Goias
Sinto lhe arrancar as asas
Gostaria de compartilhar
A dor de tua queda,
É morte o que vem depois de vida
E fim o que vem depois de começo.
E a itinerária aliança que nos une
É o que corrompe meu coração,
Tragado me sinto no momento
Que em ti penetro,
A hemorragia se torna densa.
Confuso fico ao tentar expressar
Só posso dizer que te amo
Mas contigo não da para ficar
É obsessivo,
É obsceno,
É mórbido,
É imoral...
Guia de Goiás
Tem sua rima
Bem pode ser a mulher terra, a mulher sertaneja, sua velha escriba, Cora Coralina
Guia do meu Goiás
Guia de muita gente, para conhecer mais o meu Goiás.
Goiás, seu mapa é uma certeza no centro do Brasil.
Goiás é coração, é o sonido Augusto do berrante na frente das manadas, das estradas do sertão
Goias é água e pão, água para toda sede e pão para toda fome
Goiás é oferta de trabalho, é a terra em gestação
Como eu definiria vc ... se neste mundo a um perfeição eu acredito que seria vc ...pq vc e perfeita em beleza perfeita em carisma perfeita em jeito de ser perfeita em gentileza para finaliza perfeita em ser perfeita ...
Vai chegar um dia que você quer morrer, mais seu corpo não quer. Vai chegar um tempo que o seu corpo quer morrer e você não quer.
De Goiás a Brasília –
Memórias de Minas Gerais
[J.W.Papa]
E como se eu carpisse três quartos de chão duro de terra vermelha numa empreitada só, e ensimesmado olhando para o sol visse meu futuro por entre as folhas já quase secas de um abacateiro - sem abacates.
E a lua antes da hora de costume, já fosse se aproximando e se antecipasse a mim, feito os beijos quando são roubados.
E as estrelas raivosas não me alumiassem e desconjurando-me negassem seu pisco aos meus olhos, já marejados de tanta tristeza e solidão.
Feito se eu fosse de pedra, dos pés ao fio de cabelo mais encravado do couro cabeludo ou se eu fosse de veludo, feito o fundo mais profundo de uma caixinha dessas de guardar segredos e quinquilharias.
Feito se eu olhasse mudo a transição de mundos e a patifaria que ocorre todos os dias e em silêncio, tivesse de permanecer até que se secasse a última gota de suor de minha testa escaldada pelo calor dos raios deste sol enorme posto no céu de Minas Gerais.
E visse o vento ligeiro soprando ainda tímido por entre as frestas das coisas, trazendo-me a brisa, que me aliviaria por hora deste meu sofrimento.
Se pudesse, veria o vento, se curvando a todo tempo para não se chocar com a montanha avermelhada - do pó da terra que eu carpia logo ali perto!
Mesmo que topasse com onça brava no caminho ou outro bicho grande, destes que habitam as matas selvagens.
Mesmo se topasse de frente com bicho bravo, seguiria a pé pelas trilhas e pelos caminhos de terra por mais distantes que fossem, seguiria ereto e rijo até o ponto mais alto do vale.
E desceria o abismo escuro enrolado em cipó de macaco numa queda só, até a cachoeira d'alça d'água, só para me refrescar desta quentura toda.
E se eu fechasse a janela às três horas da manhã sem um pingo de sono sequer e me deitasse na cama de olhos abertos e ficasse olhando o escuro e tateasse o mundo, o meu mundo...
E pontilhasse no ar constelações inteiras de insetos luminescentes ponderando acerca de conferir ou não o incômodo do Xixixi... Das formigas e cupins desfazendo minha porta, transformando-a em minúsculas esferas de madeira marrom.
E eu acordasse todas as manhãs bem cedo desejando do fundo de minha alma que já fosse de noite, só para recomeçar tudo de novo.
Desejando que fosse esse, o meu mundo; que fossem esses, os meus sonhos; que fosse esse, o meu futuro!
E mesmo que esta terra nunca mais me quisesse, nem eu a quisesse, e mesmo que ambos não se quisessem - (E mesmo que eu não fosse daqui, e nessa terra não tivesse nascido) – só desejaria carpir um quarto desse chão de terra fértil, plantar uma roça inteira de pés descalços pisando o chão quente aquecido pelo sol.
Mesmo que o chão fosse duro e a terra fosse vermelha e a colheita não fosse assim tão farta, mesmo se a terra fosse arrendada do patrão, e os impostos para explorá-la fossem muito caros acima de minhas possibilidades, mesmo assim!
Mesmo que este chão não se tornasse meu um dia, mesmo que não se tornassem meus os sete palmos de terra prometidos a mim. Mesmo assim, seria um sonho!
Se deste sonho um dia me despertasse e nada me adviesse, mudar-me-ia para Goiás, mudar-me-ia para Brasília.
Quem sabe lá não encontrasse as minhas origens, as tais raízes... Que nos fazem querer retornar à nossa terra natal.
Que nos faz enxergar os traços em comum com gente que a gente nunca viu, mas se sente bem ao ver pela primeira vez, e é como se as conhecesse desde sempre.
E neste caso, voltaria para Goiás Velho, iria revisitar as memórias de Cora Coralina e quem sabe não escrevesse algum verso sentado em sua cozinha!
E perto do fogão a lenha, sentindo o calor do tacho quente a me aquecer no inverno sorriria, saboreando as delícias feitas pela poetiza. Com um pedaço generoso de bolo de milho com queijo às mãos e rodeado por vários cães e gatos manhosos, por todos os lados que olhasse me lembraria de Minas!
Dada toda essa alegoria política, talvez eu seja mesmo de Brasília, talvez seja um filho bastardo de Juscelino!
Pensava ser de Minas... Mas agora não tenho tanta certeza se sou. Se fosse de Goiás não me importaria.
Pensando bem... Vou para o Planalto Central tocar viola caipira, comer arroz feito com pequi e falar de política ao largo do Lago Paranoá.
Acordando na quente tarde de Goiás! Saio da cama e o sol bate na minha cara com força, Me retrato, me amo e me odeio, Aquela presença me irrita, aquela ausência me grita, me mata, daí me odeio novamente pelas complexidades dos fatos e me amo ao mesmo tempo. Nosso sentimento é bipolar!
Terra Querida!
Goiás foi onde nasci,
Ali vive, até a mocidade surgir
Brinquei , Estudei, e até Namorei,
Tudo o que eu queria
Ah! Não sei
Juventude vivida, enlouquecida
Atribuída de coisas belas que é a vida
Passeios, divertimentos, contos
E muitas vezes até desencontros
Saudades, sinto da minha Terra querida
Nos domingos, não faltava comida caipira
Gueiroba, feijão tropeiro, galinhada, pamonha
Tudo faz parte de uma doce lembrança
Que tinha muitas festanças, comemoradas com amor
E muita abundância.
Ainda tenho esperança, pros braços da família voltar
Sei que lá é meu lar, Aguardado com carinho até eu chegar.
Goiás...
Dos grãos e das flores
Poemas e amores
Sertaneja canção
Paixão, seu paladar sedutor
Me fez sonhar e acreditar que existe amor
A chuva cai no vidro do carro
rumo ao interior do Goiás
ao som de ``The Doors´´
busco minha paz.
O trânsito pesado
já não me deixa irritado
no retrovisor brilham os faróis
vidros fechados pra não entrar lembranças que me corroem.
O cheiro da chuva me deixa inspirado,
nesse momento sinto que nada está errado,
posso está enganado, mas sinto que estou sendo guiado pra longe deste maldito cerrado.
Eis que um vapor quente toma conta do meu rosto gelado,
meus olhos vão abrindo devagar
é um simples despertar,
pronto estou acordado!
VELHO GOIÁS
Olha os ipês no cerrado, mais belos
Do que as da estação da chuvarada
Tão antigos, tanto mais belos, nada
mais magnificante... e tão singelos!
Os brancos, os rosas e os amarelos
Nos galhos, a cantiga da passarada
E o frágil das flores no chão arriada
É o velho Goiás nos seus paralelos
Toca o berrante, boiadeiro e boiada
Carro de boi, os seus causos e viola
Assim, assim vão todos pela estrada
No suor da terra a mão do capataz
Cidade grande e também a aldeola
É o espírito do chão do velho Goiás...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Mais um dia se finda
neste chão de Goiás
Sentimento que a gente brinda
com o som que a natureza faz
Uma sinfonia perfeita
ao nosso ouvido fugaz
Hora em que a alma se deleita
com esta harmonia e paz...
mel - ((*_*))
Cerrado do Goiás
O cerrado é um desalinhado que espanta
Deixa maravilhado quem passa por aqui
Pois nem ele sabe o tanto que encanta
A todos que vem e provam do seu pequi
Ah! Se eu pudesse lhe dizer de tua beleza tanta
Todos quereriam ser daqui...
POR DO SOL, AQUI "NO GOIÁS"
No inverno aqui deste pedaço de chão,
osol se põe assim. quase nu;
nuvem alguma acompanha sua solidão.
Parece que vai embora num lamento,
em soluços com seu brilho em desalinho
sem esperar um ruído do tímido vento.
Quando risca a linha do horizonte
perde a pose, mas não o viço,
quer nos prados ou atrás dos montes.
Segue só, num silêncio de entristecer,
devagarinho como em despedida;
Esquece que haverá outro amanhecer...
mel - ((*_*))
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