Gente Mimada
A jaula é a minha mente, há um tigre feroz preso nela e gente idiota martelando o cadeado noite e dia.
Eu não mudei. Eu não me afastei. Eu continuo o mesmo e te juraria se não fosse pecado. A gente se distanciou, confesso. Mas você já parou pra colocar a mão na consciência? O tempo passou e muita coisa mudou. Deixei o ensino médio pra entrar na faculdade. Mudei o corte de cabelo. Aquele velho amor já não me assombra mais. E você? Você começou a namorar, está de cabeça nos estudos. Trocou os cachos por um cabelo liso, não foi? Mas eu continuo aqui e continuarei. Podemos retomar de onde paramos. Sei que as nossas conversas perderam a frequência, sei que as minhas sms não são mais constantes. Sei de tudo isso. Mas volto a dizer: eu não mudei. Posso ter crescido. Sim, é isso. Estou virando gente grande. Tenho novas obrigações, mais responsabilidades. Mas continuo sendo eu. Aquele mesmo e velho eu que um dia você conheceu.
"E a gente tem mesmo é que se libertar do que nos deixa triste. Deixar de lado tudo o que não nos acrescenta. Porque o que não vier para o nosso lado com o intuito de trazer leveza, que tome o caminho de volta."
Tem coisa que sacode a gente que nem vento forte. Depois vai embora e deixa uma leve bagunça. A gente ajeita e fica tudo bem.
A gente sonha sozinho pra depois realizar com alguém. Complicado isso.
(Tempo + espaço = sinto sua falta)
E eu quis. Quis algo além da rotina do trabalho e gente fabricada com seus narizes perfeitos e cabelos penteados. Quis algo certo como o frio na barriga e a respiração travada, o coração esquecendo de bater. Quis algo errado que me fizesse bem só por escapar do caminho óbvio de toda noite.
O que a gente espera dessa vida são histórias.
História pra viver, pra sentir, se arrepender, repetir e contar.
Talvez a gente guarde numa caixa, classifique como passado, esconda de todo mundo e de si mesmo e não mexa mais.
Talvez a gente compartilhe com quem quiser ouvir e ria de tudo o que passou.
Talvez a gente esqueça. Talvez a gente reescreva. Talvez um monte de coisas, não sei.
Só sei que quando eu lembro de cada uma delas - às vezes escondendo o rosto vermelho de vergonha, às vezes feliz pelo que aconteceu, às vezes com vontade de gritar "meeeeeu deus, como eu era (mais) idiota" - eu sorrio.
Errando, acertando, mudando ou não mudando porcaria nenhuma, eu sorrio. E eu quero mais, muito mais. E que sejam surreais, inusitadas, sinceras e diferentes de tudo o que eu conheço. Porque o que eu quero, realmente não é pouco.
Esquece tudo que aconteceu, esquece tudo que a gente passou, esquece quem eu sou. Esquece que eu te amei e ainda te amo, que por você eu chorei, que por você eu sofri. Esquece que eu tentei te proteger. Esquece do meu beijo. Esquece que mesmo só de te ver meu coração disparava, que no seu olhar eu me perdia. Esquece do meu jeito, do meu humor. De tudo que um dia eu já te disse. Esquece que no fundo eu tentei te fazer feliz, e te amei mesmo sem você me amar. Esquece dos nossos dias, noite e madrugadas juntos. Esquece das vezes que eu te observei dormindo. Esquece tudo isso que eu te digo pra esquecer. Mas agora lembra que diferença alguma eu fiz na sua vida. Lembre que por mim talvez você nunca se apaixonou, talvez nem de mim gostou. E agora esquece de novo. Esquece completamente de mim, de quem eu já fui na sua vida e nunca mais serei. Esquece do meu rosto, dos meus olhos, do meu cabelo. Esquece simplesmente quem eu sou, e que um dia eu já existi pra você, porque eu já tratei de fazer o mesmo.
Tenho murchado imperceptivelmente toda vez que gasto meu tempo com gente que não me acrescenta, que me suga. É essa maldita vontade de ser gente boa que acaba comigo. Parece que nesses momentos a gente descobre que tem que ser meio egoísta, porque não há nós mesmos suficientes para todo o mundo. Que seja cruel, mas que seja pela minha sanidade: eu me dôo para quem eu acho que merece. Minha atenção, meu sorriso, meu pesar, meu boa noite serão destinados só àqueles por quem eu me interesso. A questão é que meu ouvido não é penico. A questão é que eu não tenho paciência pra gente superficial e chata. E o tempo passa rápido demais. Não é uma questão de ingratidão; é só que a vida urge e eu preciso aproveitar melhor o tempo que me resta.
Quando a gente percebe que a vida é um livro e não vale a pena sofrer por causa de uma página, tudo muda.
Vontade de ter um pensamento bem profundo, desses que fazem a gente se surpreender que tenham saído da nossa cabeça mesmo, naquela modéstia que só se tem quando se está distraído, desses pensamentos que nas revistas em quadrinhos aparecem em forma de lâmpada sobre a cabeça do cara.
Amizade
Com o tempo a gente aprende que é exatamente assim: cada um tem de mim o que cativou.
O nosso coração só sabe dar sinceramente o que com sinceridade ele recebe, e cada um recebe aquilo que merece. Tudo na vida é conquista e permanecer é uma arte. Arte para os sábios que sabem cativar, preservar, nutrir, respeitar, amar, ceder, perdoar, sorrir e chorar junto. Para aqueles que nunca esquecem, aqueles que são gratos não da boca pra fora e sim com atitudes sinceras.
E quem cativa, sempre tem a amizade.
Pregui de gen
Preguiça do mundo, preguiça de gente. Preguiça de mim.
Vontade de não me relacionar com humanos por uns dias. Bichos, tudo bem. E eu, que de mim não posso fugir. Quero ficar louca e solta, e não pentear o cabelo, e deixar a barba crescer. E meditar. E escrever. E respirar. E só comer frutas. E renascer.
Pra depois me acabar toda de novo, nesse ciclo shivariano que faz o mundo terminar e recomeçar a cada dia. Tem mesmo essa coisa Fênix. Não sei ainda porquê sempre tenho que me desfazer, me arruinar, ir até o fundo de tudo pra acordar no dia seguinte e renascer das cinzas. É como ter que ir até o inferno só para ter algo pra comparar com o paraíso.
Tem dias que dá preguiça mesmo de viver. A gente olha pra própria vidinha mais ou menos e se pergunta: o que, diabos, eu estou fazendo aqui? A resposta, a gente não consegue dar. Mas tem dias que simplesmente não dá. Não dá pra acreditar no futuro, no presente e desconfiamos até mesmo do passado. Tem horas que a gente parece estar no meio de um pesadelo (ou no meio de um sonho bom que nunca vai se realizar). Tem dias que não dá pra acreditar que a Xuxa usa hidratante Monange, que a Gisele Bündchen usa Pantene e que a Carolina Dieckmann tem dentes sensíveis. Chega uma hora que a realidade te espreme num canto, te dá um tapa na cara e te pergunta: o que é que você está fazendo aqui?
Tem gente que entra na nossa vida de forma providencial e se encaixa naquela história que gosto de imaginar: surpresas que Deus embrulha pra presente e nos envia no anonimato. Surpresas que só sabemos de onde vêm porque chegam com o cheiro dele no papel. Acho maravilhoso perceber o quanto algumas vidas interagem com a nossa de um jeito tão mágico e bonito. Os milagres existem para quem tem olhos que sabem ver a sabedoria e a ludicidade amorosa próprias do que é divino. Do que transcende. Do que escapole da nossa lógica...
As flores são bonitas em qualquer lugar do mundo,
Muita gente tem forma, mas não tem conteúdo,
Eu não sou alienado, eu não vivo esse absurdo,
Eu conheço o fim da linha, eu renasci do submundo,
Eu mergulhei fundo, tomei de tudo pra tentar chegar ao fim
De um poço de um mundo sujo.
Quero um pouco mais
Não tudo
Pra gente não perder a graça no escuro
No fundo
Pode ser até pouquinho
Sendo só pra mim, sim
Amigos:
É assim que chamamos aquelas pessoas que;
Estão sempre com a gente;
Estão sempre lembrando;
Admiram nossas qualidades e...
Entendem nossos defeitos;
Passam só pra dizem "olá";
Sorriem quando sorrimos e...
Apoiam quando precisamos;
Apenas com sua presença nos fazem felizes!
Valeu pela amizade!!!