada e trato de ser mais um a ajudar a chegar ao triunfo. Entro em campo com o pensamento na vitória e não em marcar muitos gols.
Alguns jogadores são como lendas do futebol moderno, lendas são duvidosas e quem é moderno não acredita em lendas.
não se assente na mesa com pessoas que não sabem comer uma boa picanha sem se lembrar de deixar para o irmão do lado sabendo que mesmo comendo mal vai ter que rachar a conta com você.Amém?
Quando surge o alvinegro imponente
Sou Santos Futebol Clube desde que me conheço por gente. Talvez isso explique meu espírito velho. Ou meu espírito velho explique o Santos, quem sabe? Só fui vê-lo campeão em 2002, aos doze anos de idade. Antes disso, ouvia a chacota e a humilhação dos meus amiguinhos da escola e do bairro com a obstinação dos iluminados, como se algo me dissesse que aquela dor teria um fim. Agora penso: deve ser a mesma obstinação que sente vibrar no peito os palmeirensezinhos de hoje.
É verdade que ganharam uma Copa do Brasil esses tempos, mas caindo meses depois, fica difícil. Não conheço a dor da queda - e nem faço questão - mas imagino algo aterrador, horrível; posto que o futebol é o último suspiro das tragédias gregas.
Foi o que falei ao meu amigo Victor, conhecido pela alcunha de Caboclo, assim que bateu em casa para tomar uma gelada. Mostrei-lhe este início de crônica que rabisquei em poucos minutos de intervalo e ele me disse que eu estava tentando copiar Nelson Rodrigues, ênfase para o 'tentando', que é o que mais dói. Contra-argumentei: - Todos copiam a todos. E segui com a digressão: Vinícius copiava Rimbaud; Drummond, Baudelaire. No começo do século passado todo romancista brasileiro queria ser Machado. Todos copiam. Tudo se é copiado, e desde sempre. Acontece que, antigamente, copiava-se os bons. Hoje se copia qualquer um. O poeta mais copiado da atualidade é o Paulo Leminski, Série C da poesia. Copiam até o comediante Gregório Duviviver, que não bate essa bola nem no varzeano. Se eu copio, concluí, pelo menos copio o melhor.
Assim como o Palmeiras, que ao invés das meias verdes, pôs as meias brancas, como que num pressentimento. Sabiam que o gol do alívio sairia dos pés que calçassem meias brancas. Copiando Paulo Coelho para provar que toda regra tem sua exceção: Maktub. E gol de Thiago Ribeiro. Gol no Parque Antártica. Comemora o mar verde em todos os cantos do Brasil. Nunca a torcida santista foi tão grande. Nunca a torcida palmeirense torceu para um time tão grande. Não restam dívidas, estamos quites, palestrinos.
Lembrei-me de Grafite, aquele centroavante que Dunga levou para a Copa de 2010 e que ficou marcado na formidável história do futebol brasileiro quando seus gols salvaram o Corinthians do rebaixamento no Paulistão de 2004. É verdade que o empate no Barradão também mantinha o Palmeiras na elite. O Gol - que heresia irei dizer - foi um detalhe. O grande lance foi os boleiros do Santos terem entrado para jogar, pois poderiam muito bem terem ido em clima de carnaval e aproveitado para ficar por Salvador mesmo.
Mas não tem jeito. O futebol é o esporte predileto do planeta terra, e de todos os outros planetas e seres que lá vivem. Se não fosse o gol do atacante santista ou a ponta dos dedos do goleiro Aranha, algum sopro divino no momento oportuno salvaria o Verdão. Não era a hora. Não novamente. É certo que o Palmeiras está no calvário de sua história, mas todo grande clube já precisou pagar seus pecados.
Quem sabe não melhora se, ano que vem, além das meias e calções, ponham também a camiseta branca? Não há combinação mais nobre na história do futebol. Mas, por gentileza, não deixem para a última rodada. Apesar de caridoso, às vezes o Santos joga de verde.
Bola na trave não altera o placar
Viver é driblar as dificuldades, desviar-se do desânimo, superar as dúvidas e correr atrás do prejuízo;
Viver é esquivar-se do mau humor e dar uma goleada na tristeza;
Viver é caminhar no campo contrário com a ousadia de quem sabe que, enquanto houver jogo, é sempre possível virar o placar;
Viver é respeitar como craque a dor do adversário independente do time que você esteja representando, um dia você pode estar no lugar dele;
Viver é não se entristecer quando por algum motivo a vida te colocar para escanteio;
Viver é se conformar com as derrotas com a mesma maturidade que você recebe as vitórias;
Viver é manter os pés no chão com firmeza e matar, com coragem, a bola do sofrimento no peito;
Viver é o exercício constante de persistência mesmo que a torcida esteja contra ou principalmente quando ela está;
Viver é não se empolgar com os olés da galera e nem desanimar com as vaias;
Viver é fazer embaixadinha com a lágrima quando o peso de uma partida embaçar o nosso riso;
Viver é não desistir com o primeiro cartão vermelho da vida, mas aprender com ele a nunca entregar os pontos;
Viver é arte, é a troca constante de passes, é oferecer o seu melhor em campo mesmo que a única pessoa que esteja assistindo ao jogo seja a sua mãe;
Viver é treino, concentração e, sobretudo, superação;
Viver é a sabedoria de não contar com a prorrogação, pois pode ser que ela não aconteça;
Viver é aquela força que vem não sei de onde quando a única alternativa que a vida nos dá são os pênaltis.