Geração
Já não sei quem sou
Não sei mais me distrair
E os meus pensamentos vão me machucar
Vão me maltratar, sem me acostumar
Até que a minha mente acabe o show
Eu faço o circo pegar fogo
Nunca é treino, sempre é jogo
Nunca me faça de bobo
Que eu te devolvo em dobro
Tenta passar a perna eu cobro
Se não é papo reto eu corto
Tô analisando o acordo
E se tô viajando eu acordo
Paro, oro, peço, penso
Converso tanto com Deus
E ele em jogo de silêncio
Quando a gente bate um papo
Eu sinto até um arrepio
De quem nunca respondeu
Mas sei que sempre me ouviu
Sei chegar e sei sair
Sei falar e sei curtir
Sei beber e sei cantar
Sei chorar e sei sorrir
Minha vida é correria e sem tempo pra mimimi
Cê acha mesmo que eu dou mídia
Pra quem quer me diminuir
Vejo o horizonte pela minha janela
Na frente tem apartamento e atrás favela
Não fui criado mas me sinto parte dela
A humildade sempre esteve nas vielas
Me ame pra saber se eu gosto
Nem tudo que sinto é o que mostro
As vezes me sinto como um monstro
Por não cativar o que demonstro
A vida é um espetáculo
E eu sou o dono do meu
Quero ser melhor que ninguém
Só quero ser melhor que eu
#GERAÇÃO #SEM #MÚSICA, #GERAÇÃO #PERDIDA
As músicas acabaram...
O tempo se foi...
Como me causa pesar...
Como isso me dói...
Os dias já são tão chatos...
Tudo tão maçante...
Somente sendo saudosista...
Para me levar adiante...
Tive Bee Gees...
John Lennon...
Fred Mercury...
Michael Jackson...
Tina Turner...
Madona...
Carpenters...
Abba...
Que saudade...
Tantos outros...
Mas não esquecidos...
Ainda amo a todos...
E carrego comigo...
E os bailinhos?
De passos coreografados...
Dançar juntinho...
Ou como um pião desordenado...
Quem se lembra do primeiro amor?
Duvido alguém ter esquecido...
Dizem que o primeiro e o último...
São os mais fortes...
Os mais sentidos...
No meu primeiro porre...
Engoli tudo em um só gole...
O mundo girou...
E vomitando...
O chão me amou...
A ressaca...
Nossa um horror...
Pior era lembrar...
Do que tinha feito...
Na noite anterior...
Me lembro ainda...
Da fumaça do baseado...
De quem fumou ao meu lado...
Só o cheiro já me deixou dopado...
Desmaiei em minha cama...
E só me recordo...
De minha mãe arrancando meus sapatos...
Não era por ser jovem...
Que foi a era dourada...
Tudo era mais inocente...
Não tinha tanta maldade entre a gente...
Hoje o que vejo...
Fico abismado...
Já tantas vidas perdidas...
Sem mesmo ter começado...
Não ouço mais as músicas...
Que me faziam viajar...
Me embalavam...
Faziam-me sonhar...
Geração sem música...
Geração perdida...
Quais lembranças levarão...
Por toda sua vida?
Aonde isso se perdeu?
Serei eu o culpado?
Aonde tive o azar...
De ser tão descuidado?
Às vezes bailo aqui sozinho...
Junto às minhas flores e passarinhos...
Segurando nas mãos do vento...
Abandonando-me a esse sentimento...
Sei que nada mais retornará...
Passou...
E aqui estou...
Mas também sei....
Que continuo a sonhar...
Sonhar com o que de bom vivi...
Com quanto fui tão feliz...
Como o tempo passa rápido...
E dele fui aprendiz...
Sandro Paschoal Nogueira
http://conservatoriapoeta.blogspot.com
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