Gente Mesquinha
Chega uma fase da maturidade que a gente começa a analisar as coisas da nossa vida e percebe que até os erros foram necessários pra gente crescer.
Como a gente começa nesse caminho, eu não sei.
Talvez a minha extrema sensibilidade tenha ajudado.
Enquanto as pessoas conduzem as suas vidas de forma aparentemente normal, eu jamais consegui isso.
Eu fui um adolescente com medo da vida, muito medo da vida.
Eu me sentia ameaçado pela a vida.
A dor de perceber que os seus casamentos, os seus filhos, seus amigos, a sua vida profissional, a sua vida acadêmica, tudo aquilo vai se afastando de você.
Vai escorrendo pelo ralo, aí você não quer, aí você tenta reverter esse processo, você luta, você luta, desesperadamente luta, aí vem a dor maior de você perceber que não consegue mais.
Você perdeu o domínio.
Eu assim, na maternidade, exatamente no dia na hora do parto, eu estava de quatro, na frente de uma carreira de pó, ali, cheirando.
Eu não sei parar.
Nós, comunistas, somos como sementes e as pessoas são como o solo. Onde quer que a gente vá, devemos nos unir às pessoas, criar raízes e florescer entre elas.
Algumas vezes pela vida, gente estranha, gente que sem nem nos conhecer, dará demonstração de amor, e irá embora sem esperar nenhum gesto de gratidão, gente assim é memória.
Quando o soberbo cai, tudo que ele acreditava cai com ele. Diferente da gente que tem fé e esperança.
A vida é muito breve!
E nessa brevidade, a gente começa a refletir sobre o que teria feito diferente se soubesse que aquele seria seu último dia com uma pessoa que a gente tanto amava/gostava ver partir.
Fica o vazio: a dor de não ter falado o que o coração pedia, o perdão necessário, porque simplesmente deixou para amanhã aquilo que poderia ter feito hoje. O remorso, a garganta fechada de tristeza nos faz refletir e nos faz ver que “de repente”, aquela pessoa que a gente tanto ama deixou essa terra e que nunca mais conseguiremos expressar o que tanto queríamos.
Não deixe para amanhã, a atenção que você poderia dar a uma pessoa que tanto necessitava.
Não deixe para amanhã, o sorriso junto com uma palavra aconchegante.
Não deixe para amanhã, o encontro que tanto queria que acontecesse com aquela pessoa que você tanto gosta.
Não deixe para amanhã, o almoço com as pessoas que te fazem bem e te tornam uma pessoa melhor.
Não deixe para amanhã, o abraço de despedida com desejos sinceros de sucesso.
Não deixe para amanhã, as flores que poderia ter enviado em um dia tão lindo e especial.
Não deixe para amanhã, o café da tarde tão desejado, tão esperado.
Não deixe para amanhã, o perdão que tanto você sabia que precisaria liberar.
Não deixe para amanhã!
Não deixe para amanhã!
Não deixe para amanhã!
A vida é breve...
Jarleide Souza
Desde que me lembro por gente, sou fascinado pelo céu noturno. O lar de mais de 200 bilhões, trilhões de estrelas. E, como o nosso universo, todos nascemos depois de uma explosão. E, como as estrelas, somos todos únicos do nosso jeito.
Louco, louco o mundão é tenebroso
O espírito abatido seca até os ossos
A gente mata, a gente morre, por histórias que distorcem
O inimigo não tem dó, até embarca nesse corre.
Quando a gente perceber que no filme da nossa vida o diretor é nós mesmo, a gente começa a perceber que esse é o papel mais importante, não os atores coadjuvantes e nem o resto do elenco/cenário.
Tem loucura que a gente vive somente com aquela pessoa que nos toca antes mesmo de encostar, que a gente nem imagina a história que vamos vivenciar, mas que de algum jeito faz pulsar algo no peito, e a gente nem quer resistir, no íntimo começa a sentir estímulos que despertam desejo. Do nada cada detalhe começa a fazer sentido, e a gente percebe que aquela pessoa se encaixa direitinho na gente, tocar o corpo é tão comum, mas se aprofundar em nossa intimidade não é para qualquer um.
A gente quer muito sentir a satisfação em nossas ações, mas acima disso, queremos o vício daquele beijo que beija a alma, que traz paz, mas que tira de nós a calma, deixando apenas a vontade da reciprocidade, que anuncia em cada toque na pele, em cada sussurro que revele o inexplicável de nossa existência, não tem explicação, tem loucura que a gente vive com os olhos brilhando, com o corpo queimando e com um sorriso de canto desejando, tem hora que o santo bate, que a conversa flui naturalmente e enche a gente de querer, aquela bendita frase:" Faça valer a pena que eu deixo acontecer". E assim foi com a gente, o desejo em nós presente, uma mistura de conexão, loucura e para sempre.
Quando a dor de ter a pessoa presente se torna maior que a dor da sua ausência, a gente enfrenta o medo do fim de cabeça erguida e vai embora.
E a gente segue tão indiferente aos detalhes que, se escondem na magia da vida, no milagre simples que é viver que, quando a felicidade chama o nosso nome na multidão não a ouvimos, ainda que ela chame alto.
E se eu te dissesse
Que Samora foi assassinado
Por gente do governo que até hoje finge que procura o culpado
E que foi tudo planeado
Pra que parecesse um acidente e o caso fosse logo abafado [...]
In, As mentiras da verdade
Às vezes
Às vezes a gente só dá valor quando perde.
Quando perde o amor da sua vida, a oportunidade de uma vida melhor.
Quando a gente se dá conta, já é tarde demais.
Talvez por medo de errar, medo de não conseguir, medo de se envolver demais.
A gente só percebe da perda quando já passou.
Quando o fato já foi consumado, quando o presente já virou passado e não tem mais volta.
A gente já namora há um tempo e infelizmente tive que tomar uma decisão difícil. Está na hora de conhecer a minha família.
O que a dúvida pode fazer com a gente?
A dúvida foge ao controle em nossas vidas. Muitas vezes ela some de maneira lenta e gradual até que, de repente, percebemos que ela nos consumiu. A dúvida na vida pode interferir mesmo no melhor dos casamentos, no mais bem sucedido vendedor e empreendedor. Então a pergunta que fica é, porque duvidamos tanto? Não seria mais fácil apenas se jogar e ver no que dá?
Um questionamento que provavelmente tem muitas controvérsias, mas o que a dúvida pode fazer com a gente? Pode nos impedir ou fazer a gente arriscar... Ficamos com essa dúvida kkkkk