Gente Mimada

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EU SEI, MAS NÃO DEVIA

A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora, a tomar café correndo porque está atrasado.

A gente se acostuma a ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo na viagem, a comer sanduíches porque não tem tempo para almoçar.

A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios, a ligar a televisão e assistir comerciais.

A gente se acostuma a lutar para ganhar dinheiro, a ganhar menos do que precisa e a pagar mais do que as coisas valem.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não a das janelas ao redor.

A gente se acostuma a não abrir de todo as cortinas, e a medida que se acostuma, esquece o sol, o ar, a amplidão.

A gente se acostuma à poluição, à luz artificial de ligeiro tremor, ao choque que os olhos levam com a luz natural.

A gente se acostuma às bactérias da água potável, à morte lenta dos rios, à contaminação da água do mar.

A gente se acostuma à violência, e aceitando a violência, que haja número para os mortos. E, aceitando os números, aceita não haver a paz.

A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza para preservar a pele.

A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde por si mesma.

A gente se acostuma, eu sei, mas não devia.

Nada acontece como a gente acha que vai acontecer.

(Quentin Jacobsen - Cidades de Papel)

John Green
Cidades de Papel

Às vezes a gente não precisa de nada, só de compreensão, só de um colo, de um ombro amigo. De saber que tem alguém lá apoiando você. A pessoa não precisa dizer nada, ou fazer nada, somente estar lá, ficar lá, paciente, escutando, deixando você desabafar, deixando você colocar tudo para fora sem te sentenciar, sem te julgar. Às vezes a gente não precisa de muita coisa, só precisa de alguém, que dê um aconchego, dê uma demonstração de carinho, dê um sinal de afeto. Nem sempre queremos palavras ou promessas, às vezes as palavras são necessárias, às vezes elas são insuficientes, às vezes são incapazes de descrever ou consolar o que estamos sentindo em certos momentos. E às vezes só uma demonstração, só um gesto, só uma pequena atitude, tem a capacidade de expressar, de acalmar e de consolar que as palavras nem sempre tem. Por isso é que sempre dizem: uma atitude, um gesto valem mais que mil palavras. Não fale, demonstre. Atitudes provam tudo o que as palavras deixam a duvidar.

Gosto de Gente do tipo engraçado que sorri por nada e por nada dá gargalhadas, gente simples que anda de bicicleta, toma café em copo, e se diverte comendo macarronada. Gosto de gente decente que fala o que pensa, mas nem sempre pensa, gosto de gente alegre que não tá nem aí pra tristeza, mas vive o que sente. Gosto de gente educada que pede licença, diz bom dia, muito obrigada. Gosto de gente que se aventura por aí e não tem medo de nada, gente ousada, intrépida e que sabe o quer. Gosto de gente que ama, que tropeça e levanta, que chora quando tem vontade, que me olha nos olhos pra dizer verdades, e tem no coração sinceridade. Gosto de gente humilde que reconhece erros, e busca seus acertos. Gosto de gente que põe guarda em seu coração que não se alimenta de ódio, não vive pelo que vê, mas que exala amor.
Gosto de gente que me faz dançar em dias de chuva, que me faz sentir a tal quando estou por baixo, e que segura minha mão quando percebe que estou com medo. Gosto de gente que gosta de gente que vive como a gente... Gosto de gente igual a gente.

Constatação: Se custa muito pensar e ser inteligente, descobri como tem gente mão de vaca no mundo.

Toda pessoa é sempre as marcas de outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá. É tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense que está.

“Sim, no mundo existem mil pessoas capazes de nos despertar amor, se a gente parar pra sentir”

Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer.

Fernanda Mello

Nota: Trecho de um texto de Fernanda Mello.

Felicidade a gente só encontra dentro da gente.

"E aconteceu o seguinte meus Senhores, eu apenas me cansei de gente vazia e rios sem corredeiras."

Eu considero masoquismo aturar sem queixa uma porção de pessoas, eu detesto gente burra e vivo me encontrando com elas.

Maysa Quando fala o Coração

Nota: Frase da minissérie "Maysa, Quando Fala o Coração"

Eu não tenho medo de perder você, isso nunca foi medo. Nem eu nem você morreríamos se amanhã a gente chegasse a um acordo de que não dá mais pra ficar juntos. A vida seguiria do mesmo modo, do mesmo jeito, com as mesmas contas pra pagar, com o mesmo trabalho nos esperando, o mesmo café esfriando em cima da mesa todo dia, o mesmo jornal com notícias diferente. As programações continuariam as mesmas, os carros continuariam enchendo as ruas, o barulho, a fumaça, as pessoas passando por nós e nos dando bom dia, com a diferença de que faltaria um bom dia na nossa vida. Os amigos continuariam os mesmos, talvez um ou outro mudaria o jeito com você, e nem seria por julgamento, mas por solidariedade para com o outro, mas nada, nada determinaria que a nossa vida terminaria ali, que não seguiríamos em frente, com novos projetos, novos planos, novas experiências, novos amores, mesmo que vez ou outra a memória ainda buscasse algo perdido. Nada sairia do lugar, o giro da terra em 360 graus ainda seria 23 horas, 56 minutos, 4 segundos e 9 centésimos, e dentre todo este tempo, a gente não se veria mais, e é tão estranho pensar isso, porque de certa forma quando você coloca algo como especial na sua vida, você não impõe aquilo, não chega com um revólver no coração e diz: Escolha este! Não, o coração é o nosso órgão mais valioso, e ao mesmo tempo o mais independente e desobediente que existe, é o tal órgão descontrolado, variável, irresponsável, e chega ser engraçado o fato de que o maior responsável por nossas vidas é justamente ele. Quando ele coloca alguém pra dentro, nem dinheiro, nem força de vontade, nem um santo pode ajudar a tirar, isso é coisa de pele, é uma química que não se explica, e sim, o coração é teimoso sim, mais teimoso do que uma porta velha. Coração é fonte de amor, talvez por isso jorre tanto o dia todo. Então, se a gente um dia se cansar, não quer dizer que a vida não vai nos voltar a sorrir, não vai nos fazer ser felizes com o que escolhemos, significa apenas que não podemos mais ficar juntos. Sabe, eu não tenho medo de perder você, eu apenas não vejo sentido do porquê não podemos continuar na mesma estrada, juntos, de mãos dadas, coração com coração. E quer saber mesmo, eu não tenho medo de perder você, eu só não quero perder você, apenas isso.

Há três tipos de gente
Os que imaginam o que acontece
Os que não sabem o que acontece
E nós que faz acontecer

Que a gente faça da vida
Uma homenagem
Para aqueles que não puderam continuar.§

Tem gente que eu sei que fala mal de mim, mas trato na maior normalidade do mundo. Uns chamam de falsidade, eu chamo de maturidade! Na boca de quem não presta, até quem é bom não vale nada.

Continuamos nos perdendo. Talvez a gente não tenha sido feito um pro outro.

Chega um momento da vida que a gente só quer paz, boa companhia e tranquilidade, a gente cansa de amores complicados de paixões desenfreadas, de sofrer decepções, desencantos, nós só queremos alguém que nos faça sentir conforto, nada de explosão ou tristezas e stress.

Queremos alguém que nos faça nos sentir em paz, que abrace forte e diga estou aqui. Queremos aquela pessoa que você sabe que pode contar, que em qualquer lugar do mundo te faça sentir feliz independente da paisagem.

Queremos fazer planos, casar, ter uma casa, alguém para compartilhar o café da manhã, alguém com quem cheguemos em casa depois de um dia exaustivo e que esteja de ouvidos abertos para ouvir e acolher.

Nada de loucura, tudo muito calmo, tranquilo, paciente. Queremos ter alguém que possamos passar um fim de semana assistindo Netflix ou quem sabe indo ao cinema, com pipoca. Nesse mundo que prega total desapego, queremos nos apegar.

Queremos fazer um piquenique no parque e ficar olhando as crianças correndo e imaginar como são felizes naquele mundo inocente. Queremos vida, queremos planos, sonhos.

Temos que nos surpreender com aquele jantar, com aquele beijo, com aquela flor ou presente inusitado, todos nós queremos clichê, um mimo.

Queremos contar a todos, como o outro nos faz bem e parece não ter defeitos. Mas, no fundo, queremos descobrir quais são e que a pessoa descubra quais são os nossos e assim possamos desenvolver um amor, sincero, sem máscaras.

Queremos alguém para envelhecer ao nosso lado e possamos passar horas contando aos netos como nos conhecemos. Queremos ter orgulho de dizer que estamos a tanto tempo juntos. (pelo menos nossas almas estiveram)

Vamos dançar, mesmo que desengonçado, e rir, rir muito.

Queremos ter alguém que faça falta independentemente de onde estejamos. Queremos aquela companhia que transborde. Porque completos já somos.

Queremos alguém para somar, alguém para dividir a cama, a rotina, os planos, as loucuras. Que prepare os ovos mexidos, e tome o café, juntos...
Enfim tudo o que todo mundo realmente quer e precisa, em todas as fases da vida.

Eu gosto de ficar sozinha. Relacionamentos são uma fria e a gente acaba se machucando.

Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento.
A gente é saudade.

O coração da gente gosta de atenção. De cuidados cotidianos. De mimos repentinos. De ser alimentado com iguarias finas, como a beleza, o riso, o afeto. Gosta quando espalhamos os seus brinquedos no chão e sentamos com ele para brincar. E há momentos em que tudo o que ele precisa é que preparemos banhos de imersão na quietude para lavarmos, uma a uma, as partes que lhe doem. É que o levemos para revisitar, na memória, instantes ensolarados de amor capazes de ajudá-lo a mudar a freqüência do sentimento. Há momentos em que tudo o que precisa é que reservemos algum tempo a sós com ele para desapertá-lo com toda delicadeza possível. Coração precisa de espaço.